
Nesta segunda-feira (22), o cofundador da Oracle, Larry Ellison, ofereceu uma garantia pessoal de US$ 40,4 bilhões para reforçar a oferta hostil de US$ 108,4 bilhões da Paramount Skydance pela Warner Bros Discovery, buscando sanar dúvidas sobre o financiamento e superar a proposta concorrente da Netflix no mercado global. O movimento estratégico ocorreu logo após o conselho administrativo sinalizar resistência ao projeto, gerando uma nova onda de incertezas no setor de entretenimento.
A decisão de Larry Ellison empenhar seu patrimônio individual visa diretamente o conselho administrativo da gigante de mídia. Anteriormente, a Paramount havia indicado que o fundo da família Ellison daria o suporte financeiro, mas a diretoria criticou a estrutura por ser um fundo revogável. A movimentação surge após a Warner descartar a proposta inicial da Paramount por considerar o financiamento incerto, preferindo o caminho da fusão com a Netflix.
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A estrutura da garantia pessoal de Larry Ellison
Com a nova documentação enviada aos órgãos regulatórios, Ellison se comprometeu a não retirar ativos do fundo familiar nem transferir bens durante o período de análise da transação. Esse compromisso irrevogável tenta dar o peso necessário para que os investidores reconsiderem a oferta da Paramount. A disputa se intensificou quando a Paramount reagiu à Netflix com uma oferta de US$ 108 bilhões para tentar retomar o controle dos ativos e convencer o mercado de sua solvência.

Apesar do reforço na estrutura de garantias, a Paramount optou por manter o valor de US$ 30 por ação em sua proposta totalmente em dinheiro. A empresa reiterou que esses termos continuam sendo superiores ao que foi oferecido por competidores, especialmente no que tange ao pagamento direto aos acionistas. A estratégia hostil busca forçar uma mudança de posicionamento no conselho da Warner, que até o momento mantém a recomendação favorável à fusão com a gigante do streaming de vídeo global.
Novos termos da oferta e prazos estendidos
Para igualar as condições de risco, a Paramount também elevou sua taxa de rescisão regulatória para US$ 5,8 bilhões. Além disso, o prazo de validade da oferta pública de aquisição foi estendido até o dia 21 de janeiro de 2026. O cenário atual é reflexo do momento em que a Netflix anunciou a compra histórica da Warner e HBO Max pelo valor de US$ 83 bilhões, forçando a Skydance a reformular completamente suas garantias e prazos para permanecer competitiva.
Do outro lado da disputa, a Netflix apresentou um acordo sólido que inclui o pagamento de dívidas e o compromisso de manter lançamentos nos cinemas. O conselho da Warner prefere este caminho por considerá-lo menos incerto financeiramente, alegando que o lance da Paramount seria ilusório. O otimismo da plataforma de streaming foi reforçado logo após a gigante do streaming tranquilizar seus assinantes sobre a continuidade e a qualidade dos serviços durante todo esse processo de transição.
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Barreiras regulatórias e o futuro do mercado
Caso a Paramount saia vitoriosa, a união com a Warner criaria um estúdio maior que a Disney, atual líder do setor. No entanto, o caminho regulatório não será simples. Tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, órgãos de defesa da concorrência devem analisar o impacto da fusão. Até mesmo o governo americano sinalizou que pretende opinar sobre a transação, refletindo as preocupações sobre a concentração de mídia e controle de conteúdo televisivo que impacta milhões de lares.
O mercado reagiu positivamente às novas garantias de Ellison, com as ações da Paramount-Skydance subindo mais de 5% no pregão de segunda-feira. Por outro lado, as ações da Netflix recuaram levemente enquanto investidores digerem os riscos de uma guerra de lances prolongada. A batalha pelo controle de catálogos icônicos, como os da HBO e CNN, define os rumos da guerra do streaming, onde o volume de conteúdo original é o maior diferencial competitivo para atrair assinantes.





