24/12/2025

Erro de traficantes foi a causa da morte dos três técnicos de internet na Bahia

Facção confundiu os trabalhadores com informantes de grupo rival em Salvador.

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Imagem: PCBA/Reprodução

Investigações apontam que um engano fatal cometido por integrantes do Bonde do Maluco (BDM) resultou na morte dos três técnicos de internet assassinados em Salvador, na Bahia

As vítimas, Jackson Santos Macedo, Patrick Vinícius dos Santos Horta e Ricardo Antônio da Silva Souza, trabalhavam na instalação de cabos de fibra óptica quando foram abordadas por criminosos que acreditavam que elas monitoravam a área para uma facção rival.

A Polícia Civil da Bahia (PCBA) informou que os trabalhadores foram sequestrados no bairro de Marechal Rondon e, em seguida, levados para Alto do Cabrito, onde foram encontrados mortos, com mãos e pés amarrados e marcas de disparos. 

O crime, ocorrido em 16 de dezembro, foi motivado por uma suspeita infundada: um dos traficantes teria confundido os cabos instalados com câmeras de vigilância.

Prisões e investigações

Até o momento, cinco suspeitos foram presos por envolvimento direto ou indireto no crime. 

As investigações apontam que líderes do BDM, incluindo Jorge Ferreira Santos, Venício Bacelar Costa e Antônio Dias de Jesus, deram a ordem para a execução, mesmo estando presos. Outro mandante identificado, Edson Silva de Santana, conhecido como “Jegue”, permanece foragido.

Durante a Operação Signum Fractum, a polícia também prendeu executores e apreendeu material genético e impressões digitais para análise pericial. 

Um dos investigados, Jeferson Caíque Nunes dos Santos, o “Badalo”, morreu em confronto com as forças de segurança. Um adolescente é suspeito de atuar como olheiro e deve responder na Vara da Infância e Juventude.

Imagem: SSP-BA/Reprodução

Impacto no setor e reação social

O caso gerou comoção na Bahia e reacendeu o debate sobre a segurança de técnicos de campo, profissionais que atuam diariamente em áreas com presença de facções. 

As vítimas, segundo familiares e colegas, não tinham antecedentes criminais e eram reconhecidas pelo trabalho honesto e dedicação. Os profissionais aparecem em vídeos na internet interagindo entre si e com o público sempre de forma descontraída, corroborando os relatos de pessoas próximas.

Após a repercurssão do crime, empresas do setor de telecomunicações reforçaram protocolos internos de segurança e pediram maior proteção policial em zonas consideradas de risco. 

A Secretaria de Segurança Pública da Bahia afirmou que a apuração segue sob sigilo e que ações conjuntas com a Polícia Militar baiana (PMBA) permanecem ativas nos bairros afetados.

Revoltante, essa tragédia reforça a necessidade de políticas públicas voltadas à segurança desses profissionais e de maior integração entre as autoridades e o setor de telecomunicações em todo o país.

* Com informações da CNN

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