
Um morador de Sydney, na Austrália, morreu após seu celular Samsung falhar ao tentar completar uma ligação de emergência para o número 000, equivalente ao 190 brasileiro. O evento gerou um alerta urgente da operadora TPG Telecom sobre os riscos fatais de manter aparelhos com software desatualizado. O incidente ocorreu em 13 de novembro de 2025, quando o cliente tentava acionar os serviços de emergência.
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Operadora confirma falha no dispositivo
A TPG Telecom confirmou publicamente o caso na última terça-feira (18) por meio de um comunicado à Bolsa de Valores da Austrália (ASX). A operadora foi notificada sobre a morte pelo serviço de ambulância do estado em 17 de novembro. Segundo investigações preliminares, a rede da TPG estava totalmente operacional no momento da tentativa de ligação.
O problema foi identificado no aparelho do usuário: um celular Samsung rodando uma versão de software incompatível com o sistema de chamadas de emergência. A TPG enfatizou que o dispositivo não havia sido atualizado, apesar de múltiplos avisos enviados aos clientes com modelos afetados, incluindo as séries Galaxy S7 e Note 5. O último alerta foi enviado em 7 de novembro, apenas seis dias antes da tragédia.

Posicionamento da Samsung
A Samsung reconheceu recentemente a existência do problema em “certos dispositivos mais antigos“, segundo a TPG. Em resposta ao The Register, a fabricante sul-coreana manifestou condolências à família e afirmou estar trabalhando com parceiras para garantir que todos os aparelhos funcionem de forma confiável em situações de emergência. A empresa não respondeu inicialmente aos pedidos de comentário.
O site da Samsung lista dezenas de modelos que precisam ser atualizados ou substituídos para garantir chamadas ao Triple Zero, nome dado ao serviço de emergência australiano. Pelo menos 11 dispositivos Samsung precisam ser substituídos, enquanto outros 60 modelos necessitam de atualização de software, conforme lista publicada pela operadora rival Telstra.
Legislação e responsabilidades
A legislação australiana determina que todas as operadoras devem bloquear aparelhos incapazes de completar ligações para o Triple Zero caso não sejam corrigidos entre 28 e 35 dias após o primeiro aviso. A TPG afirma ter seguido essa regra obrigatória. “A segurança do cliente permanece nossa maior prioridade. Este é um incidente trágico“, declarou o CEO Iñaki Berroeta.
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Contexto de crises no setor
O caso aumenta a pressão sobre fabricantes e operadoras para garantir acesso ininterrupto aos serviços de emergência. Em setembro, a Optus, segunda maior operadora do país, admitiu que uma atualização de firewall deixou clientes sem poder ligar para emergências por 14 horas, incidente vinculado à morte de três pessoas. Isso motivou uma investigação parlamentar.
A Autoridade Australiana de Comunicações e Mídia (ACMA) está coletando informações para investigar se houve violação das regras do Triple Zero. No mês passado, o órgão já havia revelado que certos aparelhos Samsung mais antigos falhavam ao tentar trocar para uma rede móvel alternativa quando a principal estava indisponível, resultando em falhas ao contatar emergências. A TPG notificou o ministro federal de comunicações, autoridades estaduais e o custodiante do Triple Zero.




