18/12/2025
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TIP Brasil e Telecall se unem para levar serviços móveis aos provedores locais

A TIP Brasil e a operadora Telecall chegaram a um acordo. Elas concretizaram uma parceria para que os provedores regionais de internet (ISPs) consigam lançar seus próprios serviços móveis, por exemplo, como as operadoras virtuais (MVNOs), utilizando para isso a infraestrutura da Vivo. Com o acordo firmado, se inclui a oferta de eSIM, tornando mais fácil o processo de adesão aos clientes.

Agora os ISPs credenciados à TIP Brasil irão conseguir criar serviços móveis personalizados, incluindo a identidade visual própria, e também o suporte técnico completo, conseguindo acompanhar de perto a experiência do cliente. Todos os serviços serão realizados pela rede móvel da Telecall, que hoje é uma operadora licenciada nacional com outorgas de SCM, STFC e SMP.

Telecall fornece a infraestrutura e a qualidade da rede

De acordo com o TIP, a parceria junto da Telecall trás ainda mais força para a estratégia de transformar os ISPs em hubs multisserviços. “A parceria com a Telecall eleva nosso portfólio de soluções a um novo patamar, garantindo uma experiência de qualidade superior para os usuários finais em todo o território nacional, além de garantir maior competitividade para os provedores de internet”, contou Alexandre Alves, CEO da TIP Brasil.

Contudo, para a Telecall, o acordo irá contribuir também para democratizar o acesso à conectividade de alto nível, usando as operadoras locais.

“Nossa rede móvel é reconhecida por sua abrangência e qualidade. Com essa colaboração com a TIP Brasil, vamos permitir que milhares de brasileiros tenham acesso a serviços móveis de ponta, ofertados por ISPs locais que conhecem bem as necessidades de suas regiões”, comentou Bruno Ajuz, VP da operadora.

Expansão do ecossistema com novas MVNOs

Atualmente a Telecall já conta com 50 marcas diretas, 100 indiretas, além de 900 mil usuários móveis no país. Agora juntamente com a TIP, que reúne mais de 300 provedores parceiros, o grande foco é fazer a ampliação deste ecossistema com novas MVNOs direcionadas aos nichos regionais e verticais.

Os ISPs que quiserem adquirir a oferta poderão fazer isso pelo site da TIP Brasil, e dando início ao processo de configuração e personalização de seus serviços móveis.

Efí Bank é credenciado ao Fust e vai financiar expansão da internet no país

O banco digital Efí Bank foi credenciado como agente financeiro do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), que recebe a administração do Ministério das Comunicações. Com a permissão concedida, a instituição poderá operar recursos do fundo que é destinado à ampliação da conectividade nas áreas remotas, com difícil acesso à internet.

O banco Efí Bank, que foi fundado em 2007 em Ouro Preto (MG), se tornou um especialista em serviços financeiros, tendo como foco principal as empresas de pequeno e médio porte, que tem forte presença nos provedores regionais de internet.

Soluções do banco já são utilizadas por 60% dos ISPs do Brasil

De acordo com a instituição, atualmente em torno de 60% dos ISPs do Brasil usam suas soluções, tendo a antecipação de recebíveis, além de automação de cobrança e gestão financeira.

Ganhando o credenciamento, o banco entra então para a lista de operadores que estão autorizados a distribuir recursos do Fust, assim como também o BNDES, Finep, caixas econômicas e bancos de fomento.

A inclusão do banco digital tem como objetivo ampliar ainda mais as linhas de crédito, além de facilitar o acesso de pequenos provedores para que consigam financiar projetos de infraestrutura de redes e expansão de serviços prestados.

CEO do Efí destaca impacto positivo na inclusão digital do país

De acordo com Denis Silva, CEO do Efí Bank, com a nova função se ganha ainda mais apoio na cadeia de conectividade do país. “É uma oportunidade de ampliar nossa atuação junto aos provedores e contribuir para a expansão do acesso à informação e à educação”, disse.

