15/12/2025
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Vivo limita ligações e SMS até nos planos mais caros

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A Vivo, maior operadora de celular do Brasil, mexeu nos planos sem avisar o público. De forma discreta, ela retirou as chamadas ilimitadas até dos pacotes mais caros.

Antes, clientes falavam à vontade. Agora, a empresa limita as ligações a 300 minutos por mês. Depois disso, quem quiser continuar falando paga R$ 0,10 por minuto. O mesmo vale para SMS. São 100 torpedos grátis. Depois, cada mensagem custa R$ 0,10.

O detalhe? Isso vale pra tudo: pré-pago, controle, pós-pago, Vivo Easy Prime e até o Vivo Total, que junta celular e internet residencial.

Como a mudança veio à tona

Usuários notaram a alteração ao vasculhar os regulamentos atualizados no site da Vivo. Em vez de avisar com clareza, a empresa escondeu os novos limites em abas como “Mais informações” e “Franquia”.

A regra agora diz: chamadas com código 15 para qualquer operadora têm 300 minutos por mês. Passou disso? Começa a cobrança por minuto.

No caso dos SMS, o cliente só tem direito a 100 mensagens. Depois, paga por cada envio. Nada disso aparece de cara na tela dos planos. É preciso procurar bastante pra descobrir.

WhatsApp voltou, mas…

Durante um tempo, a Vivo deixou de mencionar o WhatsApp ilimitado. Mas ele reapareceu nos regulamentos de fevereiro. Segundo a operadora, o uso do app não desconta da franquia de dados.

Mesmo assim, há desconfiança. Se a Vivo tirou a frase dos documentos antes, pode fazer isso de novo. O medo é que ela imponha limites também no aplicativo, que muita gente usa como telefone principal.

Quem ainda tem chamadas ilimitadas?

Por enquanto, alguns clientes antigos continuam com tudo ilimitado. Em testes feitos no app da Vivo, planos contratados antes de 2025 seguem exibindo o benefício completo.

Mas nos contratos novos, já aparece a limitação. Ou seja: se o cliente mudar de plano ou renovar o contrato, pode perder a vantagem.

O que diz a Anatel

Segundo a Resolução 765/2023 da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), as operadoras só podem mudar o contrato após 12 meses. E precisam avisar com pelo menos 30 dias de antecedência.

A Vivo, no entanto, não deixou claro quando a mudança entrou em vigor. Só afirmou, em nota, que as condições comerciais estão disponíveis no site.

Por que isso importa?

É verdade que muita gente usa mais o WhatsApp do que o telefone normal. Mas nem todo mundo vive conectado. Em várias regiões do Brasil, a internet ainda falha. Nessas horas, a ligação tradicional salva.

Além disso, muitos profissionais ainda dependem de chamadas convencionais para atender clientes. A mudança da Vivo pode prejudicar esse pessoal.

Vivo lidera, mas pressiona

Mesmo com essas decisões impopulares, a Vivo continua líder de mercado. Segundo dados da Anatel, a empresa tem mais de 102 milhões de clientes. A Claro vem em segundo, com 87 milhões, e a TIM aparece em terceiro, com 62 milhões.

O lucro da companhia também impressiona. Em 2024, a Vivo fechou o ano com R$ 5,5 bilhões de lucro líquido. Um crescimento de 10,3% em relação a 2023.

Ou seja, mesmo faturando alto, a empresa decidiu cortar benefícios. Isso mostra um movimento de redução de vantagens, sem baixar os preços.

E as rivais?

Enquanto isso, Claro e TIM continuam promovendo planos com chamadas e SMS ilimitados. Ainda mantêm marketing em cima dessas vantagens. Talvez por isso, elas estejam ganhando espaço entre os consumidores mais atentos.

Fica o alerta: se você é cliente da Vivo, vale conferir os detalhes do seu plano. E se está pensando em contratar, analisa bem. A ligação tradicional ainda é importante para muita gente — e agora, ela vem com limite.

Fim da parceria entre TIM e C6 Bank encerra benefícios e movimenta R$ 520 milhões

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Depois de quase cinco anos de colaboração, a parceria entre a operadora TIM e o banco digital C6 Bank chegou oficialmente ao fim em 20 de março de 2025. A decisão foi anunciada por meio de fato relevante, marcando o encerramento de uma relação que ofereceu diversos benefícios integrados a clientes das duas empresas desde março de 2020.

A separação não foi apenas simbólica. Com o fim do acordo, a TIM transferiu sua participação acionária na Carbon Holding Financeira S.A. — empresa ligada ao C6 Bank — para o próprio banco digital. A transação, avaliada em R$ 520 milhões, encerra também uma série de disputas judiciais que envolviam quatro processos arbitrais entre as empresas.

