
A Nokia anunciou a reavaliação de sua divisão de redes privadas como parte de uma reestruturação estratégica global, colocando a unidade Enterprise Campus Edge à venda em 2026, embora mantenha o compromisso com o mercado de 5G privado através da venda de equipamentos de rádio e plataformas core. O anúncio foi feito durante o Capital Markets Day da companhia, onde o CEO Justin Hotard apresentou uma reformulação completa da estrutura corporativa.
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Unidade não se alinha à estratégia de IA
A decisão afeta diretamente a unidade Enterprise Campus Edge, que engloba redes privadas, conectividade Wi-Fi e soluções de edge local. Segundo Hotard, essas operações geraram aproximadamente 900 milhões de euros em vendas líquidas nos últimos 12 meses, com margem bruta de 22% e prejuízo operacional de 100 milhões de euros. O executivo explicou que essas unidades não se alinham às cinco prioridades estratégicas definidas para aproveitar oportunidades relacionadas à inteligência artificial.

O CFO Marco Wiren revelou que a Nokia conduziu uma análise focada em posição de mercado, perfil de margem e adequação estratégica, concluindo que “esses negócios não são essenciais para a Nokia e não somos os proprietários certos“. A empresa pretende definir o melhor caminho para cada uma dessas divisões até o final de 2026, avaliando potenciais compradores e modelos de transação adequados.
Liderança no mercado de 5G privado continua
Apesar da revisão estratégica, a Nokia enfatizou que sua posição de liderança no mercado de 5G privado permanece inalterada. A fabricante finlandesa acumulou 960 clientes de redes privadas 4G/5G até setembro, conquistando aproximadamente 50% de participação de mercado, segundo dados da GSA. Essa posição consolidada levantou questões sobre as reais intenções da companhia no setor.
Um porta-voz da Nokia esclareceu que a empresa continuará vendendo equipamentos de rádio para implantações wireless privadas, combinando plataformas core próprias ou de terceiros. Os segmentos-chave de clientes incluem não apenas operadoras de telecomunicações, mas também empresas voltadas para IA, nuvem e setores críticos como defesa. A estratégia mantém o foco em parcerias com provedores de serviços de comunicação.
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O que está sendo descartado
O que está sendo descartado são as plataformas de software DAC (Digital Automation Cloud) e edge, que funcionam mais como projetos de integração do que vendas de produtos. A maior parte das receitas de redes privadas da Nokia vem de hardware, enquanto elementos de software contribuem com apenas uma pequena fatia das vendas totais. A empresa optou por não compartilhar detalhes financeiros específicos sobre essa divisão.
A nova estrutura organizacional separa as unidades em revisão de dois segmentos operacionais principais: Infraestrutura de Rede e Infraestrutura Móvel. Além da Enterprise Campus Edge, também estão sob avaliação as divisões de Fixed Wireless Access CPE, Microwave Radio e Site Implementation and Outside Plant. Todas foram agrupadas em um segmento dedicado de negócios de portfólio, isolado das operações centrais.


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