28/04/2024

Operadoras virtuais reclamam sobre restrição do 5G em iPhones; entenda

Segundo a fabricante norte-americana, somente clientes da Algar, Claro, TIM e Vivo podem conectar a rede em seus smartphones.

A liberação de conectividade do 5G no Brasil para os iPhones tem causado revolta das operadoras móveis virtuais. Acontece que a atualização dos dispositivos disponibilizada pela Apple foi permitida apenas para as operadoras Algar Telecom, Claro, Vivo e TIM. Com isso, várias MVNOs foram à Agência Nacional de Telecomunicações reclamar sobre a restrição.

Com a decisão da Apple, pode ocorrer o possível fechamento do mercado em relação ao 5G, uma vez que usuários de outras prestadoras, que inclusive usam as redes de grandes operadoras, não foram contempladas com a disponibilização do 5G nos iPhones.

Conforme o site de suporte da Apple, os modelos de iPhone 14, iPhone 13, iPhone SE (3ª geração) e iPhone 12 podem se conectar com o 5G no Brasil, mas como já mencionado, apenas pelas operadoras Algar, Claro, TIM e Vivo.

De acordo com Tele.Síntese, a Anatel confirmou que houve reclamações das operadoras virtuais sobre o caso, e que está em contato com a Apple para tentar solucionar o impasse. Enquanto que a norte-americana preferiu não se posicionar sobre o assunto.

Entre as MVNOs afetadas pela medida da Apple está a Surf Telecom, que pede providência à Anatel, pois considera a restrição um tratamento discriminatório capaz de afetar a competição no mercado móvel brasileiro. Representantes da Tá Telecom, operadora recém-lançada, também forma a agência. “É uma pauta extremamente preocupante porque isso demonstra uma certa blindagem com relação à competição no mercado móvel”, diz Rudinei Gerhart, CEO da Tá Telecom.

“Acreditamos muito na Anatel no sentido de olhar para esse tema e determinar que a competição se preserve através de políticas para atendimento dos players de maneira isonômica. Problemas assim precisam ser controlados na origem, caso contrário, tornam o mercado brasileiro hostil à entrada de novos competidores”, defende Rudinei Gerhart.

Segundo Thomas Fuchs, da Datora e diretor presidente da Telcomp, embora não seja o seu mercado, o problema com a Apple tem impacto significativo entre outras operadoras com foco no varejo, e que a questão pode ser olhada pelo lado concorrencial. Ele também diz que as MVNOs vêm tentando obter as atualizações com a Apple, sem sucesso.

Se um grupo tem acesso à tecnologia, por que as outras não poderiam ter? Então é um problema concorrencial, e precisa de uma ação do regulador para isso não acontecer. Se você não consegue oferecer a mesma tecnologia, o cliente vai embora. E cliente Apple ninguém quer perder, costuma ter um ARPU alto”, resume.

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