A parceria tinha como objetivo unir telefonia e serviços financeiros, oferecendo vantagens como CDBs com rentabilidade diferenciada, isenção de anuidade no cartão C6 Carbon, parcelamento de celulares em até 21 vezes e bônus de internet nos planos da TIM. Muitos desses benefícios, no entanto, já têm data para expirar.

A partir de 4 de abril de 2025, nenhum novo cliente poderá contratar produtos ou serviços vinculados à parceria. Quem já aproveita os benefícios seguirá com as condições contratadas até o fim do prazo previsto. No caso dos CDBs, a rentabilidade será mantida até o vencimento ou resgate. Já a isenção do cartão C6 Carbon continua válida por até seis meses após a data de contratação. Parcelamentos de aparelhos celulares já realizados também serão respeitados até o fim do contrato.

Do lado da TIM, o bônus de internet seguirá sendo oferecido aos clientes mesmo após o término da parceria — por enquanto. A operadora informou que qualquer mudança nesse benefício será previamente comunicada. Já os serviços de roaming internacional e chamadas de longa distância internacionais têm prazo de validade: estarão disponíveis até 30 de abril de 2025.

A TIM destacou que a parceria gerou impactos positivos ao longo do tempo, como maior fidelização de clientes, aumento da digitalização nas recargas e pagamentos, além de ganho financeiro. A companhia também revelou que, com o encerramento do acordo e a venda de sua participação no banco digital, obteve um retorno bruto de aproximadamente R$ 280 milhões.

Do lado do C6 Bank, uma página especial foi criada para orientar os clientes afetados. O banco também ressaltou que a isenção da anuidade do cartão C6 Carbon poderá ser mantida por meio de gastos mensais ou investimentos, mesmo fora da parceria com a TIM.

Apesar de ter gerado cerca de 3 milhões de contas no C6 Bank durante seus primeiros meses, a união entre as duas marcas começou a se desgastar em pouco tempo. Em 2021, divergências entre as partes culminaram em uma batalha jurídica que se estendeu até 2025, resolvida agora com a aprovação da transferência de ações pela autoridade monetária das Ilhas Cayman.

Com a parceria encerrada, tanto a TIM quanto o C6 Bank seguem caminhos separados. A operadora planeja continuar a expansão de seu ecossistema digital, enquanto o banco fortalece sua aliança com o grupo JPMorganChase e amplia sua base de produtos e serviços financeiros no Brasil.

Para os usuários, o momento é de atenção: quem ainda deseja aproveitar os benefícios da antiga parceria precisa correr. Após 4 de abril, os privilégios exclusivos entre as empresas deixam de estar disponíveis. E, a partir de maio, alguns deles desaparecem de vez.

Chevrolet barra Android Auto e CarPlay em carros elétricos

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A norte-americana General Motors (detentora da marca Chevrolet) resolveu peitar de vez os gigantes Apple e Google. A montadora anunciou que não quer mais saber de Android Auto nem Apple CarPlay em seus carros elétricos. Essa novela já se arrasta desde 2023, mas agora teve um ponto final. A GM não vai mais permitir nenhuma forma de espelhamento dos celulares.

Mesmo os carros que podiam receber esses recursos com um “jeitinho” agora estão sem saída. E tudo isso tem um motivo oficial: segurança. Mas, na prática, a história é bem mais embaixo.

No ano passado, uma empresa chamada White Automotive & Media Services lançou um kit de retrofit. Ele deixava os carros elétricos da GM compatíveis com Android Auto e Apple CarPlay. Funcionava tanto com fio quanto sem. Porém, era tão complicado que só uma concessionária fazia a instalação: a LaFontaine Chevrolet, no Michigan.

Tudo ia mais ou menos bem até este mês. A White Automotive tirou o produto do ar. Disse que não dava mais pra continuar com ele. Só que o site The Drive revelou o que aconteceu de verdade: a própria Chevrolet mandou parar. A empresa pediu à concessionária que abandonasse o serviço.

Segundo um porta-voz da GM, esse tipo de modificação pode mexer com recursos de segurança do carro. E ainda por cima, pode anular a garantia. Ou seja, quem tentar colocar Android Auto ou CarPlay em um elétrico da Chevrolet vai acabar no prejuízo.

Agora, quem compra um carro elétrico da marca só pode usar o Ultifi, sistema próprio da GM. Ele é baseado nos serviços do Google. Tem Google Maps, Spotify, Google Assistant e outros apps. Tudo direto no painel. Nada de pegar o celular na mão. A ideia é justamente essa: manter o motorista com os olhos na estrada. E longe do celular.

