18/04/2024

América Móvil vai investir R$ 6 bi neste ano no país

Mesmo nos tempos atuais de ligações interurbanas e internacionais a custo zero, a Embratel registra uma média mensal de 20 milhões pessoas utilizando o 21, o código de longa distância da operadora.


“O volume continua alto, mas a receita está caindo. Até 2003, o serviço participava com 70% e, agora, não passa de 30% da receita. Há muita concorrência”, diz José Formoso Martinez, presidente da companhia.

Não é por acaso que o “Faz um 21”, foco por muitos anos do marketing da Embratel, vem perdendo força. A empresa, que ocupou por décadas o lugar de “menina dos olhos” do serviço de longa distância brasileiro, tem o ano de 2012 como um marco no patamar de serviços integrados de telecomunicações

A Embratel chegou depois das concorrentes, mas veio com musculatura, com outras duas empresas do grupo América Móvil (Claro e NET Serviços). Todas são controladas por Carlos Slim Helú, da Telmex. Ele tornou-se gigante após longo monopólio nas telecomunicações mexicanas.

Os investimentos da Embratel, Claro e Net para este ano somam R$ 6 bilhões, divididos igualmente entre as três empresas. A Embratel Participações, com a incorporação da Net Serviços, em janeiro, faturou R$ 4,7 bilhões no segundo trimestre de 2012, 55% a mais do que o mesmo período de 2011.

Os resultados estão diretamente ligados à abrangência dos serviços: “A Net chega aos lares, a Claro leva mobilidade para as pessoas, a Embratel atende as empresas. Há infraestrutura para todos”, diz Formoso.

É mesmo um troca-troca. A Embratel divide com a Net a operação do telefone fixo que usa os cabos da empresa de TV paga. Já o Claro Fixo usa rede sem fio da Vésper, empresa comprada pela Embratel em 2003.

O serviço de televisão por satélite da Claro, por sua vez, substituiu o Via Embratel. Já a Net, com seus cabos em 99 cidades, é a lider com 40% do mercado. No segundo trimestre deste ano, a receita de TV paga do grupo cresceu 503% na comparação dos segundo trimestres de 2011 e 2012.

A telefonia fixa, “mais barata (no Brasil) que no México”, diz Formoso, hoje enfrenta concorrência acirrada, mas o serviço da Embratel e de suas parcerias, lançado depois dos concorrentes, conquista cada vez mais clientes e detém 20% de participação de mercado.

De acordo com dados da Anatel, em 2006, a presença da Embratel no segmento era pouco mais de 5%. Hoje, perde para a Oi, que detém fatia de 43,55% no bolo do mercado, e para a Vivo com 25,08%. Entretanto, está bem melhor colocada que a GVT, com seus 7,28%.

Não é de hoje que a Embratel disputa o cliente empresarial. Foi a primeira prestadora de telecomunicações a contar com rede nacional. Atuava nesse mercado quando ainda era estatal e também o fizeram os americanos, da MCI, que venderam a empresa em 2004 para Slim.

Mas agora, as mesmas inovações da tecnologia que tiram clientes da telefonia de longa distância criam um novo nicho. No fim de setembro, a Embratel investiu R$ 100 milhões em um centro de dados em São Paulo (na Lapa). Está oferecendo serviços de computação na nuvem, além do gerenciamento de rede de tecnologia da informação.

É o quinto centro de dados do grupo. Os outros quatro estão na capital paulista, em Campinas (SP) e dois no Rio de Janeiro. Estão conectados aos servidores da América Móvil em Bogotá, Buenos Aires e México.

Segundo Formoso, esse é o futuro. A computação na nuvem será oferecida para empresas de qualquer tamanho, por meio do portal da Embratel. Uma demanda que está apenas começando, diz o executivo.

Em 1985, quando ainda era uma estatal do Sistema Telebras, a Embratel lançou o primeiro satélite doméstico de comunicações na América do Sul. Hoje, a subsidiária Star One opera cinco satélites e vai lançar mais um no fim do ano. Também será lançado, em parceria com a Claro e empresas internacionais, um novo cabo submarino, com 17,5 mil quilômetros, que virá dos Estados Unidos, passando pelo Caribe e chegará a Fortaleza.

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