
É difícil encontrar um paulistano que nunca teve, ou quase teve, o celular roubado na rua. Em 2025, a estatística segue em alta: um celular roubado ou furtado a cada 3 minutos, apenas na cidade de São Paulo. Algo que chega a ser assustador!
Foram 29.169 boletins de ocorrência registrados entre janeiro e fevereiro, segundo dados oficiais da Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP), obtidos pelo g1. Isto tudo apenas nos primeiros dois meses do ano!
Dá para imaginar o que esses números significam no dia a dia das pessoas? Em qualquer esquina, ponto de ônibus ou estação de metrô, há sempre alguém de olho, mas não para pedir informação, e sim para arrancar seu celular da mão num piscar de olhos. É o tipo de crime que acontece rápido – quase invisível – mas que deixa um estrago enorme.
Onde mais acontece? Não é só na periferia
Quem ainda associa roubo de celular a regiões “perigosas” precisa rever esse mapa mental. Os bairros mais afetados estão, em sua maioria, nas regiões central e oeste da capital. Pinheiros lidera com 1.023 ocorrências, seguido por Bela Vista, Bom Retiro, Barra Funda e República. Aliás, só a Avenida Paulista, cartão-postal da cidade, somou 469 boletins. Quase 500 celulares sumiram em dois meses numa das avenidas mais policiadas do Brasil.
Outros endereços como a Rua Augusta, a Praça da Luz e a Avenida Faria Lima também aparecem no ranking. Não é surpresa, afinal, são áreas com alto fluxo de pessoas, turistas e usuários distraídos – cenário perfeito para oportunistas.
Transporte público e via pública: o epicentro do problema
A maioria dos crimes acontece em vias públicas, mas 10% das ocorrências ocorrem dentro do sistema de transporte, ônibus, terminais e estações de metrô. Para quem pega metrô lotado às 18h, sabe como é, qualquer cochilo ou vacilo e o celular fica para trás.
A SSP afirma que está usando “inteligência policial” para combater os crimes e a receptação de aparelhos. Em nota, informou que os roubos e furtos caíram 15% e 13%, respectivamente, no comparativo com o mesmo período de 2024. Pode ser um alento, mas a sensação de insegurança não bate com essa estatística otimista.
A engrenagem do crime: furto, receptação e revenda
Outro dado chama a atenção: 26 mil celulares sem origem confirmada foram apreendidos neste início de ano. Isso revela o tamanho da cadeia da receptação, afinal, para cada aparelho roubado, há alguém disposto a comprar.
Portanto, enquanto houver mercado, o ciclo segue: ladrão rouba, atravessador vende, alguém compra e, no fim, todos perdem.
E agora?
A tecnologia já oferece formas de rastrear aparelhos e bloquear funções. Mas será que só isso basta? Talvez a pergunta mais incômoda seja: como é que a maior cidade do país ainda não conseguiu reduzir esse tipo de crime de forma efetiva, ano após ano?
Enquanto isso, seguimos vivendo ao estilo “andar na rua com o celular no bolso da frente e um olho no ladrão”. Afinal, em São Paulo, não é exagero dizer que andar com o celular na mão virou quase um ato de coragem.