28/03/2024

Africanos tem a internet mais cara do mundo, diz estudo

Pesquisa também apontou que o Brasil tem menos políticas de acessibilidade do que outros países da América Latina.

Imagem: Reprodução/A4AI

Segundo relatório anual de acessibilidade da Aliança para Internet Acessível (A4AI, na sigla em inglês), os consumidores de países africanos estão pagando as taxas mais altas do mundo para ter acesso à internet. Em alguns países, 1 GB de internet móvel custa mais de um quinto do salário médio.

A pesquisa avaliou 136 países de baixa e média renda. No ranking, Iémen tem o preço de internet mais caro, seguido da Etiópia, Haiti, República Democrática do Congo, Serra Leoa, Libéria, Nicarágua, Sudão, Zimbábue e Malawi, a maioria países da África.

A explicação para os altos preços é a falta de investimento em infraestrutura e ambiente pouco competitivos nessas regiões, muitos deles sendo atendidos por um único provedor.

Em países da África subsaariana o usuário tem que desembolsar, em média, 5,83% a mais de sua renda mensal para obter um gigabyte de dados. Em mercados monopolizados o preço do GB pode custar até US$ 7,33 (em torno de R$ 29) mais do que locais com duas operadoras.

“A Internet permite que as pessoas gerem renda própria e abram o próprio negócio. Também abre portas para elas se capacitarem e alcançarem as suas ambições. Além disso, o acesso à informação permite que elas ajudem suas famílias e exerçam ativamente a cidadania em suas comunidades. Essas oportunidades ainda estão fora do alcance de bilhões de pessoas, bem como das sociedades em geral, nas quais a exclusão digital é a regra”, comenta Sonia Jorge, diretora executiva da A4AI.

O alto custo da internet é considerado o principal fator para que 49% da população mundial ainda estar offline.

O Brasil aparece em 12º lugar no ranking dos países com capacidade para reduzir os custos do setor e criar banda larga mais acessível. No entanto, o país fica atrás de outros países da América Latina, como Colômbia, Costa Rica, Peru, México, Argentina, República Dominicana e Equador.

O relatório de acessibilidade é uma iniciativa da The Web Foundation, fundada pelo inventor da internet, Tim Berners-Lee. Para elaborar o estudo, são realizadas pesquisas semestrais sobre políticas públicas. Também são coletados indicadores que comprovem a queda nos preços da banda larga.

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