
A Netflix começou a se movimentar para conter possíveis incertezas entre seus clientes. Em um comunicado enviado por e-mail no último sábado (6) a usuários dos Estados Unidos, a plataforma buscou esclarecer os primeiros desdobramentos da anunciada compra da Warner Bros. Discovery. O negócio, avaliado em cerca de US$ 83 bilhões, ainda depende de trâmites regulatórios e aprovação de acionistas.
Na mensagem, a empresa destacou que “nada muda hoje” e informou que, pelo menos por enquanto, os dois serviços continuarão operando separadamente.
Também foi disponibilizada uma página de perguntas e respostas, onde o público pôde tirar dúvidas sobre eventuais impactos no catálogo, planos ou preços.
Os catálogos seguem inalterados, diz Netflix
Apesar do tamanho da negociação, a Netflix garantiu que conteúdos da Warner, incluindo produções da HBO, não serão incorporados à sua plataforma no curto prazo. A empresa reforçou que tanto ela quanto a Warner Bros. Discovery permanecem independentes durante a fase de transição.
Não há, até o momento, previsão de mudanças nos planos de assinatura. A plataforma também indicou que, assim que houver novidades mais concretas, os assinantes serão informados oficialmente.
Mercado de cinema reage com preocupação
Enquanto a Netflix adota um tom de cautela com seus clientes, representantes do mercado cinematográfico reagiram com certo alarme à fusão.
A associação de exibidores Cinema United classificou a aquisição como uma “ameaça sem precedentes” ao modelo tradicional de exibição nos cinemas.
Segundo a entidade, a presença dominante da Netflix, conhecida por priorizar o streaming e limitar as janelas de exibição nas telonas, pode comprometer a sustentabilidade das redes de cinema, desde as grandes cadeias até os pequenos estabelecimentos em cidades menores.
O Sindicato dos Diretores de Cinema também se posicionou. A entidade expressou “preocupações significativas” com os efeitos da operação e cobrou uma análise criteriosa das autoridades reguladoras.
CEOs defendem novo modelo, mas prometem respeitar contratos
Os co-CEOs da Netflix, Ted Sarandos e Greg Peters, tentaram acalmar os ânimos ao afirmar que os compromissos atuais de exibição da Warner serão respeitados.
Ao mesmo tempo, os executivos defenderam que o modelo tradicional precisa evoluir, tornando-se mais “amigável ao consumidor”.
Internamente, a avaliação da empresa é que o consumo sob demanda e a flexibilidade de escolha se consolidaram como prioridades do público e que o futuro do entretenimento precisa refletir esse comportamento.
Paramount entra na jogada
Em meio às explicações da Netflix e a desconfiança de cineastas, a Paramount anunciou na manhã desta segunda-feira (8) uma proposta de US$ 108,4 bi para compra da Warner Bros. Discovery.
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