Nesta terça-feira (05), deveria ter acontecido a Assembleia Geral de Credores (AGC) da Oi, onde seria votado o novo plano de recuperação judicial da companhia. Entretanto, os credores com direito a voto decidiram suspender a AGC, seguindo um pedido apresentado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que inclusive foi rejeitado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ).
A assembleia foi instalada com um quórum alto, com 94,7% dos credores presentes. O novo encontro foi marcado para ocorrer em 25 de março, sendo que 88,48% dos credores votaram a favor do adiamento, enquanto que 11,52% foram contra. No entendimento das representações das administradoras da recuperação judicial da Oi, não havia condições de votar o plano hoje.
Na votação, a empresa também conseguiu uma prorrogação do stay period, uma proteção contra a cobrança de dívidas. No caso, o Banco do Brasil (BB), a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Fundo de Investimento Caixa Master Performance votaram apenas pela suspensão da assembleia. Além disso, o BB ainda sugeriu que o adiamento da assembleia e a stay period fossem votados separadamente, mas não foi atendido pela mesa.
Com dívidas de pelo menos R$ 44,3 bilhões, a Oi está em seu segundo processo de recuperação judicial desde março de 2023. A empresa pretende equalizar suas obrigações e dívidas e reestruturar os créditos em um modelo que se adeque à capacidade de pagamento das empresas, com novos prazos, encargos e formas de pagamento.
O novo plano de reestruturação, que deveria ter sido votado hoje, prevê um novo financiamento de US$ 650 milhões, o equivalente a R$ 3,2 bilhões nas cotações atuais, e a venda de ativos avaliados em mais de R$ 15 bilhões. Entre eles, a ClientCo, unidade de negócios com os clientes de banda larga por fibra óptica, e sua participação da V.tal, infraestrutura de rede neutra.
