25/04/2024

Governo publica decreto que autoriza a extinção do Ceitec

Estatal é a única empresa da América Latina a fabricar chips e semicondutores.

Nesta quarta-feira, 16, foi publicado no Diário Oficial da União o decreto nº 10.578/2020, que oficializa a extinção do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada S.A. (Ceitec).

O fim da empresa faz parte do plano de Paulo Guedes, ministro da Economia, de privatizar ou liquidar todas estatais que estejam endividadas.

No caso do Ceitec, ele já acumulou um prejuízo de 124,3 milhões de reais nos últimos cinco anos.

Inicialmente, a intenção inicial era privatizar a empresa pública, mas como não apareceram interessados a equipe econômica decidiu por sua dissolução societária.

O decreto assinado por Jair Bolsonaro também determina que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) deverá criar regras e qualificar uma entidade privada sem fins lucrativos para absorver as atividades que eram desenvolvidas pelo Ceitec.

Instalado em Porto Alegre, sendo vinculada ao MCTI, o Ceitec é a única empresa da América Latina a fabricar chips e semicondutores.

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Inaugurada em 2008, a expectativa era que a empresa se tornasse a “Embraer da microeletrônica”.

No entanto, em um mercado altamente competitivo e com forte concorrência internacional, especialistas afirmam que o cenário deficitário do negócio foi motivado pela falta investimentos, além do governo brasileiro não ter se tornado o maior cliente da empresa.

Segundo o porta-voz da associação dos funcionários (ACCeitec), o engenheiro Júlio Leão, se o Ceitec fechar serão necessários R$ 300 milhões para descomissionar os equipamentos, um valor maior que a dívida atual da empresa.

“É um parque com muitos químicos e gases tóxicos. É necessária uma licitação internacional para selecionar uma empresa estrangeira, licenciada para isso, vir desconectar”, alertou Leão.

Já Luis Lamb, secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, afirmou que a estatal conseguiu reunir competências e capital intelectual e que ainda tinha muito a contribuir para o país.

“Esperamos que as competências e as atividades-fim da Ceitec, mesmo que num modelo privado, sejam muito bem avaliados e preservados no Estado”, afirmou Lamb.

Com informações de Imprensa Nacional, Veja e Jornal do Comércio.


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