De acordo com a Chevrolet, os sistemas da Apple e da Google são instáveis. Travam, desconectam, e fazem o motorista pegar o celular de novo. Isso, claro, aumenta o risco de acidentes. Pelo menos é o que dizem.

Só que há também outro interesse bem claro por trás da decisão. A coleta de dados. Quando o carro roda com o software da própria montadora, ela tem controle total sobre os dados gerados. E esses dados valem ouro. Mostram onde o motorista vai, o que escuta, como dirige e até onde abastece.

Além disso, com seu próprio sistema, a GM pode vender serviços por assinatura. Quer pagar um lanche no drive-thru direto da central multimídia? Pode. Quer comprar um plano extra de navegação? Também pode.

Esse modelo é uma aposta forte para o futuro. A Chevrolet acredita que pode ganhar até 25 bilhões de dólares por ano com isso. Inclusive, ela já tem o OnStar, um dos serviços por assinatura mais antigos do mercado automotivo.

Mas não para por aí. Modelos como o Blazer EV e o Equinox EV já vieram sem CarPlay e Android Auto de fábrica. Outros ainda mantêm os sistemas, como o Cadillac Lyriq, o Hummer EV e a Silverado elétrica, mas isso tem prazo de validade. As versões futuras vão seguir a nova regra da casa: ou usa o Ultifi, ou nada feito.

Se você é fã de conectar o iPhone ou o Android no carro, talvez seja bom pensar duas vezes antes de escolher um EV da GM. Porque agora, a tomada de decisão foi definitiva — e a porta para o espelhamento, trancada.

Mercado Livre corta preço do Meli+ Total e agita assinantes

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Imagem: Reprodução/YouTube/Rafael SOU DIGITAL

Se você gosta de comprar no Mercado Livre ou assinar serviços de streaming, essa novidade pode te interessar. O Meli+ Total, plano premium do e-commerce, teve uma redução de preço. Agora, a assinatura mensal custa R$ 24,90. Antes, esse valor era R$ 27,99. A diferença não é enorme, mas no fim do mês pode fazer a diferença no bolso.

A mudança pegou muita gente de surpresa. Em agosto do ano passado, o preço tinha subido de R$ 17,99 para R$ 27,99. Agora, em março de 2025, o Mercado Livre resolveu dar um passo atrás. E, segundo a empresa, não é promoção: o valor é fixo.

O plano Meli+ Total oferece vários benefícios. Para começar, tem frete grátis em produtos Full a partir de R$ 29. Quem compra bastante no site já sabe como isso ajuda a economizar. Mas o pacote vai além do frete.

Um dos atrativos é o acesso ao Disney+ Padrão com anúncios, sem custo extra.
Pra quem curte Marvel, Pixar ou Star Wars, já vale o investimento. Só o plano da Disney, avulso, custa R$ 27,99 por mês. Ou seja: já é mais caro que o próprio Meli+ Total.

Além disso, os assinantes recebem 30% de desconto nos streamings Max, Universal+ e Paramount+. Se você junta todos esses serviços, economiza um bom valor no final do mês.

Apesar da redução no preço, o Mercado Livre manteve todas as vantagens anteriores.
O assinante ainda tem até 5% de cashback nas compras feitas pelo Mercado Livre.
Se usar o cartão de crédito do Mercado Pago, também ganha 0,6% de volta em qualquer loja, física ou online.

Tem mais: é possível parcelar compras em até três vezes sem juros. E ainda rola rendimento de 105% do CDI no saldo da conta do Mercado Pago. Tudo isso sem exigir aplicação mínima.

Ah, e quem assina o Meli+ Total também leva 12 meses de Deezer, o serviço de streaming de música. Ou seja, o pacote mistura compras, entretenimento e serviços financeiros.

Pra quem quer economizar ao máximo, ainda tem o Meli+ Essencial, que custa R$ 9,90 por mês. Esse plano mais simples oferece frete grátis, cashback e parcelamento, mas não dá acesso a serviços de streaming.

Ainda assim, pode valer a pena pra quem não liga pra Disney+ ou Max, por exemplo.
Inclusive, nos primeiros quatro meses, tanto o plano Essencial quanto o Total saem pelo mesmo valor: R$ 9,90.

Se você já pensava em assinar o Disney+ ou outro streaming, o Meli+ Total compensa fácil. Como já falamos, só a assinatura do Disney Plus já custa mais do que o plano completo do Mercado Livre. E se juntar o desconto da Max, dá pra montar um combo de conteúdo com economia.

Agora, se seu foco é só em compras, talvez o Essencial atenda bem. Mas com a diferença de apenas R$ 15, o Total entrega bem mais vantagens.

