01/05/2024

Em pré-proposta, Oi oferece carteira de clientes como garantia a credores

De acordo com os dados financeiros do terceiro trimestre do ano passado, a empresa possui cerca de 13 milhões de usuários.

Com uma dívida que chega a R$ 43 bilhões, a Oi entrou com um segundo pedido de recuperação judicial após não conseguir quitar parte da dívida com credores internacionais e após obter proteção por 30 dias. Para tentar acordo com os principais credores, a empresa apresentou uma pré-proposta colocando sua carteira de clientes de banda larga fixa como garantia, de acordo com o portal O Globo.

Entre pessoas físicas e empresas, a Oi conta atualmente com cerca de 13 milhões de usuários, de acordo com os dados financeiros do terceiro trimestre do ano passado. Conforme a proposta apresentada, a “ClienteCo”, com os clientes de fibra óptica, e a “Oi Soluções”, com a carteira de empresas, seriam desmembradas em duas novas operações, se tornando assim duas novas unidades de negócios.

Ao site, Rodrigo Abreu, presidente da Oi, afirmou que a separação das unidades vai gerar valor para a empresa. “Como parte do plano, é proposta uma segregação, não necessariamente uma venda inicialmente, do próprio negócio de clientes, para que ela possa receber investimentos e que possa participar de operações de injeção de capital, ou participar de um IPO (abertura de capital) no futuro”, afirmou.

Abreu explicou que a o incorporar os cliente da banda larga e fibra óptica na ClientCo, e os empresários na Oi Soluções, seriam independentes. Ou seja, sem vínculos com a concessão do serviço de telefonia fixa. Ele fala que a carteira de clientes serviria com um pedaço da garantia.

“Vai ser um segundo pedaço de garantia caso mais na frente seja necessário fazer uma cobertura de dívida e passa a ter outro veículo adicional para poder representar garantias e representar monetização com possibilidade de repagamento de dívidas”, explicou.

Com o novo plano da Oi, se os credores não precisarem executar as dívidas, as duas unidades de negócios poderão ser usados como fonte de atração e investimento no futuro para a empresa, uma vez que pretende continuar crescendo a oferta do serviço de banda larga fixa. Lembrando que a Oi também propôs uma fatia da V.tal, como garantia para os credores.

A dívida remanescente será convertida em ações, mas há dois caminhos que poderão ser traçados no plano da Oi:

  • Os credores que quiserem colocar R$ 4 bilhões (ou US$ 750 milhões, a depender do câmbio) no caixa da companhia terá um corte de cerca de 50% no valor da dívida;
  • Os que não quiserem aportar recursos terão uma redução de cerca de 70%.

Enquanto o acordo não é aprovado na Justiça, Rodrigo Abreu explica que pretende fazer um empréstimo com os credores de curto prazo no valor de US$ 275 milhões, mas será substituído pelo financiamento de longo prazo (R$ 4 bilhões ou US$ 750 milhões).

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