28/03/2024

Faixa de 6 GHz é desejada pela indústria celular

Faixa designada pela Anatel para a tecnologia fixa sem fio de banda larga não licenciada vira tema discutido no MWC 22; saiba detalhes.

Nesta semana aconteceu o Mobile World Congress (MWC 22), fórum organizado pelo GSMA, que reúne as operadoras e indústria de celular, onde foram discutidos diversos segmentos do setor de telefonia celular. A faixa de 6 GHz, que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) designou para a tecnologia fixa sem fio de banda larga não licenciada, o WiFi6E, também foi tema recorrente no evento, onde voltou a ser cobiçada pela indústria celular.

A Anatel decidiu designar a faixa 1,2 GHz (que integra as frequências entre 5,925 GHz e 7,125 GHz) para as tecnologias não licenciadas, os representantes da telefonia celular alegam que haverá necessidade por mais espectro em médias posições em breve, e que o sucesso do leilão do 5G reforça essa posição.

O governo arrecadou R$ 48 bilhões com o leilão do 5G e vendeu apenas 400 MHz de espectro médio. Imagina quanto poderia arrecadar com a venda da frequência de 6GHz?” Indaga um fabricante de equipamentos para as redes celulares, assinalando que a decisão da Anatel não irá gerar qualquer arrecadação significativa de recursos.

Também foi usado como argumento a falta de equipamento para tanta frequência. De acordo com uma fonte, até então não foi certificado na Anatel qualquer produto que ofereça o WiFi 6E, que ocuparia todo o espectro determinado. “Simplesmente, porque não existe no mercado”, diz a fonte.

O vice-presidente da Ericsson, Tiago Machado, destaca que estudos da empresa apontam para o crescimento exponencial do consumo de dados e que deverá haver uma harmonização global desta frequência para o segmento móvel na próxima reunião de radiofrequência da União Internacional de Telecomunicações, UIT. “Pode haver um uso equilibrado entre o espectro licenciado e não licenciado”, defende ele.

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Para Tiago Machado, embora a Anatel já tenha decidido sobre o uso do espectro, não há nada que o impeça de rever a decisão. No leilão do 5G, por exemplo, a Anatel está limpando o espectro de 3,5 GHz para o celular, que era ocupado por outro serviço”, disse.

No entanto, a decisão do espectro para o serviço não-licenciado conta com uma defesa muito forte. Conforme a Abrint – entidade que representa os ISPs – essa tecnologia recoloca as operadoras menores na disputa pelos assinantes, mesmo que não tenham o 5G.

Além disso, a Anatel está tão certa da própria decisão que já encaminhou para a Comissão Interamericana de Telecomunicações (Citel) proposta para harmonização dos requisitos de uso da frequência de 6 GHz (faixa de 5.925 MHz a 7.125 MHz) nas Américas.

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