Além disso, o novo valor vale tanto para novos assinantes quanto para os antigos.
Ou seja, quem já pagava R$ 27,99 vai passar a pagar R$ 24,90 automaticamente nas próximas faturas.

Com a inflação apertando e os preços subindo, qualquer economia ajuda. Essa mudança mostra que o Mercado Livre está de olho no mercado e nos concorrentes. Ao baixar o preço, eles tornam o plano mais competitivo e ainda agradam quem já é cliente. E você, já assina algum desses planos? Vai aproveitar a mudança?

Brisanet lidera novo leilão da Seja Digital e vai levar sinal móvel a 47 localidades remotas

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Leilão reverso da Seja Digital - operadoras vencedoras

A Seja Digital divulgou o resultado do segundo leilão reverso para a instalação de cobertura móvel em áreas remotas do país. A grande vencedora da rodada foi a Brisanet, que arrematou 47 das 70 localidades ofertadas, o que representa 67% do total. O investimento previsto é de R$ 96,9 milhões — uma economia de R$ 32 milhões em relação ao teto do edital.

A disputa integra uma estratégia do Ministério das Comunicações e da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para levar sinal de celular e internet a regiões que ainda não possuem nenhum tipo de cobertura. Os recursos utilizados vêm do saldo remanescente do leilão de 700 MHz realizado em 2014, agora aplicados via Seja Digital, entidade responsável por executar projetos de inclusão digital com o valor excedente do edital original.

No leilão reverso, vence quem oferece o menor valor para instalar e operar uma Estação Rádio Base (ERB) em uma localidade definida. Os lances foram sigilosos e feitos por sete empresas, com valores variando entre R$ 796 mil e R$ 1,8 milhão por localidade, e prazo de até 150 dias para execução dos projetos.

Além da Brisanet, outras três operadoras conquistaram lotes: a Ligga (por meio da Sercomtel), com 18 localidades; a iez! Telecom, com 4 localidades; e a Unifique, com 1. A Brisanet se destacou principalmente no Nordeste, com projetos nos estados da Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe, além de Goiás e Mato Grosso do Sul​.

Já a Ligga ficará responsável pela implementação de ERBs em regiões do Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, São Paulo e Tocantins. A empresa apresentou lances próximos ao teto, entre R$ 1,6 milhão e R$ 1,8 milhão por localidade, com prazos de 149 dias para instalação.

No Sudeste, a iez! Telecom arrematou três localidades no Rio de Janeiro e uma no Espírito Santo, com valores médios de R$ 1,39 milhão e prazo de até 145 dias. A catarinense Unifique, por sua vez, vai atender uma localidade no município de Monte Castelo (SC), por R$ 1,19 milhão, com prazo de 150 dias.

A tecnologia utilizada será o LTE Advanced (4G de última geração), já preparada para futura transição ao 5G, conforme exigência do edital. A infraestrutura mínima deve garantir conexão de 50 Mbps na interface da rede, com possibilidade de roaming e oferta de planos pré e pós-pago em condições iguais às praticadas nas cidades vizinhas​.

Segundo a Seja Digital, todas as 70 localidades previstas receberam ao menos uma proposta, com média de 1,94 proponentes por local. Isso mostra o crescente interesse das operadoras em expandir presença em áreas de baixa competição e com incentivo público.

Este é o segundo leilão reverso realizado pela entidade. O primeiro, em 2024, atendeu 59 localidades e mobilizou cerca de R$ 64 milhões. De acordo com a associação, 90% das ERBs (estações rádio base, ou simplesmente “antenas”) daquela fase já foram entregues. Agora, com o valor economizado no novo certame, um terceiro leilão está sendo preparado para alocar os cerca de R$ 89 milhões restantes, com conclusão de todos os projetos prevista até junho de 2026.

“O objetivo do leilão reverso é obter o maior deságio possível e, com isso, conectar mais localidades. A segunda edição superou as expectativas e confirma a viabilidade do modelo para políticas públicas de inclusão digital”, avaliou Antonio Martelletto, presidente da Seja Digital.

Agora a etapa que está em andamento é a assinatura dos termos de compromisso com as empresas vencedoras – entre os dias 24 e 27 de março. Após isso, começa a contagem regressiva para a instalação das torres que vão levar conectividade onde antes só havia silêncio digital.

Telefónica acelera saída da América Latina e vai manter só o Brasil

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Telefonónica vende marca Movistar na Argentina, Colômbia e outros países da América Latina

A gigante espanhola Telefónica fechou um acordo bilionário na Argentina. Ela vendeu sua operação no país (Movistar) à Telecom Argentina por US$ 1,245 bilhão. O valor equivale a cerca de R$ 7,19 bilhões.

