25/04/2024

Operadoras condenam eventual bloqueio da Huawei

Empresas criticam o ambiente de incertezas atual e afirmam que a restrição de fornecedores poderá impactar os consumidores. Confira o texto na íntegra.

Diante do debate nos últimos meses sobre eventuais restrições à fornecedores nas futuras redes 5G, tendo a chinesa Huawei como principal foco, a Conexis Brasil Digital, entidade que congrega as operadoras de telefonia, emitiu comunicado criticando o ambiente de incerteza atual.

Segundo a entidade, eventuais restrições à fornecedores poderia provocar desequilíbrio em custos, atrasos ao processo de implantação de infraestrutura de rede, além de afetar diretamente a população.

A Conexis Brasil Digital ressalta que para oferecer as melhores soluções e preços ao consumidor é preciso utilizar equipamentos de fornecedores que apresentem melhor custo, escala mundial e inovação tecnológica.

Como boa parte da infraestrutura atual das tecnologias 2G, 3G e 4G já utiliza produtos dos principais fornecedores mundiais, um bloqueio de algum deles poderia levar provocar consequências diretas aos serviços prestados, argumenta.

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Além disso, como a maioria das operadoras são de capital aberto, a associação pede mais transparência nas discussões sobre o tema, para dar segurança aos investidores e atrair mais investimentos para o país.

“As principais operadoras do país possuem ampla expertise técnica e grande experiência nos mais elevados e críticos quesitos de privacidade e segurança de rede, e podem contribuir com soluções técnicas eficazes nas discussões que envolvem toda nossa cadeia de produtos e serviços, preservando a segurança do país”, argumenta a Conexis.

Apesar do Brasil ter assinado o acordo “Clean Network” (“Rede “Limpa”, em inglês), do governo dos Estados Unidos, ainda não há qualquer declaração oficial do Governo Federal determinando o bloqueio da Huawei ou de qualquer outro fornecedor.

Segundo o Ministério das Comunicações, a palavra final sobre o tema será de Jair Bolsonaro, entretanto, ela só deve vir no ano que vem, em data próxima ao leilão de frequências do 5G.

Confira o posicionamento da Conexis Brasil Digital na íntegra:

Por meio da imprensa e de todas as discussões públicas sobre o tema, as operadoras de telecomunicações associadas à Conexis Brasil Digital (nova marca do SindiTelebrasil), têm tomado conhecimento acerca de possíveis restrições à participação de fornecedores de equipamentos no processo de implantação das redes 5G no Brasil. Diante do nosso papel fundamental na implementação da tecnologia no país, e preocupadas com as incertezas geradas por essas discussões, ressaltamos a necessidade de transparência de todo o processo, prezando assim pelo princípio fundamental da livre iniciativa presente em nossa Constituição Federal.

Esse ambiente de incertezas pode impactar o desempenho do setor, pois eventuais restrições implicarão potenciais desequilíbrios de custos e atrasos ao processo, afetando diretamente a população. Questões como preço, escala mundial e inovações tecnológicas dos fornecedores hoje presentes no país são determinantes para que as melhores soluções e custos competitivos do serviço possam ser oferecidos pelas operadoras aos cidadãos.

Importante lembrar que todos os fornecedores globais já atuam no país nas tecnologias 4G, 3G e 2G. Uma eventual restrição a fornecedores do 5G pode atingir também a integração com a infraestrutura já em operação, com consequências diretas nos serviços oferecidos e custos associados, mais uma vez prejudicando os cidadãos brasileiros usuários dessa infraestrutura.

É necessário ainda ressaltar que as operadoras, em sua grande maioria, são empresas de capital aberto e a transparência das discussões é fundamental para gerar segurança aos investidores e seguir atraindo novos investimentos para o país.

O 5G será um dos principais marcos da revolução tecnológica em curso e um vetor fundamental de crescimento do país. Por isso, um debate amplo e o caráter técnico das decisões associadas serão fundamentais para o futuro da economia brasileira.

As principais operadoras do país possuem ampla expertise técnica e grande experiência nos mais elevados e críticos quesitos de privacidade e segurança de rede, e podem contribuir com soluções técnicas eficazes nas discussões que envolvem toda nossa cadeia de produtos e serviços, preservando a segurança do país.

Por fim, cumpre-nos destacar que representamos cerca de 4% do PIB e já investimos no país mais de R$ 1 trilhão de reais desde a privatização, o que nos permitiu dar uma resposta robusta à atual crise. Somos um setor que emprega quase 2 milhões de profissionais, diretos e indiretos, e um dos que mais contribuem com pagamentos de tributos ao erário público.

Prezando pelo diálogo, reforçamos nossa disposição para contribuir nesta relevante construção da política pública, que levará o Brasil ao futuro com o 5G, e pavimentará a economia 4.0 no país, garantindo continuidade e evolução aos serviços essenciais prestados por nosso setor a toda a população brasileira.

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