05/04/2024

Operadoras iniciam os testes da tecnologia Stir Shaken; entenda

Solução vai permitir o aparecimento do nome da empresa, da logomarca e o motivo da ligação na tela do smartphone do usuário.

Na semana passada, as operadoras já iniciaram o teste da plataforma centralizada do Stir Shaken, solução de autenticação de chamadas de telemarketing. Primeiramente, os testes estão sendo realizados em seus próprios números, mas ao longo das próximas semanas farão ajustes técnicos de interoperabilidade e definirão suas estratégias comerciais para a oferta do serviço no mercado.

De acordo com o superintendente de Controle de Obrigações da Anatel, Gustavo Santana Borges, já contrataram a solução e investiram em suas redes para estarem aptas ao sistema a partir desta data, assim como as operadoras de telefonia Vivo, Claro, TIM, Algar e Ligga.

Em entrevista ao Mobile Time, orge Alberto Bichara de Melo, diretor executivo da área jurídica, regulatória e de atacado da Datora, afirmou que “Este é um marco divisor no setor de telecomunicações brasileiro, do mesmo nível da portabilidade numérica. Tivemos que mudar toda a rede, e a interconexão entre as redes. Tudo funciona 100% online e precisa ser monitorado em tempo real”.

Com o Stir Shaken, quando o consumidor receber uma ligação dessas operadoras, aparecerá em na tela do smartphone o nome da empresa que está ligando, sua logomarca e o motivo da ligação. A adoção do sistema é para reduzir fraudes e aumentar e aumentar a proporção de atendimento de chamadas legítimas.

Nos Estados Unidos, o Stir Shaken já está sendo implantado com sucesso desde 2019. No Brasil, está sendo utilizado um software fornecido pela Cleartech gerenciado de maneira centralizada pela ABR Telecom, a mesma entidade responsável pela portabilidade numérica. A expectativa é que reduza significativamente o spoofing – prática de utilização do telefone para ações de cunho criminoso, como fraudes bancárias – e as ligações de robôs, que tiveram crescimento significativo nos últimos anos no país.

As operadoras vão remunerar a ABR Telecom pela operação e manutenção do sistema. O valor varia de acordo com o volume e fica na casa de milésimo de Real por chamada.

Limitações do Stir Shaken

Gustavo Santana Borges explicou que uma das maiores dificuldades da solução será a diversidade do parque de smartphones em serviço no Brasil, além da questão da atualização dos sistemas operacionais e do aplicativo de discagem.

“Cada terminal utilizado pelo brasileiro tem que estar compatível com a solução e a indústria de fabricantes de terminais está cada uma em uma etapa de adaptação. Não sabemos ainda quantos aparelhos estarão aptos, mas temos acompanhado esta movimentação para que haja adequação”, afirma o superintendente.

Entretanto, Bichara de Melo acredita que fabricantes e desenvolvedores vão se esforçar ao longo das próximas semanas para atualizar sistemas operacionais e apps para acelerar a adaptação a essa nova tecnologia.

Outra limitação do Stir Shaken é que a só vai funcionar quando o usuário final estiver conectado a uma rede 4G ou 5G. As operadoras chegaram a um acordo de que não valiam a pena realizar investimento para as redes 2G e 3G, o que encareceria demais o serviço. Com isso, os usuários que estiverem nessas redes não conseguirão ver as informações sobre a chamada recebida (nome da empresa, logo e motivo da ligação).

Vale lembrar que as redes 3G e 2G, mais cedo ou mais tarde, serão desligadas por causa do avanço do 5G e da atual predominância do 4G. A Anatel está ciente da restrição.

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