14/12/2025

GSMA alerta: falta de espectro pode atrasar implementação global do 6G

Associação global adverte que países precisam triplicar alocação de frequências de banda média até 2040 para evitar congestionamento nas redes móveis de sexta geração.

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Conexãõ 6G GSMA
Reprodução/ChatGPT

A GSMA, entidade que representa o ecossistema móvel mundial, alertou que a falta de espectro adequado pode comprometer seriamente a implementação global do 6G nas próximas décadas. O aviso foi feito em relatório divulgado recentemente pela associação, que pede ação imediata dos governos para acelerar o planejamento de alocação de frequências para a tecnologia de sexta geração.

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Necessidade de triplicar o espectro

Segundo o estudo “Vision 2040: Spectrum for the Future of Mobile Connectivity“, as redes 6G exigirão até três vezes mais espectro de banda média do que está disponível atualmente. A projeção indica que será necessária uma média global de 2 a 3 GHz de espectro de banda média por país entre 2035 e 2040 para atender às necessidades de capacidade nas áreas urbanas de maior demanda.

Para países com demanda mais elevada, a necessidade será ainda maior: entre 2,5 e 4 GHz de espectro. Atualmente, a maioria das nações possui cerca de 1 GHz destinado à conectividade móvel, o que demonstra a urgência de expansão significativa nas alocações de frequências para evitar gargalos futuros nas redes.

Explosão no tráfego de dados

A GSMA estima que o tráfego móvel global pode atingir entre 1.700 e 3.900 exabytes por mês até 2040, impulsionado por aplicações emergentes como realidade estendida (XR), redes de sensores sem fio, veículos autônomos e serviços alimentados por inteligência artificial. Um exabyte equivale a 1 bilhão de gigabytes.

GSMA
Divulgação/GSMA

As áreas urbanas representam o principal ponto de pressão, produzindo 83% do tráfego global apesar de ocuparem apenas 5% da área terrestre. É justamente nessas regiões que a capacidade de banda média se torna um fator crítico para garantir a qualidade da experiência do usuário e evitar congestionamento nas redes 6G.

Prazo para ação governamental

O relatório adverte que os países devem ter pelo menos 2 GHz de espectro de banda média operacional até 2030 para evitar gargalos precoces no 6G. As decisões tomadas agora determinarão se as nações enfrentarão congestionamento, velocidades mais lentas e economias digitais defasadas no futuro próximo.

John Giusti, diretor regulatório da GSMA, destacou que atender a essas necessidades de espectro “apoiará conectividade robusta e sustentável” e ajudará a impulsionar o crescimento econômico de longo prazo. O executivo ressaltou a importância do relatório como guia para governos que buscam atender às necessidades de conectividade de seus cidadãos na próxima década.

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Projeções para 2040

O estudo prevê que até 2040 haverá mais de 5 bilhões de conexões 6G, representando cerca de metade de todas as conexões móveis globalmente. As primeiras ondas de lançamentos comerciais do 6G são esperadas a partir de 2030, lideradas por China, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Europa, países do Golfo Pérsico, Vietnã e Índia.

Apesar do crescimento do 6G, as tecnologias 4G e 5G permanecerão essenciais, com aproximadamente 2 bilhões de conexões 4G e 3 bilhões de conexões 5G ainda em uso em 2040. A GSMA ressalta que, embora as operadoras utilizem o espectro existente de forma mais eficiente e implementem programas de densificação e novas tecnologias como AI-RAN, essas medidas não serão suficientes para atender ao crescimento esperado da demanda.

Urgência das decisões

O alerta da GSMA ganha relevância especial considerando que faltam apenas dois anos para a Conferência Mundial de Radiocomunicações de 2027 (WRC-27), organizada pela União Internacional de Telecomunicações, que decidirá o destino de várias novas bandas de espectro. A associação enfatiza que sem planejamento governamental antecipado, consumidores podem enfrentar conectividade inferior, empresas podem ter dificuldades para adotar novas tecnologias e as economias digitais nacionais podem perder competitividade na transição global para o 6G.

A questão do espectro é fundamental para o desenvolvimento das futuras gerações de redes móveis, e a alocação adequada de frequências determina não apenas a qualidade dos serviços, mas também a capacidade de inovação e competitividade dos países no cenário global.

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