Nascido após implementação de lei em 2000, o Fust tem como principal foco gerar o financiamento para universalização dos serviços de telecomunicações nas áreas de difícil conectividade, como áreas rurais.

A partir de 2021, quanto teve a regulamentação de sua função nos projetos, o programa conta com uma governança operacional de editais públicos e também agentes financeiros habilitados. Desta forma se visa acelerar o uso dos recursos acumulados dos últimos anos.

Vale destacar que já há alguns anos, os provedores regionais são os grandes protagonistas nos projetos de linhas de crédito ligadas ao Fust em serviços essenciais, como na expansão de fibra ótica, ou então em soluções de conectividade as áreas rurais e escolas de difícil acesso.

O ingresso de instituições que tem consolidação no setor, assim como o Efí Bank, promete facilitar ainda mais a adesão de novos programas, descentralizando a execução dos recursos.

Leilão de ações da Vivo movimenta quase R$ 1 bilhão na Bolsa de Valores

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A Telefônica Brasil, controladora da marca Vivo, concluiu nesta segunda-feira (19) o leilão de 35.633.792 ações ordinárias resultantes do processo de consolidação de frações acionárias. O montante arrecadado com a operação foi de impressionantes R$ 949.354.168,17, valor já líquido de custos e taxas.

As ações vendidas (VIVT3) são fruto de um movimento técnico no capital da companhia: um grupamento de ações na proporção de 40 para 1, seguido imediatamente por um desdobramento na razão de 1 para 80. Apesar da operação, não houve alteração no valor do capital social da empresa, apenas no número de ações em circulação.

A decisão foi aprovada em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada no dia 13 de março de 2025. O leilão foi conduzido pela Itaú Corretora na B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), principal mercado de capitais do país.

Cada ação foi vendida pelo valor unitário de R$ 26,64196300439, resultado obtido após a aglutinação das frações oriundas do ajuste no capital da empresa. O bloco negociado foi considerado expressivo: quase R$ 1 bilhão em papéis trocando de mãos em uma única tacada, com desconto de aproximadamente 1,6% em relação ao fechamento do pregão da sexta-feira anterior.

O volume era composto majoritariamente por ações pertencentes a investidores pessoa física que, após o ajuste, se viram com frações que não compunham uma ação inteira — situação comum após grupamentos e desdobramentos.

Segundo comunicado oficial divulgado pela companhia, os valores arrecadados serão repassados proporcionalmente aos titulares das frações até o dia 28 de maio. Os pagamentos seguirão as seguintes diretrizes:

  • Para acionistas com dados cadastrais completos, o valor será creditado diretamente na conta bancária cadastrada;
  • Para aqueles com ações sob custódia na B3, os valores serão repassados via agente de custódia;
  • Os demais acionistas — com cadastro incompleto ou não identificados — terão os valores disponibilizados diretamente pela Telefônica, mediante regularização de seus dados.

A companhia também alertou que os valores recebidos podem estar sujeitos à tributação, de acordo com a legislação vigente. O imposto de renda incide sobre eventuais ganhos líquidos, e cada investidor deve se atentar à sua própria situação fiscal, com auxílio de profissionais, se necessário.

Esse movimento é mais um exemplo de como empresas de capital aberto realizam ajustes técnicos em sua estrutura acionária para facilitar a negociação de papéis e aprimorar sua governança. No caso da Telefônica Brasil, trata-se de um passo administrativo importante, mas que também chama atenção pelo volume movimentado e pelo impacto direto em milhares de pequenos investidores.

Para quem detinha frações inexpressivas de ações da Vivo, a operação representará agora um crédito em conta — ainda que pequeno — que talvez nem fosse resgatado em outras circunstâncias.

Ministro defende uso da Telebras para levar internet à escolas públicas

Durante uma coletiva depois de tomar posse como ministro das Comunicações, Frederico Siqueira falou sobre acreditar na contratação da Telebras pela EACE para ser a fornecedora de conexão satelital às escolas públicas que estão no programa das Escolas Conectadas.

