26/04/2024

Brasil e China discutem futuro das comunicações na WRC-23

Ministério das Comunicações do Brasil e Delegação da China falam sobre 6 GHz, HAPs e parcerias estratégicas na Conferência em Dubai.

No primeiro dia da Conferência Mundial de Radiocomunicações (WRC-23) em Dubai, Emirados Árabes Unidos, o Ministério das Comunicações (MCom) esteve envolvido em discussões importantes sobre o uso da faixa de frequência de 6 GHz e o espectro destinado à 6ª geração de sistemas de Telecomunicações Móveis Internacionais (IMT).

brasil china

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, teve reuniões cruciais, incluindo um encontro com o vice-ministro de Telecomunicações da China, Zhang Yunming, e uma reunião com representantes da empresa Huawei: Atilio Rulli, Carlos Lauria, Zhu Li, Zhou Dongfei, Ma Xiaobin, Chen Chuanfei e Wang Hu.

Durante essas interações, o foco foi discutir a utilização de faixas específicas, como a de 6 GHz, e explorar novas tecnologias, como as HAPs (plataformas em altas altitudes). O ministro das Comunicações destacou a importância das reuniões técnicas para otimizar o uso do espectro e expressou o compromisso de debater esses temas com diversos países.

“Nesta tarde nos reunimos com representantes da empresa Huawei e com a delegação chinesa para discutir a utilização de faixas específicas como a de 6 GHz e também novas tecnologias como as HAPs (plataformas em altas altitudes). Participamos das reuniões técnicas para que a gente possa fazer a melhor utilização do nosso espectro e vamos discutir esses temas com vários países”.

A equipe representante do Brasil solicitou o respaldo da China para a aprovação da utilização de estações em plataformas de alta altitude (HAPs) como estações base IMT (HIBS) no serviço móvel. Especificamente, buscou-se o apoio para a operação dessas estações em faixas de frequência abaixo de 2,7 GHz, que já foram designadas global ou regionalmente para IMT. A proposta visa explorar o potencial do HIBS como uma solução benéfica para atender às necessidades de conectividade no Brasil, especialmente em áreas desatendidas ou com acesso limitado aos serviços de comunicação.

Em contrapartida, a delegação chinesa solicitou o apoio do Brasil para um documento que propõe a alocação da faixa de 6 GHz. A proposta chinesa sugere reservar os primeiros 500 MHz para Wi-Fi, enquanto os subsequentes 700 MHz seriam destinados ao IMT (serviço móvel). O Brasil comprometeu-se a examinar uma solução que concilie os interesses relacionados a essa questão. Além disso, expressou gratidão pelo apoio da China ao documento brasileiro sobre sustentabilidade espacial e proteção dos satélites GEO em relação aos satélites NGEO.

Outro tópico discutido durante a reunião diz respeito às negociações do G20. O Brasil planeja convidar a China, por meio do Ministério das Relações Exteriores, para conversas bilaterais sobre as prioridades brasileiras relacionadas aos temas do G20. As reuniões presenciais estão programadas para ocorrer no próximo ano nos meses de abril, junho e setembro.

ViaMCom
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