
Em um cenário cada vez mais conectado, onde o consumo de conteúdo online faz parte da rotina dos brasileiros, a pirataria audiovisual segue sendo um grande desafio para o setor de entretenimento.
Reconhecendo o problema, a ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura) resolveu lançar uma nova campanha que, além de informativa, traz leveza e criatividade para conscientizar o público sobre os impactos negativos que gera o consumo ilegal de conteúdos.
Travesseiros falantes e vozes conhecidas da TV
A campanha traz um conceito inusitado: travesseiros que ganham vida e falam com os espectadores, refletindo o peso na consciência de quem assiste a filmes e séries piratas.
A ideia se mostra simples e eficaz. Ao fim do dia, ao deitar no travesseiro a pessoa deve sentir o sentimento de paz, não de culpa.
Tendo a narração de estrelas como Sabrina Sato, Rafael Portugal e Everaldo Marques, os vídeos são feitos para se conectar diretamente com o público, tratando com bom humor e leveza um tema sério.
“Pirataria. Não é legal”: um lema direto e educativo
Usando o slogan “Pirataria. Não é legal”, a publicidade será veiculada até junho de 2025 nas emissoras de TV aberta e também em canais por assinatura. Porém, não se deixe levar pelas piadas e da abordagem lúdica, na realidade esse cenário é preocupante.
De acordo com os dados levantados pela ABTA com base em informações da Anatel e do IBGE, em torno de 7 milhões de casas no Brasil usam sinais de TV de maneira ilegal. Isso corresponde a um prejuízo de R$ 51,7 bilhões em só cinco anos. Esse valor afeta a economia e o emprego de muitos brasileiros.
Avanços no combate à pirataria nos últimos anos
Nos últimos anos, iniciativas como a “Operação 404”, que está na sua sétima fase, se mostraram com bons avanços no combate à pirataria. Foram apreendidos mais de 1,5 milhão de dispositivos ilegais, 4.200 sites piratas que foram bloqueados, e 40 prisões realizadas.
Fora isso, a criação do Laboratório Antipirataria da Anatel e suas novas ferramentas para bloqueios automatizados mostram o trabalho em conjunto do setor público e privado.
Desafios legais e a urgência de cooperação entre setores
Sabemos, no entanto, que esse caminho ainda é muito longo. A ABTA pede urgentemente o fortalecimento das leis e a aplicação da nova Lei nº 14.815/2024 pela ANCINE, que irá permitir que os dispositivos ilegais sejam tirados do ar.
Também vale ressaltar que as plataformas digitais deverão assumir um papel mais proativo, pois acabam servindo como uma espécie de ponte para a disseminação desses conteúdos.
Consumo consciente como ato de cidadania
Oscar Simões, presidente da ABTA, deixou claro que o sucesso no combate a pirataria, depende muito da colaboração das empresas, governo e sociedade.
“Esse não é apenas um problema da indústria audiovisual. É uma questão de cidadania, economia e segurança pública. A união é o único caminho viável.”
Em tempos que se discute a valorização da cultura e o respeito ao trabalho, consumir conteúdo legal não se trata apenas de ética. O gesto demonstra responsabilidade coletiva.
Sabendo que o entretenimento é feito com esforço, talento e investimento, merece sempre ser tratado com respeito, assim como nós gostaríamos de ser tratados e reconhecidos em nossos trabalhos.