21/04/2024

Operadoras são proibidas de permitirem ligação para a própria linha

Determinação veio da Anatel, por orientação da Polícia Federal. Prática pode facilitar invasão de hackers.

Ilustração: consumidora com smartphone
Imagem: PxHere

A onda de hackeamentos que assolou autoridades da Lava-Jato começou a surtir efeito nas operadoras de telefonia móvel. Todas estão proibidas de permitir que os consumidores façam ligações para a própria linha telefônica por determinação da Anatel.

Parece uma prática incomum e pouco lógica para os clientes no geral, mas trata-se de uma recomendação da Polícia Federal, já que a permissão desse ato pode facilitar a invasão de hackers.

É uma medida que vale tanto para linhas tradicionais, quanto para ligações pela internet (Voip). Na investigação que prendeu os responsáveis pela invasão das linhas de autoridades da Lava-Jato, a Polícia Federal constatou uma vulnerabilidade na rede de telecomunicações.

Chamadas em que o número de destino era igual ao de origem recebiam um encaminhamento automático para a caixa-postal, sem a necessidade de senha. O normal é que as operadoras ofereçam o atalho *100 com a solicitação de uma chave de acesso.

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Ligações via telefonia Voip por números que não pertencem à empresa que realiza a chamada também foram bloqueadas. Pois a invasão ao aparelho do ministro Sergio Moro se deu justamente dessa forma.

Com uma chamada pela internet, o hacker conseguiu obter a senha do Telegram e realizou a invasão.

A Polícia Federal descreve que o autor do crime possuía um serviço oferecido pela empresa que ofertava o recurso Voip. Nele, era possível editar o número que fazia a chamada.

É permitido que o consumidor mascare o número que faz a chamada pelo Voip, segundo a legislação brasileira. Entretanto, a empresa provedora do serviço só pode oferecer números do seu próprio cardápio e sem funcionamento.

No ataque ao ministro Sergio Moro, ele recebeu uma ligação do seu próprio número pela telefonia Voip. Trata-se de uma infração passível de punição pela Anatel, que aguarda apenas relatórios e documentos da Polícia Federal para dar início a uma investigação.

As empresas de telecomunicações já trabalham também com filtro de chamadas, inclusive para as que vêm do exterior. Dessa forma, será possível barrar esse tipo de invasão.

Com informações da Folha de São Paulo

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