05/10/2024

Concorrente da Starlink recebe aval da Anatel para operar no Brasil

Entenda como a "E-Space" pode revolucionar o mercado de internet via satélite no Brasil, superando a Starlink em número de satélites.

O mercado de internet via satélite está esquentando, e a Starlink, de Elon Musk, acaba de ganhar uma concorrente de peso no Brasil: a E-Space. Essa empresa francesa acabou de pagar a primeira parcela da licença para começar suas operações no país e já recebeu o aval da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para lançar mais satélites do que a própria Starlink. Vamos entender como essa nova rival está mudando o jogo.

E-Space, de internet via satélite concorrente da Starlink no Brasil

E-Space recebe luz verde da Anatel

A E-Space garantiu sua entrada no mercado brasileiro após realizar o pagamento de R$ 20 mil da licença total de R$ 102 mil. Com isso, a empresa está liberada para lançar até 8.640 satélites de baixa órbita no país – mais que o dobro dos 4.400 satélites que a Starlink tem atualmente. Mas atenção: a E-Space tem um prazo de dois anos para começar a operar, ou corre o risco de perder a autorização.

O diferencial da E-Space está em seus satélites. Eles são menores, mas bem resistentes, capazes de aguentar colisões e condições adversas no espaço. Além disso, têm uma função bacana: eles conseguem coletar detritos espaciais, ajudando a “limpar” a órbita terrestre. Essa inovação coloca a empresa em destaque, já que, além de fornecer internet, ela também contribui para a sustentabilidade espacial.

A proposta da E-Space é focada principalmente na conectividade de dispositivos de Internet das Coisas (IoT), mas a empresa garante que seus serviços também permitirão comunicação e transmissão de mídia. Ou seja, além de conectar máquinas e equipamentos, também vai dar conta de suprir as necessidades de comunicação de pessoas e empresas.

AST SpaceMobile e seu projeto de conexão D2D

Outra concorrente da Starlink que está chamando atenção é a AST SpaceMobile. Essa empresa norte-americana está prestes a lançar seus primeiros satélites de conexão direta entre dispositivos móveis e rede espacial, o chamado D2D (direct-to-device). Esses satélites vão ser lançados em um foguete Falcon 9, da SpaceX, e têm como destino a órbita baixa da Terra.

A ideia é que esses satélites ofereçam internet banda larga para grandes operadoras, como a AT&T e a Verizon, nos Estados Unidos, e, futuramente, em outros países. A AST SpaceMobile já tem parcerias com 45 operadoras ao redor do mundo, e o objetivo é melhorar a conectividade em áreas onde a infraestrutura de telecomunicações tradicional não chega.

Os primeiros cinco satélites da AST SpaceMobile devem ser lançados em setembro de 2024, e a empresa planeja colocar outros 17 em órbita até 2025. Esse movimento ambicioso promete colocar a companhia como um player de destaque no mercado global de telecomunicações espaciais.

Enquanto as rivais avançam, a Starlink enfrenta alguns percalços. Recentemente, um foguete Falcon 9 da SpaceX falhou em uma missão, lançando 20 satélites Starlink em uma órbita mais baixa do que o planejado. Com isso, há o risco de que esses satélites queimem ao entrar na atmosfera da Terra, o que gerou um grande susto para a empresa de Elon Musk.

Apesar da crescente concorrência, a Starlink ainda lidera o mercado global de internet via satélite, com mais de 4.400 satélites em órbita e planos de expandir essa rede para até 12 mil nos próximos anos. A empresa já atende mais de 2 milhões de usuários em mais de 50 países, oferecendo velocidades que variam entre 50 Mbps e 500 Mbps, dependendo da localização.

No entanto, a chegada de concorrentes como a E-Space e a AST SpaceMobile coloca mais pressão sobre a companhia.

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