25/04/2024

Telegram pode ficar fora do ar no Brasil por ordem da Justiça

Mensageiro, o Telegram, pode ficar fora do ar no Brasil, pois a Justiça, vai exigir retirada do aplicativo das lojas de apps.

O Telegram ficará fora do ar nas próximas horas. A Justiça ordenou que o aplicativo seja removido imediatamente das lojas de aplicativos e operadoras de telefonia, pois não forneceu à Polícia Federal todos os dados relacionados aos grupos neonazistas da plataforma, conforme solicitado pela corporação. 

Telegram

A Diretoria de Inteligência da PF informou que a Vivo, Claro, Tim e Oi, bem como o Google e a Apple, responsáveis pelas lojas de aplicativos Playstore e App Store, receberão um ofício sobre a suspensão do Telegram ainda na tarde desta quarta-feira (26).

Início do caso entre Telegram e Polícia Federal 

Na sexta-feira (21), o Telegram cedeu parte dos dados solicitados pela Polícia Federal após a intervenção do judiciário. No entanto, a corporação requer os dados e contatos dos administradores e membros de um grupo com conteúdo neonazista, mas o Telegram não forneceu os números de telefone. 

Como consequência, a Justiça determinou a suspensão do aplicativo e ampliou a multa de R$ 100 mil para R$ 1 milhão por dia de recusa em fornecer os dados. O Telegram não emitiu nenhum comunicado sobre o caso.

Ataque a escola em Aracruz e grupos antissemitas

De acordo com a Polícia Federal, durante a investigação do ataque em uma escola em Aracruz, que resultou na morte de quatro pessoas, foi descoberta a interação do jovem de 16 anos responsável pelo crime com grupos neonazistas no Telegram, que promoviam conteúdos antissemitas. 

Como resultado, a polícia solicitou à plataforma que fornecesse os dados dos administradores e membros do grupo para determinar possíveis conexões e influência no incidente em questão.

“Observou a autoridade policial que o menor infrator era integrante de grupos de Telegram de compartilhamento de material de extremismo ideológico, cuja divulgação de tutoriais de assassinato, vídeos de mortes violentas, tutoriais de fabricação de artefatos explosivos, de promoção de ódio a minorias e ideais neonazistas”, diz trecho do pedido de quebra de sigilo telemático da PF.

O Ministério da Justiça está investigando o envolvimento de grupos extremistas em casos de violência em escolas, após o incidente em Aracruz. O governador do Maranhão, Flávio Dino, ordenou uma investigação sobre células que defendem o nazismo no início de abril. 

Durante uma coletiva de imprensa após um caso de violência em uma creche em Blumenau, ele afirmou que a Polícia Federal descobriu conexões entre grupos neonazistas e adolescentes influenciados a cometer violência em escolas.

O ministro relatou que as investigações encontraram grupos em São Paulo e Goiás que estariam recrutando adolescentes do Maranhão com conteúdo antissemita.

“Nós tivemos uma operação em que houve um agrupamento em que havia, inclusive, no domicílio bandeiras com suásticas. Eles estavam sediados em São Paulo e Goiás recrutando jovens no Maranhão. Recrutando jovens para a prática de violência em escolas. A denúncia veio desses jovens dizendo que estavam sendo assediados pela internet.”, disse Dino na ocasião.

A Polícia Federal conduziu uma investigação que resultou em uma série de operações visando adolescentes e adultos como alvos. Entre eles estava um adolescente em Monte Mor, localizado no interior de São Paulo. Esse indivíduo foi identificado por meio de mensagens a partir da denúncia dos alunos do Maranhão. Durante a operação, vários objetos nazistas e uma réplica de arma de fogo foram encontrados em sua posse.

Em outra operação, um adolescente no Piauí também foi identificado através de grupos nazistas nas redes sociais pelo Ministério da Justiça. Ele foi encontrado com símbolos nazistas e uma faca. No Rio Grande do Sul, outro adolescente foi apreendido com símbolos nazistas após ser rastreado em grupos de discurso de ódio nas redes sociais.

ViaG1

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