24/04/2024

Vivo investe em novatas de olho no setor de aplicativos

O grupo Telefónica|Vivo aposta nos “ventos” da inovação aplicada em projetos de tecnologia para fomentar novos negócios no País. Em junho de 2012 a companhia inaugurou uma sede da sua aceleradora global Wayra, na cidade de São Paulo. O projeto já aportou R$ 100 mil em 11 projetos de empresas iniciantes(conhecidas pela palavra inglesa start-up). Além do incentivo financeiro, ela oferece espaço físico e consultoria. No início de 2013, a aceleradora vai investir em cinco novos projetos, que receberão o mesmo investimento e estrutura, durante o período de 10 meses. O lançamento da Wayra no País teve apoio do presidente da Vivo, Antônio Carlos Valente.

Pablo Larrieux, diretor de Inovação da Vivo, disse, em entrevista ao DCI, que, além de trazer benefícios para a marca do grupo e fortalecer o relacionamento com novos empresários, os principais segmentos em que as companhias de telecomunicações atuam hoje(dados e voz) não terão grande crescimento no futuro. Assim, a receita tende a crescer nas áreas de serviços e aplicações(programas que têm por objetivo ajudar o seu usuário a desempenhar uma tarefa específica), segmento muito explorado pelas iniciantes.

“Aplicativos voltados para as áreas de vídeo, conexão máquina à máquina [M2M], saúde e segmento financeiro ganharão importância. As empresas iniciantes apostam muito nesse tipo de desenvolvimento, fato que pode nos aproximar de projetos interessantes que, em hipótese, poderiam ser incorporados nos negócios do grupo”, explicou.

A Wayra foi criada para transformar ideias em negócios. O diretor do projeto no Brasil, Carlos Pessoa, frisou algumas ações: “Nosso trabalho não se restringe a aplicar dinheiro nas empresas e oferecer consultoria, também ajudamos nos contatos com investidores do mundo todo, porque o grupo Telefónica|Vivo e a Wayra estão presentes em muitos países”, contou. 

A contrapartida recebida pelo apoio é uma participação que variam entre 5% a 10% para aceleradora nas empresas fomentadas. 

Fazendo um balanço do projeto, ele salientou que todas as empresas já fomentadas estavam na fase das “ideias” e em seis meses desenvolveram protótipos. “A Kranio, por exemplo, conseguiu capital de um investidor estrangeiro. Além dela, apresentamos aaTag em um ‘Demo Day’ realizado em Miami”, reforçou.

Sobre mudanças no projeto, Pessoa ressaltou: “Alguns empreendedores estavam ansiosos em formular projetos de expansão internacional. Vamos evitar isso na segunda turma”.

A justificativa do diretor para a mudança é o potencial enorme dentro do Brasil: “Em 2013 vamos graduar empresas junto aos investidores do mercado local, que é enorme, tem capital e oportunidades”. 

A aceleradora escolheu mais cinco start-ups, que começam a receber incentivo em 2013: Bov Control, Gengibre, OvermediaCast, Proprietário Direto e a ProDeaf.

Para jovens empresários que tiveram seus projetos selecionados a visibilidade e a chance de consolidação no mercado são motivos de comemoração. 

Mario Nogueira, criador da Gengibre, contou que sua aposta em uma rede social que transforma voz em textos para o Twitter e o Facebook, vai se beneficiar muito do apoio do grupo Telefónica|Vivo. 

“Precisamos de integração com uma rede de voz e a ajuda de uma operadora para tocar o projeto adiante. A Vivo tem um canal de distribuição conhecido junto aos usuários e, claro, o aporte também nos ajudará no desenvolvimento do projeto”, argumentou Nogueira. 

O idealizador do site e rede social Proprietário Direto, Edgard Frazão, explicou que a empresa nasceu de uma experiência pessoal. Sobre Wayra, ele frisou: “O site já esta no ar, vamos nos beneficiar da rede de contatos do grupo e do aporte, que usaremos para aprimorar nosso trabalho”.

Já a OvermediaCast desenvolveu um sistema de social análise para vídeos on-line, que monitora os acessos e o nível de engajamento de seus usuários. Segundo o diretor Daniel Uchôa, a empresa decidiu participar do Wayra para acelerar seu processo de internacionalização. Ele contou que a equipe vai passar os três primeiros meses na unidade da aceleradora em Londres.

Além de fomentar iniciativas de jovens empreendedores, a Telefónica|Vivo criou um fundo de investimento chamado Amérigo, com capital de US$ 378 milhões para investimentos em empresas da América Latina, inicialmente para Brasil, Chile e Colômbia. 

No Brasil, os recursos virão de uma parceria da empresa com o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES).

“O fundo que terá um gestor e um conselho que vai escolher projetos em estágio de desenvolvimento maior que uma start-up. A expectativa para o Brasil é aportar R$ 40 milhões no começo das atividades do fundo em 2013, mas isso vai depender da demanda”, concluiu Larrieux.

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