21/04/2024

UIT faz um panorama do uso da internet e do 5G no mundo; veja os dados

Um dos assuntos tratado é a diferença entre os países ‘ricos’ e ‘pobres’ em relação ao acesso a conectividade móvel e banda larga fixa.

Um relatório da UIT, braço da ONU para as telecomunicações, publicado nesta terça-feira (28), traz estimativas de infraestrutura, acessibilidade, gênero e localização em relação à conectividade global. Agora, o documento inclui novos indicadores sobre a cobertura global da rede 5G e dados de tráfego da Internet.

Segundo a entidade, há um movimento global de substituição das antigas tecnologias móveis para o 5G. O relatório diz que a maioria dos operadores europeus planejam desligar as redes 3G até dezembro de 2025 e dos operadores da região Ásia-Pacífico.

Entretanto, essa mudança ainda não é clara em países menos desenvolvidos, porque as redes 2G e 3G mantêm uma presença significativa e continuam a ser um importante meio de comunicação.

“Nestes países, os principais obstáculos à implantação e adoção do 5G incluem os elevados custos de infraestrutura, a acessibilidade dos dispositivos e as barreiras regulamentares”, diz a UIT.

Desde que a implantação comercial começou em 2019, a cobertura 5G aumentou para atingir 40 por cento da população mundial em 2023. A distribuição, no entanto, continua muito desigual. Embora 89 por cento da população dos países de rendimento elevado esteja coberta por uma rede 5G, a cobertura permanece limitada nos países de baixo rendimento.

A Europa possui a cobertura 5G mais extensa, com 68% da população coberta, seguida pela região das Américas (59%) e pela região Ásia-Pacífico (42%). A cobertura atinge 12% da população na região dos Estados Árabes e menos de 10 por cento na região da CEI (8%) e na região de África (6%).

Mundialmente, a internet banda larga móvel está disponível para 95% da população. O relatório aponta que quase todas as pessoas sem acesso a uma rede celular vivem numa zona rural de um país em desenvolvimento, uma vez que 98% da população que vive em zonas rurais de economias de rendimento elevado estão abrangidas.

A entidade ressalta que a grande disparidade no uso da Internet entre áreas rurais e urbanas persiste nos países mais pobres. 81% dos habitantes urbanos utilizam a Internet em 2023, em comparação com apenas 50% nas zonas rurais. A disparidade urbano-rural não mudou muito nos últimos, passando de 1,7 em 2020 para 1,6 em 2023.

Domínio da banda larga fixa no tráfego de internet

Para 2022, a UIT estimou as taxas de tráfego de banda larga móvel e fixa para permitir o cálculo de agregados globais e regionais. Neste contexto, o tráfego refere-se ao tráfego da Internet do utilizador final.

A banda larga fixa continua sendo o serviço preferido para o uso intenso de dados da Internet. Durante a pandemia, uma parte considerável do tráfego móvel foi reencaminhada através de redes fixas utilizando ligações Wi-Fi domésticas. Em 2020, a banda larga fixa representou 96,6% de todo o tráfego de Internet. Em 2022, a quota de tráfego da banda larga móvel aumentou de 3,4% para 4,2%.

Em 2022, o tráfego médio mensal de banda larga fixa por assinatura atingiu 257 gigabytes (GB) em todo o mundo, em comparação com a média de tráfego de banda larga móvel por assinatura de 11 GB. O relatório aponta que houve uma notável desaceleração no crescimento, aumentando apenas 3% entre 2021 e 2022, mesmo com aumento médio anual do tráfego de banda larga fixa por assinatura.

Em contrapartida, após as atualizações das infraestruturas de rede, a implantação de redes 5G e o aumento da procura, o tráfego de banda larga móvel por subscrição aumentou 26% todos os anos entre 2019 e 2021 e, com apenas um abrandamento relativamente pequeno, cresceu mais 17% entre 2021 e 2022.

População conectada

O relatório mostrou que houve um aumento no número de pessoas conectadas no mundo, com aproximadamente 67% da população mundial, ou 5,4 mil milhões de pessoas online. É um crescimento de 4,7% desde 2022,e um aumento em relação aos 3,5% registados de 2021 a 2022. No contrário, o número de pessoas offline em 2023 diminuiu para cerca de 2,6 mil milhões de pessoas, representando 33% da população mundial.

Novamente, há uma relação entre os países mais ricos e mais pobres. Em 2020, nove em cada dez pessoas em países de rendimento elevado utilizavam a Internet. Em 2023, a percentagem subiu para 93%, aproximando-se da universalidade.

Já em países menos desenvolvidos, 27% da população utiliza a Internet, contra 24% em 2022. Esta diferença de 66 pontos percentuais reflete a amplitude do fosso digital entre países e regiões de rendimento elevado e de baixo rendimento. Entretanto, um número encorajador é que nos países de baixo rendimento, o número de utilizadores da Internet cresceu 44,1 por cento desde 2020 e 14,3 por cento só no ano passado.

Segundo o relatório, na Europa, na Comunidade de Estados Independentes (CEI) e nas Américas, entre 87 e 91 por cento da população utiliza a Internet, o que se aproxima da utilização universal (definida para efeitos práticos como uma taxa de penetração da Internet de pelo menos 95 por cento).

Aproximadamente dois terços da população nos Estados Árabes e nas regiões da Ásia-Pacífico (69 e 66 por cento, respectivamente) utilizam a Internet, em linha com a média global, enquanto a média de África é de apenas 37 por cento da população. No entanto, nos países menos desenvolvidos (PMA) e nos países em desenvolvimento sem litoral (PMA), a conectividade universal continua sendo uma perspectiva distante, pois apenas 35 e 39 por cento da população estão online, respectivamente.

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