
Em 2026, especialistas do setor de telecomunicações preveem uma transformação global impulsionada pela inteligência artificial agêntica em redes autônomas para otimizar a conectividade e reduzir custos operacionais, conforme relatos do portal telecoms.com. Esta mudança ocorrerá através da implementação de arquiteturas nativas em IA em diversos países, permitindo que as operadoras evoluam de simples provedoras de sinal para centros de processamento inteligente, atendendo às demandas de uma economia cada vez mais digital.
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IA como o novo cérebro das redes
Ronnie Vasishta, da Nvidia, afirma que em 2026 as operadoras transformarão sua infraestrutura física em grids de IA distribuídos. Segundo ele, “as telcos começarão a transformar suas vastas pegadas físicas abrangendo imóveis, energia e conectividade em grades de IA distribuídas para processamento de tokens em escala”. Essa mudança permitirá que a IA seja processada com menor custo e melhor desempenho, sendo a forma principal de engajamento da população, especialmente em regiões onde o acesso móvel é a prioridade absoluta.
Complementando essa visão, Fernando Rionegro, da Nokia, acredita que a IA deixará de ser apenas uma ferramenta para se tornar uma camada de raciocínio da rede. Ele destaca que “em 2026, veremos modelos de IA cada vez mais treinados em conhecimento de domínio específico e comportamento real da rede”. Isso fornecerá insights acionáveis e melhor tomada de decisão, tornando a inteligência artificial um componente central e obrigatório nas operações futuras das empresas de telecomunicações, deixando de ser um recurso opcional.
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Redes autônomas e o fim da gestão manual
Danielle Rios, da Totogi, alerta para um “acerto de contas” com a IA agêntica, defendendo a necessidade de uma IA ontológica. Ela explica que plataformas horizontais podem falhar se os agentes interpretarem regras de negócios de forma errada. “O que as telcos precisam é de IA ontológica: agentes que não aprendem sua lógica de negócios, mas que a têm imposta”. Isso garante que todos os agentes se alinhem instantaneamente sempre que houver mudanças no catálogo de produtos operacionais, evitando erros de cobrança.
Alok Shah, da Samsung, prevê que 2026 será o ano da descoberta para redes totalmente autônomas. Com a automação impulsionada por IA e sistemas agênticos, as redes deixarão de ser apenas gerenciadas para se tornarem autogerenciáveis. “As redes mudarão claramente de gerenciadas para autogerenciadas”, permitindo identificar e resolver problemas proativamente. Isso resultará em economias significativas de custos operacionais e uma redução drástica no tempo de inatividade das redes modernas, superando a intervenção humana.
A IDC projeta que essa transição será rápida e impactante para o mercado corporativo. Veja abaixo os principais marcos esperados para os próximos anos:
| Tecnologia Habilitadora | Previsão de Adoção | Impacto na Operação |
| APIs de IA Agêntica | 75% das empresas (2026) | Personalização em ferramentas de colaboração |
| Infusão de IA em Consultoria | Já em 2026 | Redução de 60% no tempo de design de rede |
| Cloud WAN para IA | 75% das empresas (2028) | Conectividade centralizada para IA em nuvem |
| Wireless WAN com IA | 85% das empresas (2029) | Redes resilientes e seguras por padrão |
Satélites, segurança e novos competidores
A expansão da conectividade via satélite será outro pilar fundamental conforme dados do telecoms.com. Gil Rosen, da Amdocs, espera uma expansão significativa, onde o satélite deixa de ser um nicho. “Podemos até testemunhar o primeiro sinal de um provedor de satélite indo direto aos consumidores”, afirma. Isso mudará o modelo atual, tornando o satélite um competidor de banda larga convencional, impulsionado pela proliferação de smartphones compatíveis e pelo crescimento acelerado do mercado de Internet das Coisas.
No campo da segurança, Paulina Gomez, da Ciena, aponta que 2026 marcará a transição para comunicações seguras contra computação quântica. Com a ameaça de descriptografia futura, a agilidade criptográfica será essencial. “Veremos a mudança para uma adoção mais ampla de soluções seguras contra computação quântica entre entidades conscientes da segurança”. Testes e implantações reais de algoritmos pós-quânticos serão vitais para garantir a confidencialidade absoluta de todos os dados críticos transportados hoje.
O fator humano e a experiência do cliente
O setor de finanças também entrará no mercado móvel global. Kester Mann, da CCS Insight, prevê que neobancos como Revolut e Monzo seguirão os passos de empresas inovadoras como o Nubank no Brasil. “O celular está se mostrando atraente para os neobancos, pois oferece a oportunidade de vender outro produto digital para um público já cativo e experiente em tecnologia”. Isso pode gerar novas receitas e aumentar a fidelidade do cliente através da venda cruzada de serviços em um ecossistema digital unificado.
Por fim, Duncan Stewart, da Deloitte, sugere que as operadoras focarão na conectividade simples e confiável para recuperar a confiança. Em vez de competir em software com gigantes da tecnologia, o sucesso virá de ser a espinha dorsal do mundo online. “O objetivo real será reconquistar a confiança por meio de preços mais claros, melhor suporte ao cliente e benefícios que realmente se encaixem na vida cotidiana das pessoas”, oferecendo valor real para os usuários finais em suas rotinas diárias conectadas.