A EACE é a responsável por colocar em prática os projetos de conectividade em escolas que ficam sob comando das operadoras de telecomunicações que venceram o leilão de 5G, em 2021.

Há mais de 1 ano que se mantém os debates que exigem mudanças na governança da EACE, que iria permitir a contratação sem precisar da autorização das operadoras de telecomunicações. Fred Siqueira, vale lembrar, assumia o posto de presidente da Telebras antes de ser nomeado ministro.

Telebras tem estrutura e equipe pronta para expandir conexão

De acordo com Siqueira, a Telebras está preparada para lidar com as políticas públicas, e ressalta sua equipe de servidores que são muito qualificados.

“Então, a melhor escolha para o governo é justamente valorizar uma empresa que é do governo, que a gente tem condições de ter capilaridade de chegar aonde ninguém chega nas áreas remotas do Brasil, nos cantos do País”.

O ministro ainda fez questão de ressaltar que a estatal está passando por um bom momento, principalmente após a aprovação do orçamento de 2025, que permite a realização do contrato de gestão com o Ministério das Comunicações, fazendo assim que tenha mais autonomia financeira para que consiga pôr em prática os investimentos em seus projetos.

“A empresa estava como dependente do orçamento geral da União. Não faz sentido nenhum a empresa de serviço que necessita de investimento estar vinculada ao orçamento geral. Então, o presidente da República entendeu a importância disso, a gente conseguiu construir com o Congresso a inclusão na LDO uma forma de a gente fazer essa transição e tirar a companhia da dependência geral do orçamento da União”.

Siqueira ainda alegou que, com a aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA), juntamente com o decreto que está em processo de regulamento, se abre a nova possibilidade de a Telebras, para sair do orçamento geral, realizar os projetos de estruturantes, atendendo assim o governo.

O ministro ainda fez questão de destacar que a empresa esteve posicionada nos últimos dois anos, tendo um grande instrumento de inclusão digital.

“Portanto, esse tema de conexão por satélite tem total sinergia com o futuro dela e a gente aguarda uma definição da EACE com relação à contratação da Telebras”.

Novas tecnologias devem chegar ao Brasil até 2027

Siqueira ainda tocou no assunto sobre o futuro de novos ofertantes de serviços de satélites no Brasil. O grande foco, segundo o ministro, é ir atrás de parceiros, mas não só na China, e também no Canadá, grupos que também têm parceria com os Estados Unidos e Europa, que se mostrem dispostos a investir em novas tecnologias no Brasil, ampliando assim as ofertas

“A gente tem uma expectativa de que a partir de 2026, 2027, já se tenham novas tecnologias à disposição para a população brasileira. Acreditamos que com a aceleração dos investimentos, tenhamos empresas internacionais com interesse no Brasil, e estamos prevendo a entrada de operação de algumas já em 2026”.

Mesmo que não tenha citado nomes, o ministro se referiu diretamente as dependências dos serviços satelitais que estão sendo oferecidos pela Starlink, na constelação de satélites em órbita baixa.

Nio, ex-Oi Fibra, anuncia Luiz Peixoto como CTO para liderar era digital

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A antiga Oi Fibra, Nio, depois que comprou as operações do grupo V.tal, fez a nomeação do diretor de tecnologia (CTO) da companhia. Para ocupar o cargo foi nomeado Luiz Peixoto, que trás consigo 20 anos de experiência em transformação digital e inovação.

Passagem pela Movida

Antes de aceitar o convite para a nova operadora, ele esteve durante mais de 6 anos no cargo de diretor de informação e dados na Movida, empresa de aluguel de carros. A missão dele será implementar uma operadora digital para a Nio.

Peixoto teve uma longa e relevante passagem pela Claro, como coordenador de operações na antiga NET. Seu vínculo com a companhia terminou em 2018 como diretor de governança em TI no momento que ocorria a pós fusão entre as empresas NET, Claro e Embratel.