O negócio ocorre após três décadas de presença da Telefónica no país. A Argentina foi uma das primeiras apostas da empresa na América Latina. A saída agora marca o avanço de sua estratégia de desinvestimento na região.

A Telecom Argentina utiliza a marca de celular “Personal” no país vizinho e é controlada por dois pesos-pesados: o Grupo Clarín e o fundo Fintech, do empresário mexicano David Martínez Guzmán. A empresa destacou que o processo de compra foi competitivo, intenso e transparente.

Governo da Argentina não gostou do negócio

No entanto, o governo do presidente Javier Milei reagiu com desconfiança e suspendeu a transação. Em nota, a administração alertou para o risco de concentração de mercado. O comunicado afirma que a operação pode deixar cerca de 70% dos serviços de telecomunicações nas mãos de um único grupo.

Como resposta, o governo vai acionar o Ente Nacional de Comunicações (o equivalente a nossa Anatel). Também notificará a comissão de defesa da concorrência (no Brasil, chamado de Cade) para analisar a legalidade do negócio. Essa é a maior medida regulatória adotada por Milei desde sua posse.

A Telecom Argentina atua em telefonia fixa, móvel, TV a cabo, streaming e carteira virtual. Com a compra, pretende expandir a cobertura de banda larga, fibra óptica e 5G. O grupo também mantém operações no Paraguai, Chile e Uruguai.

O financiamento da aquisição veio de um consórcio internacional. Participaram os bancos BBVA, Deutsche Bank, Santander e o chinês ICBC. Eles aportaram US$ 1,17 bilhão para viabilizar o negócio.

O outro lado da moeda

No entanto, alguns analistas apontam que a venda na Argentina na verdade gerou repercussão política. O governo Milei tem preocupação com a influência do Grupo Clarín, crítico da atual gestão. O presidente acusou o jornal de publicar reportagens enganosas durante uma visita a Washington.

Para piorar, o ministro das Relações Exteriores, Gerardo Werthein, é primo de um empresário que disputava a compra da Telefónica. O ex-chefe de Milei, Eduardo Eurnekian, também estava interessado na operação.

A saída da Telefónica do país marca o fim de uma era. Ela foi símbolo das privatizações dos anos 1990. Mesmo em meio a crises econômicas, permaneceu firme até agora. Mas o cenário argentino atual, com incertezas e controle cambial, afastou mais uma multinacional.

Venda também da Movistar Colômbia

A movimentação não ocorre de forma isolada. A Telefónica já vendeu sua operação Movistar na Colômbia à Millicom Spain por US$ 400 milhões. A transação também ainda precisa do aval das autoridades regulatórias colombianas.

Além disso, a Millicom planeja comprar os 32,5% restantes da Coltel, atualmente em mãos do jornal La Nación e outros investidores. O preço será o mesmo pago pela fatia da Telefónica.

Segundo a Millicom, a fusão das operações criará uma empresa robusta. O grupo afirma que terá fôlego financeiro para expandir a inclusão digital na Colômbia. O CEO, Marcelo Benítez, reafirmou o interesse em comprar também a participação da EPM na Une-EPM.

Os desinvestimentos da Telefónica seguem uma tendência clara. A empresa deixou países da América Central, iniciou saídas na Colômbia e agora mira México e Peru. No último caso, a filial peruana já pediu proteção contra falência.

Marcas comerciais do grupo Telefónica no mundo: Vivo no Brasil; Movistar na Espanha e América Latina; O2 na Alemanha e Reino Unido.

Brasil será o único “pote de ouro” dos espanhóis

O Brasil, no entanto, continua sendo um mercado estratégico. A Telefónica mantém operações no país com a marca Vivo e não há sinais de venda. Analistas acreditam que a América Móvil, dona da Claro, pode se beneficiar das saídas da concorrente em outros países.

No Chile, por exemplo, a América Móvil ocupa o quarto lugar em telefonia móvel, com 4,7 milhões de usuários, atrás de Entel PCS (8,5 milhões de clientes), Telefónica/Movistar (7,1 milhões) e WOM (5,7 milhões). Caso adquira parte das operações da Telefónica, a Claro poderá subir posições e equilibrar o mercado.

No México, as margens da Telefónica despencaram. Ela depende da rede da AT&T, o que enfraqueceu sua atuação. Analistas veem chance de venda à própria AT&T ou à varejista Walmex, que vem crescendo no setor.

Segundo o banco Jefferies, a empresa espanhola busca maximizar retorno vendendo ativos com baixa rentabilidade. A ideia é reforçar o caixa e reestruturar sua dívida, especialmente em locais onde enfrenta disputas fiscais, como no Peru.

