
O 5G chegou a 55,1 milhões de linhas móveis ativas no Brasil. É o que mostra o balanço de outubro da Anatel. Esse número já representa mais de 20% do total de acessos móveis, mas nem por isso indica uma adesão consolidada.
Quem puxa o setor é a Vivo, com 22,1 milhões de acessos. Em seguida vêm Claro e TIM, com 5,8 milhões e 3,1 milhões de novos usuários ao longo do ano, respectivamente.
Acesso desigual e rede limitada
Na prática, ter uma linha 5G ainda não significa usar 5G de fato. Segundo levantamento da OpenSignal, no Brasil, apenas 13% do tempo de conexão se dá na rede de quinta geração na atualidade.
O restante segue no 4G ou inferior. O problema está na infraestrutura: a cobertura é limitada, especialmente fora dos grandes centros urbanos.
Outro fator que impede a expansão é o custo dos aparelhos compatíveis. Mesmo com a entrada de modelos mais baratos, o valor ainda está acima da realidade de boa parte da população, principalmente usuários pré-pagos.
Para se ter uma ideia, a média de preço de celulares 5G gira em torno de R$ 1.345, enquanto a maioria da população, sobretudo a faixa de renda menor, dispõe, em média, de R$ 751 para adquirir um smartphone a cada troca de aparelho.
Com tudo isso, a média de novos acessos a redes 5G também desacelerou. Em 2024, eram 1,6 milhão por mês. Em 2025, o ritmo caiu para 1,5 milhão.
Projeções são positivas, mas não resolvem tudo
Mantido o cenário atual, a expectativa é encerrar 2025 com algo entre 59 e 60 milhões de linhas 5G funcionando no país. Para 2026, a estimativa chega a 80 milhões.
Mas o número de linhas não conta toda a história. A experiência real com o 5G ainda é restrita, e muitos usuários sequer percebem a diferença, seja por estarem em regiões sem cobertura ou por não usarem um aparelho compatível.
Além disso, operadoras regionais e MVNOs ainda têm participação tímida. E o avanço no mercado de planos pré-pagos depende diretamente de queda no preço dos smartphones, o que ainda não ocorreu em escala.
* Com informações da Anatal e da OpenSignal





