
A corrida global pela inovação em transporte inteligente ganha novos contornos com a expansão do 5G-A, uma evolução do 5G tradicional, que já transforma cidades chinesas em laboratórios vivos de mobilidade conectada.
No Brasil, embora o uso da nova tecnologia ainda esteja em fase de planejamento, operadoras, fabricantes e governo acompanham de perto os movimentos asiáticos, buscando adaptar soluções às realidades locais.
A infraestrutura necessária para sustentar veículos autônomos e sistemas integrados de transporte exige uma rede altamente confiável e de baixíssima latência. É nesse ponto que o 5G-A se destaca.
Com promessas de velocidades de até 10 Gbps e tempo de resposta na casa dos 20 milissegundos, a tecnologia viabiliza aplicações que vão muito além da conectividade, como comunicação entre veículos (V2V), interação com semáforos e vias (V2X), e até operações remotas de frotas.
Casos reais mostram o potencial do 5G-A na prática
Na China, a aplicação prática do 5G-A já está em curso. Em cidades como Shenzhen, Pequim e Guangzhou, veículos autônomos circulam por centenas de quilômetros em áreas de testes abertas, interagindo em tempo real com infraestrutura urbana adaptada.
Os ganhos incluem redução de acidentes por pontos cegos, melhoria na fluidez do tráfego e queda nos tempos médios de deslocamento.
O país também avança em setores como logística e mineração. Portos automatizados e minas operadas por caminhões elétricos autônomos demonstram como o 5G-A pode ampliar a produtividade, reduzir riscos operacionais e transformar economias inteiras.
Brasil tem potencial, mas enfrenta entraves
Por aqui, o debate ainda gira em torno da expansão do 5G puro, cuja cobertura ainda avança em ritmo desigual.
Especialistas, no entanto, veem espaço para que projetos-piloto com 5G-A comecem a ser estruturados em parceria com universidades, montadoras e governos estaduais, especialmente em centros como São Paulo, Curitiba e Recife, que já demonstram interesse em políticas de cidades inteligentes.
“A adoção do 5G-A em países como o Brasil dependerá não só da disponibilidade de infraestrutura, mas também da regulação e da demanda por aplicações avançadas, como a mobilidade autônoma”, afirma um analista em entrevista ao portal árabe Telecom Review.
Indústria e operadoras observam o movimento global
Fabricantes como Huawei, Nokia e Ericsson já se preparam para oferecer soluções compatíveis com 5G-A no Brasil, ainda que os lançamentos dependam de aprovação da Anatel e de testes locais.
Em paralelo, operadoras como Claro, Vivo e TIM não descartam a adoção futura, mas por ora concentram esforços na consolidação do 5G standalone.
No campo empresarial, setores como agronegócio, mineração e transporte de cargas são vistos como os primeiros a se beneficiar das funcionalidades ampliadas do 5G-A. A expectativa é que, ao lado de cidades-piloto, esses segmentos puxem a adoção inicial da tecnologia no país.
Desafios seguem no radar, mas cenário é promissor
A implementação do 5G-A exigirá investimentos pesados, tanto em equipamentos quanto em adaptação de infraestrutura urbana. A capacitação de profissionais para operar e manter esses sistemas também é um ponto crítico.
Ainda assim, o Brasil tem vantagens estratégicas: uma base industrial diversificada, operadores já atentos à transformação digital, e um ecossistema crescente de startups voltadas à mobilidade urbana.
Com planejamento e incentivos adequados, o país pode não apenas importar modelos de sucesso, mas adaptar soluções ao seu próprio contexto social e econômico.
* Com informações de Telecom Review