“Queremos que a Nio seja reconhecida por ser diferente e entregar o melhor para o cliente. Isso só é possível se a tecnologia for o coração do negócio, não apenas um suporte. Nosso objetivo é criar uma conexão que vá além da infraestrutura, entregando mais valor, agilidade e uma experiência verdadeiramente diferenciada”, falou Peixoto.

Liderança em fibra

Trazendo 4 milhões de clientes da antiga base da Oi Fibra, a Nio lidera no quesito banda larga de fibra em 15 estados, segundo dados da propria companhia. Os usuários estão espalhados por todos os cantos do país.

Também de acordo com a Nio, por enquanto as coisas continuam iguais. O atendimento, os serviços e os canais seguem sendo os mesmos até ser lançada de forma oficial a nova marca, o que deve ocorrer ainda no primeiro semestre deste ano.

Ministério das Comunicações assume projetos de internet nas escolas públicas

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Em uma decisão que já era aguardada nos bastidores, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) oficializou o envio de processos sobre a conectividade em escolas públicas para o Ministério das Comunicações (MCom). Não foi exatamente uma surpresa. Com a edição do Decreto nº 12.282/2024 e da Portaria MCOM nº 15.371/2024, a transferência de poder já estava desenhada.

Na prática, a Anatel reconheceu formalmente que perdeu a competência para deliberar sobre temas como a reestruturação da Entidade Administradora da Conectividade de Escolas (EACE) e sobre o futuro do GAPE (Grupo de Acompanhamento do Custeio a Projetos de Conectividade de Escolas). Tudo isso enquanto o Brasil tenta universalizar o acesso à internet no ensino público.

E o que muda?

O MCom assume para definir os rumos da conectividade prometida ainda no famoso leilão do 5G, aquele mesmo que movimentou R$ 47 bilhões em 2021 e prometia revolucionar a infraestrutura digital do país.

Três anos depois do megaleilão, o que temos são disputas administrativas e divergências sobre quem manda no quê. Enquanto isso, 12% das escolas brasileiras continuam sem acesso regular à internet, segundo dados do Censo Escolar 2023.

Segundo a nova regulamentação, é o MCom quem vai aprovar projetos, resolver problemas internos e coordenar o GAPE. A Anatel, por sua vez, fica como mera integrante, sem voz ativa na coordenação.

Teles querendo pular fora

Outro quesito interessante é o das operadoras. Elas têm pressionado para sair do GAPE, alegando que já cumpriram suas obrigações financeiras. Basicamente, depositaram o que deviam para o projeto de conectividade.

Só que, com essa dança das cadeiras, a decisão final sobre a permanência ou não das teles também cai no colo do Ministério das Comunicações. Mais uma herança para lidar em meio a um cenário político que, convenhamos, anda longe da estabilidade.

Projetos travados e uma conta salgada

Entre os projetos que ficam na prateleira à espera de decisão estão a reestruturação da EACE, que deveria ganhar um Conselho Deliberativo independente e a implementação de conectividade via satélite para escolas rurais, usando tecnologia da Telebrás.

O custo estimado para as fases 2 e 3 do projeto é de R$ 558,3 milhões. Um investimento pesado que, se bem aplicado, poderia mudar a realidade de milhares de alunos. Contudo, se não sair da burocracia, vira só mais um número perdido em planilhas de governo.

E agora?

Essa mudança vai acelerar ou emperrar ainda mais a conectividade nas escolas? Em tese, concentrar as decisões no MCom poderia agilizar os processos.

A proposta promete trazer uma grande mudança, democratizar o acesso digital e reduzir desigualdades históricas. Enquanto isso não acontece, nas salas de aula pelo interior do país muitos alunos seguem sem conseguir estudar conteúdos online.

Indra recebe aval do Cade para comprar a Hispasat: o que isso muda?

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) autorizou, sem impor qualquer restrição, a compra da operadora de satélites Hispasat pelo grupo espanhol Indra. O anúncio, publicado no Diário Oficial da União, marca um passo importante na consolidação da Europa como competidora global no setor espacial, e claro, com impactos no mercado brasileiro.

