09/10/2024

Quais satélites garantem as telecomunicações brasileiras?

Entenda melhor sobre a participação do Brasil no mercado e conheça quais empresas estão por trás da nossa transmissão de internet, TV e telefone.

Ilustração - Satélite
Imagem: NASA

Em um total de 2.200 satélites operacionais em órbita pela Terra, apenas nove são brasileiros. É uma representatividade baixa do país em um setor de expressiva importância na autonomia, segurança e desenvolvimento econômico de qualquer nação.

Para quem não tem um amplo conhecimento sobre o tema, basta imaginar os satélites como os grandes responsáveis pelo mapeamento de territórios, provedor de informações como previsão do tempo e distribuição de sinal para serviços de telecomunicações.

Sim, eles mesmos. A telefonia, TV por assinatura, canais abertos, internet e vários outros, que terão grande destaque aqui.

São nove equipamentos operados em parceria com outros países. Algumas informações cruciais, como a previsão do tempo, por exemplo, só podem ser obtidas por meio de um banco de imagens com captações de vários países.

De fato, não há ausência de satélites no Brasil já que o mercado segue aquecido, mas ter tecnologia espacial própria representa um avanço em vários níveis, como o econômico e de segurança.

Como exemplo, citamos o recente vazamento de óleo no mar, que atingiu praias do Nordeste e Sudeste. Um satélite-radar na costa poderia ter contribuído com uma antecipação das medidas de contenção.

Há um acordo entre as nações para que haja um fornecimento de imagens em caso de extrema urgência. O recente incêndio nas florestas da Austrália é um exemplo.

No caso do Brasil, em situações que não configuram medidas extremas, é como se o país comprasse imagens, mas a autonomia seria maior se o país pudesse produzir as suas próprias e colher os benefícios.

Diversas áreas poderiam ser impulsionadas pelo segmento, como a agricultura, tecnologia (que ampliaria sua área de cobertura com mais facilidade), entre outras.

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Por que é tão difícil ter um satélite brasileiro?

Construção do CBERS 3
Construção do CBERS 3. Imagem: INPE

A fins comparativos, a parte financeira é um grande problema para o Brasil nessa área. Frente aos Estados Unidos, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) tem um orçamento de US$ 30 milhões para a área.

Já a NASA possui cerca de US$ 20 bilhões disponíveis para avançar com sua atuação tecnológica e explorativa.

Atualmente, o Brasil conta com três tipos em órbita: coleta de dados (SCD), sensoriamento remoto (CBERS) e um geoestacionário de defesa e comunicação estratégica (SGDC).

Os dois últimos em parceria com China e França, respectivamente.

Já para a fabricação dos equipamentos, o país ainda não tem indústria e tecnologia para isso. Portanto, comprar tudo o que é necessário no exterior só faz a conta crescer e assim surgem os atrasos.

Mas 2020 parece promissor, afinal, tudo indica que o ano será marcado pelo lançamento do primeiro satélite orbital de monitoramento 100% brasileiro, o Amazônia-1.

Finalmente, o Brasil terá um satélite para chamar de seu

Ilustração - Satélite
Imagem: Wikipedia

Aqui, não podemos esquecer do Brasilsat A1, dono do título de primeiro satélite brasileiro, desenvolvido Spar Aerospace em parceria com a Hughes e operado pela Embratel.

Entretanto, o Amazonia-1 é o primeiro satélite “de Observação da Terra completamente projetado, integrado, testado e operado pelo Brasil“, conforme destaca o portal do Inpe.

Nem tudo são (ou foram) flores na produção do SSR-1, nome pelo qual também é conhecido.

O anúncio, ocorreu há mais de 10 anos e o lançamento será em um momento que a Amazônia grita por socorro, visto que atingiu níveis históricos de desmatamento com os incêndios registrados.

Mas o atraso ocorreu justamente pelos motivos destacados acima. Para se ter o primeiro satélite inteiramente desenvolvido no Brasil, o custo ficou estimado em R$ 300 milhões e mais US$ 25 milhões terão que estar disponíveis para viabilizar a inauguração.

Será um satélite crucial para monitorar o desmatamento e controlar a atividade agrícola naquela que é a maior floresta tropical do mundo.

