03/05/2024

Sindicatos se unem e emitem nota de repúdio à Oi

Entidades reprovam demissões em massa da operadora em todo o país em meio a uma grande reorganização corporativa.

Ilustração: marlonludo

Nesta segunda-feira, 8, a Federação LIVRE dos Trabalhadores em Telecomunicações emitiu uma nota de repúdio contra dezenas de demissões na Oi em plena pandemia, em meio a uma nova reorganização corporativa.

A Federação LIVRE congrega sindicatos dos estados do Amazonas, Ceará, Espírito Santo, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Rondônia.

Tudo começou na última terça-feira, 2, quando o RH da operadora enviou um e-mail aos seus 12.500 empregados diretos comunicando que ocorreria uma migração de pessoal da Oi para a BRTelecom, que também é uma empresa do grupo, mas que está fora do plano de recuperação judicial em curso.

A gerência chegou a garantir que não haveria rescisão de contrato daqueles que fossem para a BRTelecom, e que a nova empresa assumiria todos os direitos e benefícios atuais dos trabalhadores.

A comunicação afirmava que 7 mil empregados seriam afetados e que a mudança ocorreria ao longo deste mês de junho. Segundo a Federação, tal medida gerou pânico e insegurança generalizada, pegando os sindicatos de surpresa.

A Federação se uniu e convocou uma reunião com o atual presidente da empresa, Rodrigo Abreu. No entanto, antes mesmo de ocorrer o encontro para esclarecimentos sobre a medida, foi anunciado que a Oi tinha desistido da reestruturação.

Entretanto, nesta segunda-feira, 8, a Federação divulgou que a Oi realizou a demissão de dezenas de colaboradores, incluindo trabalhadores, diretores e gerentes em todos os estados do país, metade deles somente no Rio de Janeiro.

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As entidades alegam que a companhia está usando da pandemia da Covid-19, que já causa insegurança, sofrimento e mortes, para piorar a situação, instalando o medo e o caos em seu quadro de trabalhadores.

“A Federação LIVRE não se furtará de tomar as medidas cabíveis, administrativas e jurídicas, caso a Oi resolva promover cortes em massa de pessoal. Estaremos na linha de frente para proteger a categoria de atitudes desvairadas da atual diretoria que trata com descaso e desrespeito os 12.500 ‘colaboradores’ diretos da maior operadora de telefonia fixa, da quarta maior operadora de telefonia móvel do Brasil e a terceira maior empresa do setor de telecomunicações na América do Sul”, diz a nota.

O Minha Operadora entrou em contato com a Assessoria de Imprensa da Oi, mas até a publicação desta matéria não recebemos um retorno sobre as demissões da companhia. A matéria será atualizada caso recebamos uma resposta.

[ATUALIZAÇÃO – 09/06/2020 19h04]:

Sobre as demissões realizadas, a Oi emitiu o seguinte comunicado:

Desde 2019 a Oi vem acelerando o processo de transformação e mudança de tecnologia, uma vez que seu Plano Estratégico tem foco na massificação da fibra ótica de alta velocidade no Brasil, como componente fundamental de todos os serviços de telecomunicações fixos e móveis. Para isso, a Oi segue implementando diversas ações de simplificação e eficiência de suas operações, incluindo ajustes em sua organização de modo a buscar a sustentabilidade do negócio e a flexibilidade para seguir atendendo, cada vez melhor, às atuais demandas por conexão, comunicação, informação e serviços digitais pela sociedade.

Este processo de substituição da infraestrutura de cobre por serviços baseados em fibra ótica de alta velocidade tem exigido também ajustes e adequação das equipes de forma a refletir essa nova dinâmica e atender aos perfis técnicos necessários para o atual momento do mercado de telecomunicações. Como parte desse processo, a companhia realizou recentemente mudanças em sua estrutura, com a otimização de processos, readequação de áreas e simplificação de tomada de decisão em todos os níveis, de maneira alinhada aos objetivos estratégicos da companhia. Essas mudanças resultaram em uma nova configuração dos níveis de gestão e no desligamento de 132 pessoas, entre colaboradores e executivos da empresa.

O processo de transformação do negócio prevê também uma realocação de receitas, custos e investimentos de nossos negócios. Em decorrência desse processo, sem que haja nenhum impacto de ordem prática na relação de colaboradores com a Oi nem no seu dia a dia com a organização, a companhia também prevê a reorganização de registros corporativos de colaboradores entre as empresas do grupo. A Oi manterá o foco em suas operações e sua transformação, seguindo com o projeto de se tornar uma das empresas de infraestrutura mais relevantes do país, e ciente do seu compromisso com a sociedade, clientes, fornecedores, profissionais e todos os participantes de seu ecossistema.

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