18/05/2025

Frederico de Siqueira assume MCOM em meio a desafios e pressão política

Novo ministro, que já passou por Oi e Telebras, agora tem a missão de ampliar a conectividade e modernizar as telecomunicações.

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Na manhã desta quinta-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu posse a Frederico de Siqueira Filho como novo ministro das Comunicações. A cadeira estava vazia desde o início de abril, quando Juscelino Filho entregou o cargo após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República.

A cerimônia de posse aconteceu no Palácio do Planalto, em meio a movimentações intensas de bastidores. A escolha de Frederico, aliás, não veio do nada, foi o resultado de uma articulação entre o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, o ex-ministro Juscelino Filho e o líder do União Brasil na Câmara, Pedro Lucas Fernandes.

Um técnico no meio do jogo político

Frederico de Siqueira não é novato no setor, pelo contrário, com mais de 26 anos de estrada, ele é daqueles nomes que já circulavam nos bastidores muito antes de aparecerem na mídia.

Engenheiro Civil formado pela Universidade de Pernambuco, passou mais de duas décadas na gigante Oi, onde ocupou cargos de peso, operações, planejamento, regulação… não faltaram áreas em que ele deixou sua marca.

Mais recentemente, como presidente da Telebras, liderou iniciativas ousadas, uma delas foi a proposta de geração de receita com parcerias privadas para usar a infraestrutura da estatal, um modelo que, se bem executado, pode transformar a empresa num ativo estratégico e não apenas num fardo fiscal.

Ainda sob seu comando, a Telebras virou protagonista no programa Aprender Conectado, levando internet via satélite a escolas públicas Brasil afora.

Desafios que não cabem num tweet

Agora, no comando de um ministério, Frederico encara um desafio ainda maior. Em tempos de inteligência artificial, 5G e conectividade rural ainda precária, a pauta das Comunicações deixou de ser técnica e virou essencial.

Como equilibrar interesses públicos e privados? Como democratizar o acesso à internet sem repetir os erros do passado? E ainda mais importante, como blindar a pasta de novos escândalos?

O tempo é curto e os olhos estão atentos. Lula, que busca manter sua base aliada unida e o centrão bem “alimentado”, fez uma aposta que mistura técnica e política. Resta saber se Frederico conseguirá passar pelos desafios sem se perder nas tempestades de Brasília.

Cenário de tensão e esperança

A nomeação vem num momento delicado, em que o governo tenta retomar a agenda de entregas enquanto apazigua os ânimos com o Congresso.

Além das disputas palacianas, o novo ministro terá de lidar com um Brasil real, onde mais de 30 milhões de pessoas ainda não têm acesso à internet, segundo dados recentes do IBGE.

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