16/06/2025

6G à vista: Brasil já discute o futuro da conectividade, mas caminho é longo

Anatel já projeta um leilão de espectro para o 6G nos próximos anos! Mas antes, vem aí a 5.5G, uma tecnologia de conexão móvel intermediária.

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Parece que mal nos acostumamos com o 5G, aquele que prometia revolucionar tudo – do streaming ao agronegócio – e já estamos falando em 6G. Sim, ele existe, pelo menos como ideia. Em entrevista recente em Brasília, o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, afirmou que as discussões sobre essa nova geração já começaram. Só que, por enquanto, tudo ainda está no campo da concepção.

“É uma fase de entendimento, em que países, agências reguladoras e universidades tentam descobrir qual será o padrão tecnológico do 6G, ou melhor, do IMT-2030”, disse Baigorri, referindo-se ao nome técnico do projeto global.

O curioso é que, embora pareça um papo futurista, o cronograma internacional prevê a chegada comercial da tecnologia já para 2032, e isso não está tão longe quanto parece.

Ainda não é hora das operadoras

Segundo o presidente da agência, antes que as operadoras comecem a se movimentar, é necessário resolver uma etapa fundamental, a definição das faixas de frequência.

Algumas já estão em estudo, outras em processo de identificação, nada muito concreto, mas o suficiente para que a Anatel projete um leilão de espectro para 2032, possivelmente 2033. Parece distante? A transição do 4G para o 5G também começou assim, com conversas técnicas e muita especulação, até que, de repente, o leilão aconteceu e as antenas começaram a espalhar.

Agora, claro, existe um consenso entre os especialistas de que ninguém faz isso sozinho. “Se cada país resolver criar sua própria tecnologia, os custos serão tão altos que inviabilizam o processo”, alerta Baigorri.

É um jogo global, com jogadas coordenadas, e isso exige diálogo, algo que, em tempos geopolíticos conturbados, nem sempre flui com facilidade.

5.5G: o meio do caminho que já começa a ser trilhado

Antes do salto definitivo, virá o 5.5G, uma espécie de versão intermediária que já promete velocidades até dez vezes superiores ao 5G que usamos hoje. Sim, aquele mesmo que, em muitos lugares, ainda patina para entregar o básico.

Essa transição será marcada principalmente pelo avanço na fabricação de chips e pela adaptação das infraestruturas já existentes.

Durante o lançamento do Galaxy A06 5G em Brasília, Gustavo Assunção, vice-presidente sênior da Samsung no Brasil, disse que a empresa está atenta ao movimento e acompanha o debate de perto. “Mas não depende só de nós”, afirmou, ao destacar a importância das fabricantes de chips e da liberação das faixas de frequência para que os novos aparelhos possam explorar todo o potencial da rede.

Nem tudo depende da tecnologia

O que se espera é um futuro veloz, interconectado e teoricamente mais eficiente. Robôs avançados, veículos autônomos ainda mais seguros, interações fluídas com inteligências artificiais…

Tudo isso está no pacote de promessas do 6G, mas, entre o sonho e o sinal estável, há uma longa estrada. Para isso, é preciso combinar rota, combustível e, principalmente, o tempo de todos os envolvidos.

No fim das contas, talvez o maior desafio da próxima geração de conectividade não seja técnico, mas político e colaborativo. Considerando o ritmo que as coisas andam, só nos resta torcer para que, ao menos dessa vez, o futuro chegue no prazo e funcione bem logo no início.

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