
O desempenho comercial abaixo do esperado do iPhone Air acendeu um alerta no setor de telefonia móvel. Lançado com a promessa de um design ultrafino e inovador, o aparelho da Apple não obteve a resposta esperada do público, levando não apenas a uma reavaliação interna da empresa, mas também ao recuo de fabricantes concorrentes que apostavam em propostas semelhantes.
Segundo informações apuradas por portais internacionais como DigiTimes, 9to5Mac, além dos brasileiros Olhar Digital e TudoCelular, marcas como Xiaomi, Oppo e Vivo cancelaram ou suspenderam o desenvolvimento de modelos inspirados na mesma proposta ultrafina do dispositivo da Apple.
A decisão foi motivada pela constatação de que a demanda pelo iPhone Air não justificaria investimentos em um nicho que, até o momento, não mostrou tração no mercado.
Apple teria reduzido ou até paralisado produção do iPhone Air
Fontes da cadeia de suprimentos revelaram que a Apple reduziu significativamente os pedidos de fabricação do iPhone Air. Em alguns momentos, a produção teria sido completamente interrompida.
O aparelho, lançado como parte da linha iPhone 17, continua disponível para entrega imediata em várias regiões (incluindo o Brasil), um indicativo claro de estoques encalhados, em contraste com modelos como o iPhone 17 Pro, que enfrentaram longas filas de espera.
Embora a empresa não divulgue números detalhados por modelo, analistas e especialistas do setor apontam justamente para um desempenho comercial modesto do iPhone Air desde o seu lançamento.
A Apple, até agora, não se pronunciou oficialmente sobre a possível descontinuação ou readequação estratégica da linha.
Reação no mercado: fabricantes chinesas recuam
De olho nos desdobramentos, grandes fabricantes chinesas optaram por abandonar projetos semelhantes.
De acordo com o DigiTimes, a Xiaomi, uma das marcas chinesas mais populares, teria cancelado um modelo quase idêntico ao iPhone Air que já estava em desenvolvimento.
Oppo e Vivo, que também apostavam em designs ultrafinos, suspenderam iniciativas do tipo, redirecionando recursos, como soluções de eSIM, para aparelhos com maior apelo comercial.
A tendência sugere um movimento de cautela no setor. Com margens cada vez mais apertadas e consumidores exigindo mais autonomia de bateria e desempenho, o visual ultrafino parece ter perdido prioridade diante de funcionalidades mais práticas e valorizadas no uso cotidiano.
Tendência de mercado: foco volta ao desempenho
A rejeição silenciosa ao iPhone Air e seus semelhantes reforça uma leitura do mercado já em curso: design não é mais o diferencial decisivo em tempos de smartphones maduros e funcionais.
Consumidores têm dado preferência a dispositivos com melhor duração de bateria, mais recursos integrados e maior robustez. Nesse cenário, aparelhos extremamente finos tendem a perder espaço.
Há ainda rumores de que a Samsung teria enfrentado desafios parecidos com o modelo Galaxy S25 Edge, e que a versão prevista para 2026 estaria sendo reconsiderada, embora a empresa sul-coreana não tenha confirmado qualquer mudança oficialmente.
Cenário para os próximos lançamentos
Com a retração na categoria de celulares ultrafinos, fabricantes devem reforçar linhas tradicionais, focadas em recursos técnicos e integração com serviços.
A aposta em modelos dobráveis, soluções de IA embarcada e baterias de longa duração aparece como tendência mais sólida.
A Apple, por sua vez, segue testando outros formatos e tecnologias, incluindo um possível modelo dobrável para os próximos anos.
Resta saber se, após o desempenho morno do iPhone Air, a empresa adotará uma postura mais conservadora em relação a experimentos de design.
* Com informações de DigiTimes e 9to5Mac