A transação envolve cifras nada modestas: 725 milhões de euros pela aquisição de 89,68% do capital da Hispasat. Para quem não acompanha esse xadrez orbital tão de perto, vale dizer que a Hispasat é a dona da Hispamar, que atua no Brasil e mantém uma parceria estratégica com a Telebras. Ou seja, tem presença por aqui, ainda que discreta.

O que está por trás da jogada

Mas por que uma empresa de defesa estaria tão interessada em satélites? Bom, a resposta está nos bastidores geopolíticos. A Indra, através da recém criada divisão Indra Space, quer se firmar como protagonista no chamado “domínio militar do espaço”. É um conceito em alta, principalmente após a reativação da corrida espacial, agora com foco em defesa e soberania digital.

E tem um detalhe que faz toda a diferença: o governo espanhol detém 28% da Indra, por meio da Sociedad Estatal de Participaciones Industriales (SEPI). Em outras palavras, essa movimentação não é só empresarial; é política, estratégica e tem posicionamento global.

A Europa, que andava um pouco atrás dos Estados Unidos e da China nesse segmento, agora tenta se estabelecer como um player de respeito.

E o Brasil nisso tudo?

Embora a Hispasat atue no país apenas comercializando sua capacidade, sem autorização para prestar serviços diretamente, ela tem feito parte de conversas importantes com o governo Lula.

Um dos tópicos mais sensíveis é a conectividade. Em tempos de transformação digital e inclusão digital prometida até para comunidades ribeirinhas, satélites como os da Hispamar têm papel crucial.

O Cade, ao analisar a operação, foi direto: como nenhuma empresa do grupo Indra tem atuação em mercados que se sobrepõem à Hispasat no Brasil, não haveria risco concorrencial. Isso significa que a compra pode seguir sem medo de concentração ou monopólio.

Um olho no céu, outro na regulação

Apesar da aprovação do Cade, o negócio ainda precisa passar pelo crivo de outras jurisdições, como as de Portugal, Espanha, Colômbia e também obter autorizações de agências reguladoras como a Anatel, no caso brasileiro.

Isso pode levar algum tempo, mas o sinal está claro: a Indra quer chegar longe, e o espaço, definitivamente, é o novo campo de batalha, seja comercial, militar ou geopolítico.

Agora, uma pergunta fica no ar: até que ponto a presença cada vez mais ativa de potências estrangeiras no mercado satelital brasileiro pode ser benéfica para nossa soberania tecnológica?

E mais, estamos preparados para essa nova corrida espacial que já não se limita a foguetes, mas abrange dados, infraestrutura e, claro, interesses nacionais? A resposta, por enquanto, segue em órbita.

Netflix bate recorde de lucros e reforça liderança no streaming global

Parece que os rumores que rolavam sobre a estagnação da Netflix foram mais uma vez, exagerados. A plataforma de streaming começou 2025 atropelando as previsões do mercado, tendo um salto de 25% nos lucros por ação, chegando a US$ 6,61, e uma receita sólida de US$ 10,5 bilhões, em linha com as projeções. Não é pouca coisa em um cenário global onde incertezas econômicas têm feito gigantes tropeçarem.

Curiosamente, os resultados foram divulgados justamente em meio à saída de Reed Hastings da presidência executiva, um nome quase mítico na história da empresa. A transição para o conselho marca uma nova fase e, ao que tudo indica, a casa está em ordem para essa mudança.

Programação forte e olho no bolso do consumidor

O sucesso do trimestre tem múltiplas causas, mas nenhuma delas é mágica. A Netflix voltou a jogar pesado em conteúdo original, e funcionou muito. A série britânica “Adolescence”, por exemplo, explodiu em audiência global. Isso sem contar o retorno de “The Night Agent” e a inesperada inclusão do WWE Raw, que agradou um público que nem sempre era priorizado na plataforma.

