25/04/2024

Valor de mercado das teles cai na Bolsa de Valores do Brasil

Entre janeiro e setembro deste ano, houve o recuo de 18% das ações da Oi, Vivo, TIM, Brisanet, Desktop e Unifique em relação ao fim de 2021.

De acordo com dados da consultoria Teleco, as seis operadoras de telecomunicações que possuem ação na B3 (Bolsa de Valores do Brasil), perderam quase um quarto do seu valor de mercado conjunto entre janeiro e setembro deste ano. Oi, Vivo, TIM, Brisanet, Desktop e Unifique, juntas, totalizaram R$ 103,6 bilhões no final do terceiro trimestre, recuo de 18% em relação ao fim do ano passado.

Bernardo Guttman, analista da XP Investimentos, afirma que embora haja fatores favoráveis ao setor, como a consolidação de mercado a partir da venda da Oi Móvel, a queda da alíquotas de ICMS e o uso mais eficiente das infraestrutura de rede, isto ainda não surtiu efeito no preço das ações das operadoras.

No período analisado pela Teleco, a Vivo e a TIM sofreram as maiores reduções no valor de mercado. No caso da Telefônica, seu preço no fim de setembro era de R$ 67,9 bilhões, uma redução de R$ 15,3 bilhões no comparativo ao patamar de 30 de dezembro de 2021, sendo que na última sexta-feira (14), o valor era menor: R$ 66 bilhões. Já a operadora italiana perdeu R$ 2,6 bilhões de valor de mercado em nove meses. No fim de setembro valia R$ 29,2 bilhões, e na última sexta, 28,9 bilhões.

A Oi, que está em recuperação judicial, no fim de setembro valia R$ 2,6 bilhões, quase metade do valor registrado em 30 de dezembro de 2021, onde valia R$ 5,1 bilhões. A disputa do preço final da venda da Oi Móvel para TIM, Vivo e Claro afeta esses valores de mercado.

Existe a questão da compra da Oi Móvel , que gera muita especulação”, diz Eduardo Tude, sócio-presidente da Teleco. A Claro, que não tem ações na B3, a TIM e a Vivo, quer uma redução de R$ 3,18 bilhões no preço original de R$ 16,5 bilhões da operação.

Há incertezas também no mercado por causa da compra de frequência o 5G pela Brisanet e Unifique. “Por causa do investimento em 5G, as duas assumiram uma série de compromissos [regulatórios]”, justifica o consultor.

Entretanto, há fatores que favorecem o mercado de telecomunicações no Brasil, sendo Guttman, da XP.

  • Consolidação do mercado de telefonia móvel com a venda da unidade móvel da Oi para a TIM, Vivo e Claro;
  • Redução do ICMS, como efeito da entrada em vigor da Lei Complementar no 194, de 2022;
  • Uso mais eficiente da infraestrutura pelas operadoras, através do compartilhamento de redes, por exemplo.

Embora reconheça que houve mudanças no mercado de telecomunicações, os investidores não querem pagar a frente, segundo analisa Guttmann.

Em busca do posicionamento, o Valor Globo tentou contato com as operadoras sobre o assunto. A TIM se manifestou falando apenas de seus “resultados sólidos e robustos em trimestres consecutivos“, e acrescentou que, em 2022, “os indicadores da operadora refletem o ótimo momento da companhia“.

De forma semelhante, a Vivo mencionou a expansão em 18% da base total de clientes no segundo trimestre do ano, em relação ao comparativo anual. Ressaltou que a marca é a quarta mais valiosa do país, de acordo com o ranking elaborado por Superunion e TM20.

A Oi, Brisanet e Unifique não fizeram comentários sobre o assunto.

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