15/04/2024

Vice-presidente do Google fala sobre riscos da AI para o mundo atual

AI - Inteligência Artificial, tem preocupado muitas empresas e até um dos chefes do Google falou sobre os medos em relação a tecnologia.

O vice-presidente do Google reconhece os riscos associados à Inteligência Artificial (IA). Royal Hansen, que ocupará uma presença no Brasil na próxima quinta-feira (17) para o evento “Mais Segurança com o Google”, compartilhou suas perspectivas em uma entrevista concedida ao jornal Estadão.

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O executivo destacou a crescente consciência dos riscos inerentes à IA, ilustrando esse ponto com exemplos concretos. Ele enfatizou como os chatbots, programas de computador projetados para interagir com os seres humanos por meio de mensagens de texto, têm sido utilizados por criminosos para aprimorar técnicas de engenharia social, como o phishing, e até mesmo para criar códigos maliciosos, como malwares.

No entanto, ele argumentou que a propensão dos criminosos em explorar qualquer nova tecnologia em busca de vantagem não deveria surpreender, dado seu histórico de adaptação às ferramentas disponíveis.

Hansen defendeu que a abordagem para lidar com esse cenário complexo envolve uma dinâmica de “corrida entre ataque e defesa”. Ele explicou que, enquanto os criminosos exploram as possibilidades proporcionadas pela IA para suas atividades ilícitas, as empresas e desenvolvedoras tecnológicas trabalham incansavelmente para criar medidas defensivas que neutralizem essas ameaças.

Essa batalha constante reflete o ciclo iterativo em que tanto os criminosos quanto os defensores estão sempre buscando superar um ao outro em termos de tecnologia e estratégias.

Um ponto destacado por Hansen é a vantagem da inteligência artificial no contexto de segurança cibernética. Ele comparou a abordagem dos criminosos, que muitas vezes reutilizam ou adaptam códigos existentes, com a capacidade da IA de se beneficiar de uma equipe de desenvolvedores e especialistas em constante evolução. Essa equipe trabalha continuamente para atualizar as defesas e estratégias de segurança, aproveitando as últimas descobertas e técnicas emergentes para combater as ameaças.

No âmbito da segurança cibernética, Hansen destacou que o trabalho é ininterrupto devido à natureza contínua das ameaças. Ele ressaltou a importância da inovação constante como resposta à atuação inovadora dos adversários cibernéticos. O processo de defesa exige que as empresas e os profissionais de segurança permaneçam vigilantes e adaptáveis, procurando antecipar as táticas dos criminosos e desenvolver respostas ágeis e eficazes.

Em resumo, o Vice-presidente do Google, Royal Hansen, reconhece os riscos associados à IA no cenário de segurança cibernética. Ele destaca a dinâmica de “corrida entre ataque e defesa”, onde os criminosos exploram a IA para suas atividades ilegais, enquanto as empresas desenvolvem contramedidas para neutralizar as ameaças.

Hansen enfatiza a vantagem da IA de contar com uma equipe em constante atualização, permitindo uma resposta mais ágil e eficaz às ameaças em evolução. Ele também ressalta a importância da inovação contínua como estratégia fundamental para manter a segurança cibernética em um ambiente em constante mudança.

Ao ser indagado sobre se a inteligência artificial não agravaria a questão da desinformação (o ChatGPT, um dos assistentes de chat mais renomados, é inequivocamente comprovado como disseminador de informações falsas), o vice-presidente da Google reconheceu que tal preocupação perdura e necessita da cooperação de outras organizações atuantes na mesma área.

“O uso desses grandes modelos de linguagem para detectar informações violentas ou desinformação é uma das áreas mais avançadas da minha equipe. Estamos analisando marcas d’água para conteúdo criado por IA, mas ainda é cedo para saber como isso pode funcionar. O que é importante para mim aqui é que o setor reúna diferentes atores para trabalhar nesses problemas, porque não será suficiente que o Google faça isso. É preciso fazer isso na web como um todo.”

No que diz respeito à regulamentação da Inteligência Artificial, Hansen enfatizou que essa tecnologia está sempre evoluindo e que a implementação de diretrizes deve ser objeto de um diálogo em curso. Isso ocorre porque simplesmente criar regulamentos amplos não é suficiente, considerando que em um curto espaço de tempo a IA pode passar por atualizações e, consequentemente, tornar obsoleta uma legislação estabelecida.

Adicionalmente conforme o vice-presidente destacou, nenhuma companhia será capaz de antecipar todas as ramificações da IA.

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