18/05/2025

12 dias após ser anunciado, Pedro Lucas recusa ser Ministro das Comunicações

Deputado recusa convite de Lula para assumir Comunicações e expõe racha interno no partido e dificuldade do Governo com o Congresso.

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Pedro Lucas Fernandes disse “não” ao convite do Presidente Lula. A recusa pegou mal no Planalto. O União Brasil tinha indicado o deputado para o Ministério das Comunicações. Lula topou. Tudo parecia resolvido. Mas não estava.

Pedro Lucas, líder do partido na Câmara, soltou uma nota: vai continuar como deputado. Segundo ele, pode ajudar mais o governo assim. A decisão causou barulho em Brasília. Gleisi Hoffmann, ministra de Relações Institucionais, até reuniu líderes da base antes do anúncio, pois já havia desconforto. Não é só recusa. É um sinal claro de desgaste na articulação política.

A troca no ministério começou com a queda de Juscelino Filho, denunciado pela PGR. O União queria manter a vaga. A solução: Pedro Lucas. Mas o problema veio do próprio partido. Internamente, a indicação virou risco político para Antonio Rueda, presidente da sigla. Se Pedro Lucas fosse para o ministério, deixaria vaga a liderança da bancada. Então isso abriria nova disputa, com chance de derrota para Rueda.

Além disso, a bancada da Câmara está distante do governo. Das 59 cadeiras, 41 assinaram um projeto de viés bolsonarista. Ou seja, a base real de apoio do União ao governo é bem menor do que se diz.

A situação escancarou outro ponto: Lula anunciou Pedro Lucas como ministro antes de garantir o “sim”. Isso não é comum. Normalmente, o presidente só convida quem já aceitou nos bastidores. É o beabá da política. Porém dessa vez, foi diferente. Doze dias antes da recusa oficial, Gleisi já havia anunciado Pedro como novo ministro. Foi constrangedor.

A nota de Pedro Lucas, educada e respeitosa, não conseguiu apagar o vexame. Ele agradeceu, pediu desculpas e falou em compromisso com o Brasil. Mas, nos bastidores, o estrago estava feito.

Agora, o União Brasil tenta se reorganizar. E Davi Alcolumbre, presidente do Senado, entrou em campo. Ele quer manter a pasta sob influência do partido. Mas deve indicar alguém fora da Câmara, para evitar nova crise. Um nome ligado a ele, mas sem mandato, é a solução preferida. Foi assim no Ministério da Integração, com Waldez Góes.

Enquanto isso, o PSD está de olho. O partido de Kassab já tem três ministérios. Mas quer mais um. Portanto, a recusa de Pedro Lucas pode abrir essa brecha. Além do Ministério das Comunicações, o PSD também mira o Turismo. Hoje, esse posto é do União, com Celso Sabino.

No fim das contas, a novela mostrou que a base do governo está frágil. E que a dança das cadeiras em Brasília continua intensa. Com ou sem ministro novo, o Planalto terá que reconstruir pontes. Talvez até com outros partidos.

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