
A Telefônica Brasil, controladora da marca Vivo, concluiu nesta segunda-feira (19) o leilão de 35.633.792 ações ordinárias resultantes do processo de consolidação de frações acionárias. O montante arrecadado com a operação foi de impressionantes R$ 949.354.168,17, valor já líquido de custos e taxas.
As ações vendidas (VIVT3) são fruto de um movimento técnico no capital da companhia: um grupamento de ações na proporção de 40 para 1, seguido imediatamente por um desdobramento na razão de 1 para 80. Apesar da operação, não houve alteração no valor do capital social da empresa, apenas no número de ações em circulação.
A decisão foi aprovada em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada no dia 13 de março de 2025. O leilão foi conduzido pela Itaú Corretora na B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), principal mercado de capitais do país.
Cada ação foi vendida pelo valor unitário de R$ 26,64196300439, resultado obtido após a aglutinação das frações oriundas do ajuste no capital da empresa. O bloco negociado foi considerado expressivo: quase R$ 1 bilhão em papéis trocando de mãos em uma única tacada, com desconto de aproximadamente 1,6% em relação ao fechamento do pregão da sexta-feira anterior.
O volume era composto majoritariamente por ações pertencentes a investidores pessoa física que, após o ajuste, se viram com frações que não compunham uma ação inteira — situação comum após grupamentos e desdobramentos.
Segundo comunicado oficial divulgado pela companhia, os valores arrecadados serão repassados proporcionalmente aos titulares das frações até o dia 28 de maio. Os pagamentos seguirão as seguintes diretrizes:
- Para acionistas com dados cadastrais completos, o valor será creditado diretamente na conta bancária cadastrada;
- Para aqueles com ações sob custódia na B3, os valores serão repassados via agente de custódia;
- Os demais acionistas — com cadastro incompleto ou não identificados — terão os valores disponibilizados diretamente pela Telefônica, mediante regularização de seus dados.
A companhia também alertou que os valores recebidos podem estar sujeitos à tributação, de acordo com a legislação vigente. O imposto de renda incide sobre eventuais ganhos líquidos, e cada investidor deve se atentar à sua própria situação fiscal, com auxílio de profissionais, se necessário.
Esse movimento é mais um exemplo de como empresas de capital aberto realizam ajustes técnicos em sua estrutura acionária para facilitar a negociação de papéis e aprimorar sua governança. No caso da Telefônica Brasil, trata-se de um passo administrativo importante, mas que também chama atenção pelo volume movimentado e pelo impacto direto em milhares de pequenos investidores.
Para quem detinha frações inexpressivas de ações da Vivo, a operação representará agora um crédito em conta — ainda que pequeno — que talvez nem fosse resgatado em outras circunstâncias.