27/04/2024

Vivo avalia comprar base de clientes de fibra óptica da Oi

Segundo o CEO Christian Gebara, o contrato de ocupação de rede que a empresa possui com a V.tal é uma complexidade para o negócio.

Durante a conferência dos resultados do terceiro trimestres de 2023, o Christian Gebara, CEO da Vivo, falou sobre os condicionamentos impostos pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) no caso do acordo com a Winity e afirmou também que vai avaliar a base de cliente de fibra óptica da Oi para uma possível compra.

De forma breve, o executivo disse que está “avaliando o que foi decidido pela Anatel e que teria tempo para dar uma resposta definitiva“. O acordo da Vivo envolve o aluguel de espectro de 700 MHZ da Winity e o compartilhamento de elementos de rede entre as empresas. A agência impôs uma série de remédios para aprovar o negócio, como a restrição para acordos de RAN sharing entre a tele e outras operadoras de grande porte em cidades de até 100 mil habitantes.

Quando a base de clientes de fibra da Oi, Gebara disse que vai avaliar a compra do ativo, mas afirmou que o contrato de ocupação de rede que a empresa possui com a V.tal seria uma complexidade para o negócio. “Vamos analisar e entender o que é, porque estamos falando de uma base de clientes e também de um contrato que existe entre esses clientes e uma ocupação da rede da V.tal“.

“Tudo está muito incipiente ainda. Não se sabe quais as condições. Não é uma simples venda de clientes, que no caso, não se tem sobreposição. Mas se houver a ocupação de rede, poderá, sim, haver sobreposição”, declarou.

Ele explicou que “se o contrato de ocupação da rede neutra de fibra da V.tal entrar no negócio a sobreposição com a rede da Vivo passa a ser uma variável”. “Se estamos falando de clientes não tem sobreposição, mas ela começa se envolver também a ocupação de rede. Se essa outra rede tiver sobreposição com a minha, a atratividade é menor”, pontua.

O CEO também foi questionado sobre a infraestrutura da Desktop, provedora de Internet com atuação em São Paulo. Como a Vivo tem forte infraestrutura também na região, Gebara afirma que não há interesse, uma vez que haverá sobreposição. “A aquisição de um ativo é uma discussão técnica, financeira e não fizemos essa análise. Temos uma rede de cobre em São Paulo que vamos migrar para fibra, mas, até agora, preferimos a construção própria. Mas tudo pode mudar e partir para a compra de ativos. Mas no caso da Desktop, não há nada“, afirmou.

Por fim, Gebara afirmou que a Vivo está sempre avaliando ativos de fibra óptica, considerando fatores como sobreposição, qualidade técnica da infraestrutura e dos equipamentos da casa do cliente, disciplina fiscal, além de preços versus o custo de construção de rede e conexão de clientes da operadora.

“Não fizemos uma grande aquisição e chegamos a 25,1 milhões de casas passadas através de crescimento orgânico e apoiado pela FiBrasil. A nossa meta é chegar a 29 milhões ao final de 2024”, destacou.

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