A decisão de reduzir a exposição à América Latina começou em 2019, com uma carta assinada por José Maria Álvarez-Pallete, na época o presidente-executivo da Telefónica. A empresa pretendia focar em mercados com maior retorno, como Espanha, Reino Unido, Alemanha e Brasil. A mudança foi acelerada com a chegada de Marc Murtra à presidência global, em janeiro de 2025.

Satélites tomam a dianteira e desafiam o 5G na corrida pela internet no Brasil

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Com a promessa do 5G ainda distante da realidade de milhões de brasileiros, principalmente fora dos grandes centros, a internet via satélite vem ganhando terreno — e rápido. Dados recentes da Anatel (janeiro de 2025) mostram que o número de assinantes desse tipo de conexão aumentou 40% no último ano, ultrapassando a marca de 564 mil usuários em todo o país.

Essa expansão reflete um cenário em que a demanda por conectividade de qualidade só cresce, mas a infraestrutura tradicional segue limitada. E quem está ocupando esse vácuo são os satélites de baixa órbita, tecnologia que tem atraído os maiores nomes do setor de telecomunicações global, com destaque para a Starlink, do bilionário Elon Musk.

A chamada “constelação de satélites” é o trunfo dessas empresas. Diferente dos satélites geoestacionários, que ficam a 36 mil quilômetros da Terra, os de baixa órbita operam a cerca de 550 quilômetros de altitude. Isso garante menor latência (aquele “delay” chato) e velocidades mais altas. Não por acaso, a Starlink já abocanha 59,3% do mercado brasileiro, seguida pela Hughes (30,2%) e Viasat (3,5%).

Mas não pense que a disputa já está ganha. Há outras gigantes de olho nesse filão. Recentemente, a Anatel autorizou a operação da ruandesa E-Space Africa e da australiana Myriota. E há conversas em andamento com a chinesa SpaceSail e a espanhola Sateliot, que quer operar com 5G e satélites de baixa órbita em conjunto.

Para muitos usuários, especialmente no Norte e Nordeste, onde o acesso à internet é historicamente precário, a conexão via satélite é a única alternativa viável. Cerca de 70% dos assinantes são pessoas físicas, mas o setor agropecuário também tem aderido à tecnologia para conectar máquinas e operações em áreas afastadas.

Hoje, pacotes de internet via satélite podem ser contratados a partir de R$ 184 por mês, com velocidades que chegam a 100 megabits por segundo. A instalação ainda pesa no bolso — o equipamento custa pelo menos R$ 1.000, além de taxas de ativação —, mas a tendência é de queda com a chegada de novos concorrentes.

Enquanto isso, o 5G, que deveria ser a estrela da conectividade, ainda engatinha. Atualmente, apenas 1.222 dos 5.570 municípios brasileiros têm cobertura da nova geração de rede, sendo que só 891 contam com o 5G “puro”, o standalone, na faixa de 3,5 GHz. E embora o governo esteja avaliando antecipar as metas de universalização previstas para 2029 e 2030, há dúvidas sobre a viabilidade técnica e econômica para isso.

“Os satélites conseguem chegar onde a rede terrestre não vai por questões de custo ou geografia”, afirma Mauro Wajnberg, presidente da Abrasat. Já para Leonardo Finizola, da Qualcomm, a internet via satélite também tem um papel importante nos grandes centros, especialmente em aplicações industriais, onde é preciso garantir conectividade contínua.

Apesar dos avanços, especialistas alertam que o satélite ainda não substitui completamente a infraestrutura terrestre, principalmente em aplicações que exigem latência mínima e alta estabilidade, como carros autônomos e cirurgias remotas. Mas a complementaridade entre as tecnologias deve ser o caminho mais provável nos próximos anos.

No meio desse cenário, o Ministério das Comunicações planeja lançar ainda neste mês o programa “Comunidades Conectadas”, que pretende levar internet móvel a 115 áreas de difícil acesso. Com 29 milhões de brasileiros ainda fora da internet, a corrida por inclusão digital segue aberta — e agora, com satélites na liderança.

Casamento de Isis Valverde usará bloqueador de celular, medida ilegal segundo Anatel

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Imagem: Reprodução/Instagram

O casamento da atriz Isis Valverde com o empresário Marcus Buaiz, marcado para o dia 3 de maio em Jarinu, interior de São Paulo, promete ser um dos eventos mais comentados do ano. Mas, ao que tudo indica, não apenas pela ostentação ou pelos convidados famosos. O casal decidiu instalar uma torre bloqueadora de sinal de celular nas proximidades do local da festa — uma decisão que esbarra diretamente em uma proibição legal da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

De acordo com a Resolução nº 760 da Anatel, o uso de bloqueadores de sinal de radiocomunicação (BSR) é restrito a órgãos da Administração Pública e apenas em situações específicas. A lista inclui presídios, aeroportos, portos, áreas de segurança pública e eventos de interesse estratégico para o Estado, como visitas de chefes de Estado. Casamentos de celebridades, por mais luxuosos que sejam, não entram nessa categoria.

