Atual Liq Participações, empresa de call center que tem a Oi como um de seus maiores clientes, pediu recuperação extrajudicial.

A Liq Participações (LIQO3), antiga Contax, empresa conhecida pela atividade de call center, iniciou um plano de recuperação extrajudicial na última segunda-feira, 30. A companhia concluiu a negociação da reestruturação de seu endividamento.

O ajuizamento ocorreu na Comarca de São Paulo, onde a empresa é sediada. Um comunicado destaca que o plano já foi negociado, aprovado e assinado por credores.

Sobre as dificuldades, a empresa atribui às mudanças tecnológicas que o setor de call center enfrenta na atualidade. A Liq destaca sua expertise e qualificação no mercado, mas argumenta que não é inabalável pelas últimas transformações do setor.

A frágil situação financeira da Oi, inclusive, afetou a Liq. A operadora é uma das principais clientes e representa cerca de 50% do faturamento da empresa. Após o pedido de recuperação judicial da prestadora, em 2016, a antiga Contax viu seu número cair de R$ 3,2 bilhões para R$ 1,4 bilhão no faturamento.

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Em comunicado, a empresa cita fatores como a comunicação em diversas plataformas, novos produtos, integração via chats, redes sociais, além do avanço da Inteligência Artificial para justificar a redução na demanda pelos serviços que sempre ofereceu.

A tecnologia transformou a relação entre consumidores e empresas, especialmente as de telecomunicações. A própria Oi, nos últimos meses, investiu na Joice. Serviço de atendimento via inteligência artificial.

O plano da Liq foi assinado por credores com créditos que representam 60,07% do total abrangido na recuperação, cuja soma chega em R$ 762 milhões. Não há o envolvimento de fornecedores e colaboradores na iniciativa.

A ideia é pagar R$ 1,27 bilhão de dívida com a emissão de quatro séries de debêntures. Assim que a recuperação extrajudicial foi anunciada, as ações da companhia caíram 2,50% na Bolsa de Valores.

Com informações de EXAME

Profissionais do Conselho começaram a especular sobre qual seria a opção com menor impacto concorrencial.  

De acordo com a colunista Joana Cunha, a venda da Oi (OIBR3 / OIBR4) já circula no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Nos corredores, há muitos comentários e duas conclusões sobre as opções que teriam menor impacto concorrencial.

A expectativa é que o serviço móvel da operadora seja vendido para a Claro, TIM ou Vivo em 2020, mas a opção menos prejudicial para a competitividade do mercado é uma aquisição pela TIM ou a venda em partes regionalmente entre as três.

Em recuperação judicial desde 2016, a companhia carioca já contratou até mesmo assessores financeiros para avaliar a operação móvel. Já a venda como um todo nunca foi cogitada pela marca.

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Tudo indica que 2020 será decisivo para a operadora. A negociação cogitada poderá ser imprescindível para a continuidade dos negócios da Oi, que investe na expansão da sua rede de fibra ótica e a venda de ativos não essenciais para a operação.

Ambas iniciativas fazem parte do plano estratégico divulgado em julho, com o propósito de reverter os resultados negativos registrados no caixa da empresa. A operação de fibra ótica, assim como o pós-pago, foram serviços que apresentaram crescimento nos últimos resultados da Oi.

Em janeiro, Eurico Teles, atual presidente, deixará o cargo e será substituído por Rodrigo Abreu, atual diretor de operações.

Com informações de Folha de S.Paulo