05/12/2025

PF investe em ferramenta para acessar dados criptografados em aparelhos da Apple

Dispositivos com chip de segurança avançado vinham dificultando perícias da corporação.

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Imagem: Shutterstock/reprodução

A Polícia Federal (PF) deu um novo passo na modernização de suas investigações ao adquirir uma ferramenta capaz de contornar os mecanismos de criptografia aplicados pela Apple em seus dispositivos. 

A solução, voltada especificamente para computadores com o chip T2, deverá facilitar o acesso a informações armazenadas em máquinas apreendidas durante operações criminais.

A compra, conduzida pela Diretoria Técnico-Científica (Ditec), inclui duas licenças de uso para softwares especializados, com validade de cinco anos. 

O investimento, superior a R$ 160 mil, pretende solucionar falhas operacionais detectadas em exames periciais envolvendo equipamentos da Apple lançados entre 2018 e 2020.

Segurança dos aparelhos vinha dificultando investigações

Modelos como MacBook Pro, Mac Mini e iMac contam com um co-processador de segurança que impede, por padrão, a quebra de senha e o acesso a dados criptografados.

Esse componente, conhecido como chip T2, é responsável por proteger informações sensíveis, gerenciar a inicialização segura do sistema e controlar recursos biométricos como o Touch ID.

Embora projetado para preservar a privacidade do usuário, o recurso tornou-se um entrave para os profissionais da perícia. Sem ferramentas atualizadas, a PF estava limitada em sua capacidade de análise forense, o que levou à necessidade urgente de atualizar os laboratórios que tratam de criptoanálise.

Licenças reforçam atuação em crimes cibernéticos e financeiros

O novo pacote tecnológico será implantado em duas unidades principais da corporação: o laboratório central da Ditec e a divisão especializada no Paraná. Ambos os setores operavam com sistemas cujas licenças perderam a validade neste ano.

Com o reforço, a PF espera melhorar o tempo de resposta em investigações que envolvam aparelhos da Apple, além de aumentar a taxa de sucesso na recuperação de provas digitais. 

A medida é estratégica em casos que envolvem crimes financeiros, lavagem de dinheiro e redes organizadas que utilizam recursos tecnológicos para dificultar a atuação policial.

Modernização acompanha avanço dos crimes digitais

A adoção da ferramenta é vista internamente como uma resposta necessária às mudanças no cenário do crime digital. À medida que criminosos adotam tecnologias mais seguras, as autoridades precisam acompanhar o ritmo para garantir o cumprimento da lei.

No entendimento da PF, o uso crescente de criptografia em dispositivos do dia a dia exige do Estado não apenas preparo técnico, mas também recursos à altura dos desafios impostos por investigações complexas.

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