Segundo fontes da revista Quem, a medida foi pensada para evitar vazamentos de imagens da cerimônia e incentivar os convidados a curtirem o momento sem distrações digitais. A festa ainda contará com um código de vestimenta específico — evitando roupas pretas, vermelhas e saltos finos — e até o fechamento de um aeroporto da região para garantir a exclusividade na chegada dos convidados.

O problema é que a Anatel é clara em sua resolução: “em nenhuma hipótese será autorizado o uso de bloqueadores por pessoas naturais ou jurídicas de direito privado”, como organizadores de eventos, casas de festas ou os próprios noivos. A instalação e operação de qualquer tipo de bloqueador requer autorização de órgãos como a Presidência da República, o Ministério da Justiça ou o Gabinete de Segurança Institucional, o que dificilmente é o caso em uma celebração matrimonial.

A infração pode gerar sanções que vão desde advertência até multas pesadas e apreensão do equipamento. Além disso, o bloqueio do sinal pode afetar áreas vizinhas, prejudicando moradores e estabelecimentos comerciais próximos ao local do evento. Vale lembrar que, apesar de populares em eventos de alto padrão, os bloqueadores de celular representam uma ameaça à comunicação de emergência e podem impedir que chamadas de socorro sejam realizadas.

O caso reacende a discussão sobre o uso irregular desse tipo de tecnologia por particulares. Em janeiro deste ano, um turista argentino virou notícia após usar um bloqueador para silenciar caixas de som em uma praia — também violando a norma da Anatel. Embora a motivação no caso do casamento seja diferente, o resultado é o mesmo: o uso não autorizado de um equipamento cuja operação é reservada ao poder público.

Até o momento, nem Isis Valverde nem Marcus Buaiz se pronunciaram sobre a ilegalidade da medida. Também não há informações sobre eventual notificação da Anatel a respeito da instalação do equipamento. O que se sabe é que, mesmo com toda a sofisticação e planejamento, o casal pode acabar enfrentando problemas legais em pleno altar — ou, pelo menos, fora dele.

Jovi estreia no Brasil com celular 5G e bateria de 6.500 mAh

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Tem marca nova de celular chegando ao Brasil. E, sim, o nome já mudou antes mesmo de o primeiro aparelho ser lançado. A chinesa Vivo Mobile, gigante no mercado internacional, decidiu adotar o nome Jovi por aqui. Tudo para evitar confusão com a operadora Vivo, que já é velha conhecida da gente.

A primeira novidade da marca atende pelo nome de Jovi V50 Lite 5G. Ele já passou pela Anatel, está com tudo liberado e pronto para ser vendido em solo brasileiro. Só falta mesmo a fabricante anunciar a data oficial do lançamento.

A troca de nome não foi por acaso. A operadora Vivo pertence à Telefônica Brasil, e a marca tem reconhecimento de “alto renome”. Isso impede outras empresas de usarem o mesmo termo, mesmo atuando em setores diferentes. A solução? Adotar “Jovi”, marca que já era usada como assistente virtual em outros aparelhos da Vivo Mobile.

Mas e esse tal de Jovi V50 Lite 5G, vale a pena? Vamos aos detalhes.

O aparelho ainda nem saiu oficialmente no exterior. Aqui no Brasil, no entanto, ele já foi homologado. Segundo os documentos, o celular vem com processador MediaTek Dimensity 6300, além de 8 GB de RAM e 256 GB de armazenamento. Nada mal para um modelo de entrada com cara de intermediário parrudo.

O destaque vai para a bateria: são 6.500 mAh, com carregamento rápido de 90 W. Ou seja, dá pra usar o dia inteiro e carregar rapidinho. Quem vive com o celular na tomada sabe o alívio que isso representa.

Na parte das câmeras, o conjunto também impressiona. A traseira traz duas lentes: uma principal de 50 MP e uma ultrawide de 8 MP. Pra fechar, um anel de LED ajuda nas fotos em baixa luz. A câmera de selfies? São 32 MP ali na frente, dentro de um furo centralizado na tela.

A tela, inclusive, é um dos atrativos. São 6,77 polegadas, tecnologia AMOLED, resolução Full HD+ e taxa de atualização de 120 Hz. Isso garante fluidez e qualidade, tanto pra vídeos quanto pra jogos.

