22/03/2025

Nio assume lugar da Oi Fibra e quer brigar pelo topo da banda larga

Mudança de nome marca nova fase da empresa, que promete serviços mais transparentes e competitivos para recuperar mercado.

A Oi Fibra tem um novo nome e uma nova missão. Agora chamada de Nio, a operadora de internet banda larga promete recuperar espaço no mercado após ser vendida para a V.tal, empresa controlada por fundos do BTG Pactual, em um negócio avaliado em R$ 5,75 bilhões. A mudança de nome, anunciada oficialmente, marca o início de uma nova fase, com planos de crescimento, maior transparência na relação com os clientes e investimentos para fortalecer sua presença no Brasil.

A Nio nasce como a terceira maior operadora de banda larga do país, com 4,3 milhões de assinantes e cobertura em 22 milhões de endereços. Apesar do porte, vinha enfrentando dificuldades nos últimos anos, especialmente devido à recuperação judicial da Oi, que afastou clientes e inibiu investimentos. Agora, sob nova gestão, a meta é recuperar a confiança do consumidor e consolidar sua posição no setor.

A concorrência na banda larga no Brasil é intensa. A Claro lidera com 10,3 milhões de clientes (20% do mercado), seguida pela Vivo, com 7,4 milhões (14,3% de market share). A Nio, com 8,4% de participação, busca ganhar terreno com uma abordagem focada na experiência do cliente. Segundo o CEO da empresa, Marcio Fabbris, a operadora vai investir na clareza das ofertas e na melhoria do suporte ao consumidor, evitando surpresas na fatura e tornando o atendimento mais ágil e eficiente.

“Queremos que a Nio seja vista como a empresa mais transparente do setor, onde o cliente sabe exatamente o que está contratando e o que esperar do serviço”, afirmou Fabbris, que já foi diretor de marketing e vendas da Vivo. A operadora também pretende fortalecer parcerias com serviços de streaming e outras plataformas digitais para agregar valor aos seus pacotes.

Em um primeiro momento, os clientes da antiga Oi Fibra não verão mudanças significativas nos valores dos planos. O foco será na estabilização do serviço e no fortalecimento da marca. Atualmente, a receita média por usuário da Nio gira em torno de R$ 92, alinhada ao mercado.

A equipe de gestão também passará por reformulações. Alguns executivos da Oi continuam na empresa, mas profissionais com experiência em grandes companhias foram contratados para setores estratégicos, como tecnologia e dados. Entre eles estão Luiz Peixoto (ex-Movida e Claro) e Patrícia Pasquali (ex-Telefônica/Vivo e Royal Mail).

Apesar da forte concorrência e da presença de provedores regionais que disputam cada cliente, a Nio adota um tom cauteloso quanto a fusões e aquisições no curto prazo. O primeiro desafio é estabilizar a empresa e garantir crescimento orgânico, ampliando a base de clientes nos mercados em que já atua.

“Nosso foco inicial é consolidar a operação e crescer de maneira sustentável. Mas não descartamos oportunidades de aquisições no futuro”, destacou Fabbris.

A entrada da V.tal no setor de banda larga por meio da Nio representa um movimento estratégico para o grupo BTG Pactual. Antes voltada exclusivamente ao modelo de rede neutra, alugando infraestrutura para outras operadoras, a V.tal agora se vê diretamente no jogo da banda larga para o consumidor final. Esse novo cenário pode aquecer a disputa entre grandes operadoras e impactar a dinâmica de preços e serviços para os clientes.

A data oficial para a transição da marca ainda não foi divulgada, mas a Nio já está em ação, comunicando seus clientes com um site oficial e preparando o terreno para marcar sua presença no setor. Se conseguirá rivalizar com Vivo e Claro, ainda é uma incógnita. Mas uma coisa é certa: a corrida pela preferência dos consumidores de internet banda larga acaba de ganhar um novo e forte competidor.

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