14/12/2025

Dona da Vivo planeja 6 mil demissões

A gigante de telecomunicações espanhola Telefónica negocia um amplo corte de pessoal que afeta áreas centrais, inovação e TV paga em busca de eficiência.

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Telefonica Vivo
Divulgação/Telefonica

A Telefónica, empresa espanhola dona da operadora Vivo, prepara um plano de demissões que pode ultrapassar 6 mil postos de trabalho na Espanha, segundo informações divulgadas pelos sindicatos locais CCOO e UGT. O anúncio ocorre neste mês como parte da estratégia de redução de custos apresentada pelo CEO Marc Murtra, que busca economizar mais de 1,5 bilhão de euros anuais até 2028.

Inicialmente, os sindicatos espanhóis haviam reportado negociações envolvendo 5.040 demissões através de um plano de redundância ERE. No entanto, novos dados revelaram que os cortes serão ainda mais abrangentes, atingindo diversas unidades da companhia além das operações principais de telecomunicações.

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A Telefónica e a Vivo no Brasil

A Telefónica é uma das maiores empresas de telecomunicações do mundo e controla a Vivo, líder do mercado brasileiro de telefonia móvel. O grupo espanhol detém participação majoritária na operadora brasileira através da Telefónica Brasil, que opera sob a marca Vivo desde 2012. A companhia atua em diversos países da Europa e América Latina, sendo a Espanha seu mercado doméstico e o Brasil uma de suas principais operações internacionais.

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Embora os cortes de empregos anunciados estejam concentrados na Espanha, decisões estratégicas da matriz podem impactar todas as subsidiárias do grupo no longo prazo. A meta de redução de custos operacionais faz parte de um plano global que visa tornar a empresa mais competitiva diante dos desafios enfrentados pelo setor de telecomunicações em todo o mundo.

Telefônica Vivo

Unidades afetadas pelo corte

As demissões afetarão principalmente a Telefónica de España, com 3.649 postos, seguida pela operação móvel da empresa, que terá 1.124 funcionários impactados, e a Telefónica Soluciones, com 267 vagas cortadas. Esses números representam cerca de 41%, 31% e 24% dos funcionários de cada unidade, respectivamente.

Além das operações de telecomunicações tradicionais, outras áreas da Telefónica também serão atingidas. A operação central da empresa enfrentará o corte de 378 posições, enquanto a Telefónica Digital Innovations perderá 233 vagas e a divisão global terá 140 funcionários desligados. A plataforma de TV por assinatura Movistar+ também está no radar, com 297 posições ameaçadas.

telefonica

Com todos esses cortes somados, o número total de demissões chega a 6.088 postos de trabalho, representando aproximadamente 20% dos 25 mil funcionários que a Telefónica mantém na Espanha. Este é o maior plano de reestruturação da empresa desde janeiro de 2024, quando a companhia conseguiu eliminar 3.421 vagas.

Reação dos sindicatos

Os sindicatos CCOO e UGT manifestaram forte oposição ao plano proposto pela Telefónica. Em comunicado oficial, as entidades afirmaram não compartilhar ou considerar justificada a necessidade de recorrer a demissões coletivas como meio de ajuste organizacional. As organizações defendem que existem alternativas viáveis tanto em termos de emprego quanto de organização da força de trabalho.

As exigências sindicais incluem que qualquer esquema de demissão seja voluntário, universalmente disponível, vinculado à aposentadoria antecipada e associado a um plano de criação de empregos. Os sindicatos rejeitaram a proposta inicial da Telefónica e apresentaram suas próprias demandas nas negociações que estão em andamento desde o início desta semana.

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Tendência do setor de telecomunicações

A estratégia de cortes da Telefónica se insere em uma tendência mais ampla no setor de telecomunicações europeu. As operadoras enfrentam anos de estagnação nos negócios e pressão crescente dos investidores para reduzir custos e promover consolidação no mercado. A automação e a substituição das antigas redes de cobre por fibra óptica permitem que as empresas operem com menos funcionários.

O CEO Marc Murtra apresentou o novo plano estratégico da empresa no início deste mês, estabelecendo metas de crescimento focadas em convergência de serviços, mercado corporativo B2B e melhorias no índice de satisfação do cliente (NPS). A meta de economia anual de custos operacionais supera 1,5 bilhão de euros até 2028, podendo chegar a mais de 2 bilhões de euros até 2030.

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