10/12/2025

Pesquisa mostra que 60% pagariam extra por serviços de satélite no celular

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Celular via satélite
Reprodução/Gemini

Mais de 60% dos consumidores globalmente estão preparados para pagar valores extras por serviços de conectividade via satélite em seus smartphones, segundo revela pesquisa conduzida pela GSMA Intelligence que ouviu mais de 12 mil usuários de telefones celulares em 12 mercados diferentes. O levantamento foi divulgado pela Viasat e investigou as percepções dos consumidores sobre serviços satelitais que complementam redes móveis terrestres.

O estudo aponta que mais de um terço dos consumidores relatou perder acesso a serviços celulares básicos pelo menos duas vezes por mês. Essa frustração com áreas sem cobertura pode explicar a disposição de pagar mais por alternativas que garantam conexão constante, mesmo em locais remotos ou de difícil acesso para as operadoras tradicionais.

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Diferenças regionais na disposição para pagar

A empolgação com conectividade satelital varia geograficamente. Regiões de alto crescimento como Índia (89%) e Indonésia (82%) demonstram maior disposição para pagar por esses serviços do que economias mais desenvolvidas, como Estados Unidos (56%) e França (48%). Essa diferença reflete as necessidades distintas de cada mercado e as lacunas de cobertura existentes.

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Potencial de receita para operadoras

O entusiasmo dos consumidores se traduz em potencial de receita para as operadoras de telecomunicações. Em média, consumidores dispostos a pagar mais estariam satisfeitos em gastar entre 5% e 7% a mais em suas contas telefônicas mensais atuais. Na Índia, os entrevistados mostraram-se dispostos a pagar 9% além do gasto mensal atual, representando oportunidade significativa.

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Apesar da Índia apresentar receita média por usuário (ARPU) de apenas US$ 2,35, contrastando com os US$ 45,57 dos Estados Unidos, o mercado indiano permanece crucial. Segundo o relatório, quando se considera o tamanho populacional maior e a maior disposição para pagar, mercados com ARPU mais baixo representam oportunidades substanciais de crescimento se estratégias comerciais forem adaptadas efetivamente.

Risco de perda de clientes

Operadoras que optarem por não oferecer serviços satelitais podem enfrentar risco de erosão de participação de mercado. Quase metade dos entrevistados (47%) afirmou que trocaria para uma operadora diferente se serviços externos em áreas fora de cobertura fossem incluídos na assinatura. Essa disposição para migrar demonstra o valor que consumidores atribuem à cobertura confiável.

Indústria em ponto de inflexão

Andy Kessler, Vice-Presidente da Viasat Enterprise, destacou que os dados evidenciam a frustração com pontos cegos móveis e mostram que consumidores estão dispostos a pagar ou até trocar de provedores por cobertura confiável. “Isso significa que a indústria está atingindo um ponto de inflexão. As operadoras de rede móvel precisam agir rapidamente para aproveitar o entusiasmo em torno dos serviços satelitais para garantir fidelidade e gerar receita“, afirmou Kessler.

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O executivo enfatizou ainda que essa transformação vai além de uma simples atualização de recursos. “Isso é mais do que fornecer uma atualização de recursos. Pode ser uma ferramenta essencial para inclusão digital, segurança e crescimento econômico. Estamos empolgados em forjar parcerias dentro do ecossistema para ajudar a tornar isso realidade para milhões de usuários a mais“, declarou.

Tim Hatt, Chefe de Pesquisa e Consultoria da GSMA Intelligence, reforçou o potencial do mercado. “Seis em cada dez dizem que estão dispostos a pagar extra por serviços D2D, e quase metade trocaria de provedor para obtê-los. Esse é um sinal decisivo de demanda e uma clara oportunidade de receita para operadoras“, destacou Hatt.

O especialista também apontou o momento crucial para o setor. “Com serviços satelitais alinhados aos padrões 3GPP e migrando de testes para realidade comercial, a corrida começou para entregar D2D em escala. Primeiro mensagens e voz, depois dados, para que as operadoras possam se diferenciar em alcance, resiliência e confiança do cliente“, completou.

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