10/04/2024

Ligga aposta na faixa de 700 MHz e parcerias para lançar serviço 5G

Empresa busca estratégias para cumprir as obrigações do leilão e atender obrigação de cobertura que tem com as mais de mil cidades.

A Ligga Telecom, uma das entrantes no mercado de telefonia móvel, aposta na utilização da faixa de 700 MHz para a sobrevivência da empresa, e ainda espera firmar parcerias com outras operadoras para viabilizar o lançamento de redes 5G para atender cidades pequenas de São Paulo e a região Norte.

Foto: Divulgação

Diretor de assuntos regulatórios da operadora, Vitor Menezes participou do Fórum das Operadoras Inovadoras de 2024, promovido por Teletime e Mobile Time nesta terça-feira (09), e explicou que “Apenas a Ligga tem que implantar 2,5 mil ERBs [estações radiobase] até 2030 em 1.184 cidades. É um desafio muito grande”.

Menezes falou sobre a importância do uso secundário da faixa de 700 MHz devolvida pela Winity. O executivo explica que é por uma questão de eficiência espectral do próprio 5G e por permitir voz, visto que poucos smartphones permitem o recurso a partir da faixa de 3,5 GHz. “Hoje, são pouquíssimos os devices no mundo que usam a faixa de 3,5 GHz que conseguem fazer voz, e são muito caros”, ressalta.

“Neste primeiro momento, se nós não tivermos acesso a essa faixa, provavelmente vamos enfrentar muita dificuldade, e em especial para aquelas operadoras regionais que não têm acesso à faixa de 2,3 GHz [destinada ao 5G]”, destaca.

A abordagem de entrada no mercado móvel da Ligga é classificada como “cautelosa” por Menezes, mas busca estratégias que permitam o cumprimento de obrigações com serviços de terceiros. “Estamos desenvolvendo modelo de negócios para cidades abaixo de 30 mil habitantes, e também estamos pensando no Norte. Não tem como montar banquinha e sair vendendo chip, isso não faz mais sentido. Dependemos de parceiros. Quando a gente pensa no Norte, olhamos o ecossistema local e pensando em estruturar algo”, afirmou.

Com a utilização da faixa de 700 MHz, a Ligga Telecom pretende atender a obrigação de cobertura que tem com as mais de mil cidades, mas com foco inicial naquelas cujos compromissos vencem primeiro, ou em 2026.

Embora não tenha sido uma das operadoras que pediu para a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) suspender prazos para ativação do 700 MHz em uso secundário, a empresa considera o cronograma muito estreito, e defende um “cronograma razoável” para ligar o serviço 5G.

“Levamos para a Anatel, para o governo, a necessidade de um cronograma razoável para as operadoras fazerem uso dessa faixa de espectro. Sem esta faixa, quem não tem espectro de 2,3 GHz, que são todas as entrantes exceto Brisanet, teremos muita dificuldade”, acrescentou.

A empresa explica que não estava no planejamento imediato adquirir rádios para a operação móvel, em movimento que precisará ser feito assim que tenha o uso secundário do 700 MHz em mãos. “Nós precisamos de um cronograma para poder ativar essas ERBs em um prazo razoável para que as operadoras regionais possam, de fato, fazer uso dessa dessa faixa de espectro”, conclui.

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