Amazônia-1
Amazônia-1. Imagem: INPE

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A indução do Plano Nacional de Banda Larga

Outra importante iniciativa para o setor no Brasil foi a união entre o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Telebrás, Ministério da Defesa, Agência Espacial Brasileira (AEB) e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) na criação do SGDC.

Trata-se de um satélite conhecido como a missão espacial de telecomunicação.

Lançado em 2017 e anunciado em 2013, o custo foi de aproximadamente R$ 2,8 bilhões, mas o atrasou gerou um prejuízo de R$ 800 mil para os cofres públicos.

A operação fica por conta da Telebrás, em parceria com a Viasat, que juntas distribuem internet para áreas remotas do país e já conectaram várias escolas.

O SGDC viabilizou internet banda larga de até 20 Mbps para escolas e áreas rurais que não possuíam acesso. O projeto é visto como mais um avanço para a inclusão digital no Brasil.

Entretanto, a ideia é que seja um grupo de satélites para facilitar uma série de demandas no país.

Além de impulsionar o avanço tecnológico, a ideia é trazer mais segurança para as comunicações estratégicas do governo, assim como da parte militar.

Satélite SGDC
SGDC. Imagem: AEB

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Empresas com direito de exploração de satélite brasileiro

De acordo com dados da Anatel, sete companhias são autorizadas a explorar satélite brasileiro. Entre elas, Eutelsat, Hispamar, Claro S.A., Yah Telecomunicações, Telebrás, SES DTH e Telesat.

As operadoras de telecomunicações com atuação relevante nessa área são Claro e Oi. A primeira é dona da Embratel Star One e a segunda fundou a Hispamar, ao lado do grupo Hispasat.

O modelo de negócio funciona da seguinte maneira: as empresas, com atuações globais, possuem o direito de exploração (adquirido via licitação) dos equipamentos brasileiros para fins distintos, que podem ou não serem comerciais.

Abaixo, uma tabela que ajuda a ter um melhor entendimento sobre a atual configuração dos detentores dos direitos e qual a finalidade utilizada para os satélites.

Empresas com operação em território nacional

Em definições, um satélite natural é um elemento da natureza como a Lua, que gira ao redor da Terra. Já os artificiais são os equipamentos criados pelo homem com capacidade de deslocamento em órbita do planeta.

Ao todo, são 11 tipos: comunicação, televisão, científicos, meteorológicos, sensoriamento remoto de recursos terrestres e militar.

Para serviços de telecomunicações como telefonia, internet e televisão, são utilizados os geoestacionários, ou seja, aqueles que ficam parados em um determinado ponto e distribuem o sinal, acompanhando apenas o movimento da Terra.

Mais de dez são autorizados para ter uma operação comercial para o Brasil. Abaixo, você pode conhecer algumas, assim como exemplos das operadoras e serviços que as utilizam.

Tabela

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Eternamente dependentes do exterior?

É relevante ter uma empresa brasileira como a Oi com um papel significativo na criação de uma subsidiária de comunicação via satélite como a Hispamar, mas ainda não é um passo tão próximo ao lançamento dos satélites totalmente brasileiros.

Há também um mercado aquecido pela diversas companhias listadas nas tabelas acima. Entre elas, há uma importante competitividade que promove até mesmo reduções de valores.

E o impacto da ampla competição surte efeito no consumidor final, que consegue ter acesso aos serviços de telecomunicações com custos acessíveis, conforme destacou Lincoln Oliveira, diretor-geral da Embratel Star One, em contato com o Minha Operadora.

Por uma análise do cenário, é notório que, antes de tudo, o país precisa avançar na economia. Só assim terá infraestrutura para desenvolver seus próprios equipamentos e incentivar uma nova indústria.

Mas o importante também é manter um mercado saudável, com regulação do governo.

Já nas telecomunicações, é notório que a inclusão digital no Brasil seria amplamente favorecida. Mas a falta de uma indústria para fabricação de satélites por aqui não compromete as comunicações comerciais.

Não dá para traçar precisamente as vantagens para as operadoras de telefonia, mas desenvolver satélites significa mais recursos para o governo prover comunicação digital para diversas regiões, principalmente as mais afastadas.

Além de significar um verdadeiro avanço na segurança do país, em diversos sentidos. Especialmente no crescimento dos cofres públicos.

Com informações de Inpe, Anatel, Teleco e Galileu.

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