18/04/2024

Associação Neo pede que a fusão da Warner e Discovery seja recusada

Para a entidade, a transação resultará em efeitos anticompetitivos, além de poder causar o aumento de preços para os consumidores finais.

Na sexta-feira (12), a Associação Neo, entidade que representa operadoras de TV por assinatura no país, foi aceita pela Superintendência-Geral do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) como interessada no processo de fusão entre a WarnerMedia e Discovery. A entidade não concorda com o processo e pede que seja recusado.

Para a Associação Neo, se a fusão foi realizada, haverá concentração no mercado de licenciamento de canais de TV por assinatura para as operadoras de pequeno porte, resultando assim no aumento de preços e diminuindo a diversidade de conteúdo para o consumidor final.

Ainda de acordo com a representação das operadoras de TV paga, as empresas serão incentivadas a diminuir a qualidade da grade dos canais, com o intuito de adquirir clientes para seus serviços sob demanda, sem intermediário direto com o consumidor. Além disso, também afirma que a Discovery não terá incentivo na negociação de distribuição de seus aplicativos por provedores de internet.

“A NEO entende que a Operação resultará em nítidos efeitos anticompetitivos. De fato, a Operação criará a segunda maior licenciadora de canais de TV por assinatura do Brasil, sendo as participações de mercado combinadas das Requerentes superiores a 30% no espaço de programação de canais de TV por assinatura em geral e no mercado de filmes e séries básicos, ao passo em que são superiores a 50% no segmento de canais infantis”, afirma a entidade.

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A Associação foi a única que pediu sua inclusão como interessada na transação. O Cade já tem o posicionamento de empresas que tenham negócios com a WarnerMedia ou Discovery, como a Claro, Vivo, Grupo Globo, Sky Brasil, Band, Box Brasil, AMC Networks, Netflix, Apple TV, Disney, Viacom, Google e Oi, mas as declarações são confidenciais.

A fusão das duas empresas foi anunciada em maio e vai render US$ 43 bilhões à AT&T. Com isso, será criado um conglomerado de produções audiovisuais, que será chamado de Warner Bros. Discovery.

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