Além disso, o aumento recente nos preços de assinatura parece não ter assustado os usuários. Pelo contrário, a empresa vem acertando ao oferecer alternativas mais baratas com anúncios, mirando quem está tentando economizar sem abandonar o entretenimento.

Menos barulho sobre assinantes, mais foco em resultado

Um detalhe curioso e estratégico foi a decisão de não divulgar mais o número de novos assinantes. Durante anos, esse dado foi o termômetro principal para investidores. Agora, a empresa prefere ser julgada por métricas mais tradicionais, como lucro, fluxo de caixa e margem operacional (que, aliás, bateu 31,7% – um salto considerável).

A fase do “crescimento a qualquer custo” ficou para trás. A nova Netflix quer lucrar com quem já está dentro, e está começando a vender publicidade de maneira mais estruturada, inclusive com novas tecnologias sendo testadas em mercados como a França.

E o futuro?

A empresa projeta um segundo trimestre ainda mais forte: US$ 11 bilhões em receita e lucro por ação de US$ 7,03. O mercado de entretenimento está passando por transformações radicais, com estúdios tradicionais em crise, greves recentes em Hollywood e um público cada vez mais exigente.

Ainda assim, o discurso de otimismo é mantido. A plataforma também vem investindo pesado fora dos EUA, especialmente no Reino Unido e no México, onde o filme “Counterattack” já se tornou um dos maiores sucessos em língua estrangeira da história da Netflix. Não sabemos se a empresa irá conseguir manter o ritmo, mas os números têm falado mais alto que os temores.

6G à vista: Brasil já discute o futuro da conectividade, mas caminho é longo

Parece que mal nos acostumamos com o 5G, aquele que prometia revolucionar tudo – do streaming ao agronegócio – e já estamos falando em 6G. Sim, ele existe, pelo menos como ideia. Em entrevista recente em Brasília, o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, afirmou que as discussões sobre essa nova geração já começaram. Só que, por enquanto, tudo ainda está no campo da concepção.

“É uma fase de entendimento, em que países, agências reguladoras e universidades tentam descobrir qual será o padrão tecnológico do 6G, ou melhor, do IMT-2030”, disse Baigorri, referindo-se ao nome técnico do projeto global.

O curioso é que, embora pareça um papo futurista, o cronograma internacional prevê a chegada comercial da tecnologia já para 2032, e isso não está tão longe quanto parece.

Ainda não é hora das operadoras

Segundo o presidente da agência, antes que as operadoras comecem a se movimentar, é necessário resolver uma etapa fundamental, a definição das faixas de frequência.

Algumas já estão em estudo, outras em processo de identificação, nada muito concreto, mas o suficiente para que a Anatel projete um leilão de espectro para 2032, possivelmente 2033. Parece distante? A transição do 4G para o 5G também começou assim, com conversas técnicas e muita especulação, até que, de repente, o leilão aconteceu e as antenas começaram a espalhar.

Agora, claro, existe um consenso entre os especialistas de que ninguém faz isso sozinho. “Se cada país resolver criar sua própria tecnologia, os custos serão tão altos que inviabilizam o processo”, alerta Baigorri.

É um jogo global, com jogadas coordenadas, e isso exige diálogo, algo que, em tempos geopolíticos conturbados, nem sempre flui com facilidade.

5.5G: o meio do caminho que já começa a ser trilhado

Antes do salto definitivo, virá o 5.5G, uma espécie de versão intermediária que já promete velocidades até dez vezes superiores ao 5G que usamos hoje. Sim, aquele mesmo que, em muitos lugares, ainda patina para entregar o básico.

Essa transição será marcada principalmente pelo avanço na fabricação de chips e pela adaptação das infraestruturas já existentes.

Durante o lançamento do Galaxy A06 5G em Brasília, Gustavo Assunção, vice-presidente sênior da Samsung no Brasil, disse que a empresa está atenta ao movimento e acompanha o debate de perto. “Mas não depende só de nós”, afirmou, ao destacar a importância das fabricantes de chips e da liberação das faixas de frequência para que os novos aparelhos possam explorar todo o potencial da rede.