Além disso, o modelo tem certificação IP65, ou seja, resiste à água e poeira. Pode pegar uma chuvinha sem medo. E ainda vem com suporte a dois chips 5G, Wi-Fi 5 e NFC, pra pagamentos por aproximação.

O visual também chama atenção. O modelo testado pela Anatel é dourado, com acabamento plano na frente e atrás. O módulo de câmeras é em alto relevo, com uma lente grandona no topo. A moldura tem cantos retos, num estilo bem moderno.

Uma parte dos celulares será montada no Brasil. A fabricação vai acontecer na Zona Franca de Manaus, na planta da GBR Componentes. O resto vem direto da China. A empresa já iniciou a estruturação da operação nacional, com escritório em São Paulo e formação de equipe executiva.

Ainda não sabemos o preço nem a data exata do lançamento. Mas, como o modelo já está homologado, é só questão de tempo. A marca Jovi já tem até site brasileiro no ar, só esperando o momento certo pra anunciar a estreia oficial.

Enquanto isso, vale ficar de olho. A chegada da Jovi pode mexer com o mercado e dar mais uma opção interessante — principalmente se o preço vier competitivo. Afinal, quem não quer um celular com boa bateria, câmera decente e conexão 5G por um valor justo?

Vamos acompanhar. Mas uma coisa é certa: a briga entre as fabricantes no Brasil acaba de ganhar um novo capítulo.

Facção aterroriza provedores e obriga GPX Telecom a fechar as portas

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A GPX Telecom, empresa que atuava há nove anos em Caucaia, no Ceará, anunciou o fim das atividades nesta semana. O motivo? Um ataque criminoso que devastou toda a estrutura da empresa em apenas 20 minutos.

Segundo nota publicada nas redes sociais, a decisão foi tomada após “atos de vandalismo” que comprometeram o funcionamento da operação. E não foi um caso isolado. Desde fevereiro, outras operadoras também viraram alvo de uma facção criminosa.

“Tudo o que construímos foi destruído em questão de minutos”, desabafou a empresa.
A GPX atendia clientes nos bairros Parque Soledade, São Gerardo e Ponte Rio Ceará.

De acordo com investigações da Polícia Civil, os ataques fazem parte de uma estratégia do Comando Vermelho. A facção exige parte do dinheiro das operadoras em troca da permissão para oferecer internet nas regiões.

Caso a empresa se recuse, o castigo é imediato: infraestrutura destruída, ameaças e até incêndios. Funcionários e donos passaram a ser intimidados com frequência.

As mensagens interceptadas pela polícia confirmam a extorsão. “Ou vai fechar com nós, ou nós vai tirar tudo que é de internet aí na região [sic]”, diz um dos áudios enviados a uma empresa.

Em meio ao caos, a Secretaria da Segurança Pública do Ceará informou que já capturou 27 pessoas envolvidas. Além disso, apreendeu armas, celulares, veículos e munições em operações realizadas em diversas cidades.

Na quinta-feira (20), mais um suspeito foi preso. O homem de 39 anos seria o chefe de uma célula do grupo, atuando diretamente nos ataques em Fortaleza.

Ele foi encontrado em Eusébio, e já possuía passagens por crimes como tráfico, roubo e homicídio. A polícia também bloqueou bens e sequestrou um imóvel em construção na cidade de Icapuí.

A GPX não foi a única atingida. Provedoras como Brisanet, Xconnect Telecom e A4 Telecom também foram alvos. As ações aconteceram em Fortaleza, Caucaia, São Gonçalo do Amarante e Horizonte.

Os criminosos cortaram cabos de fibra, incendiaram veículos e dispararam contra sedes das empresas. Em Caridade, por exemplo, 90% dos clientes ficaram sem sinal de internet após os ataques.

Mesmo com o reforço na segurança, o clima ainda é de tensão. Muitos empresários temem novos ataques ou represálias por não cederem à pressão dos criminosos.

O governador Elmano de Freitas prometeu intensificar as investigações. Um grupo especial foi montado para lidar com esse tipo de crime, que tem impacto direto na vida da população.

Apesar das prisões e operações, moradores seguem apreensivos. A internet, para muitos, é ferramenta de trabalho e estudo. Quando ela falha, tudo para.

A nota da GPX Telecom termina com um apelo por Justiça. “Esperamos por justiça diante dessa situação alarmante que afeta a todos nós”, declarou a empresa.

A crise escancarou uma nova fronteira do crime: a infraestrutura digital. Até então, facções disputavam territórios físicos. Agora, querem controlar o virtual.

O caso da GPX Telecom serve como alerta para o país inteiro. Sem segurança, nem mesmo a tecnologia sobrevive. E, nesse jogo, quem perde é a população.