Nem tudo depende da tecnologia

O que se espera é um futuro veloz, interconectado e teoricamente mais eficiente. Robôs avançados, veículos autônomos ainda mais seguros, interações fluídas com inteligências artificiais…

Tudo isso está no pacote de promessas do 6G, mas, entre o sonho e o sinal estável, há uma longa estrada. Para isso, é preciso combinar rota, combustível e, principalmente, o tempo de todos os envolvidos.

No fim das contas, talvez o maior desafio da próxima geração de conectividade não seja técnico, mas político e colaborativo. Considerando o ritmo que as coisas andam, só nos resta torcer para que, ao menos dessa vez, o futuro chegue no prazo e funcione bem logo no início.

São Paulo registra um furto ou roubo de celular a cada 3 minutos em 2025

É difícil encontrar um paulistano que nunca teve, ou quase teve, o celular roubado na rua. Em 2025, a estatística segue em alta: um celular roubado ou furtado a cada 3 minutos, apenas na cidade de São Paulo. Algo que chega a ser assustador!

Foram 29.169 boletins de ocorrência registrados entre janeiro e fevereiro, segundo dados oficiais da Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP), obtidos pelo g1. Isto tudo apenas nos primeiros dois meses do ano!

Dá para imaginar o que esses números significam no dia a dia das pessoas? Em qualquer esquina, ponto de ônibus ou estação de metrô, há sempre alguém de olho, mas não para pedir informação, e sim para arrancar seu celular da mão num piscar de olhos. É o tipo de crime que acontece rápido – quase invisível – mas que deixa um estrago enorme.

Onde mais acontece? Não é só na periferia

Quem ainda associa roubo de celular a regiões “perigosas” precisa rever esse mapa mental. Os bairros mais afetados estão, em sua maioria, nas regiões central e oeste da capital. Pinheiros lidera com 1.023 ocorrências, seguido por Bela Vista, Bom Retiro, Barra Funda e República. Aliás, só a Avenida Paulista, cartão-postal da cidade, somou 469 boletins. Quase 500 celulares sumiram em dois meses numa das avenidas mais policiadas do Brasil.

Outros endereços como a Rua Augusta, a Praça da Luz e a Avenida Faria Lima também aparecem no ranking. Não é surpresa, afinal, são áreas com alto fluxo de pessoas, turistas e usuários distraídos – cenário perfeito para oportunistas.

Transporte público e via pública: o epicentro do problema

A maioria dos crimes acontece em vias públicas, mas 10% das ocorrências ocorrem dentro do sistema de transporte, ônibus, terminais e estações de metrô. Para quem pega metrô lotado às 18h, sabe como é, qualquer cochilo ou vacilo e o celular fica para trás.

A SSP afirma que está usando “inteligência policial” para combater os crimes e a receptação de aparelhos. Em nota, informou que os roubos e furtos caíram 15% e 13%, respectivamente, no comparativo com o mesmo período de 2024. Pode ser um alento, mas a sensação de insegurança não bate com essa estatística otimista.

A engrenagem do crime: furto, receptação e revenda

Outro dado chama a atenção: 26 mil celulares sem origem confirmada foram apreendidos neste início de ano. Isso revela o tamanho da cadeia da receptação, afinal, para cada aparelho roubado, há alguém disposto a comprar.

Portanto, enquanto houver mercado, o ciclo segue: ladrão rouba, atravessador vende, alguém compra e, no fim, todos perdem.

E agora?

A tecnologia já oferece formas de rastrear aparelhos e bloquear funções. Mas será que só isso basta? Talvez a pergunta mais incômoda seja: como é que a maior cidade do país ainda não conseguiu reduzir esse tipo de crime de forma efetiva, ano após ano?

Enquanto isso, seguimos vivendo ao estilo “andar na rua com o celular no bolso da frente e um olho no ladrão”. Afinal, em São Paulo, não é exagero dizer que andar com o celular na mão virou quase um ato de coragem.