28/04/2024

Claro vê limitações e desafios na conexão entre satélite e celular

Primeiro uso da tecnologia envolve serviços de emergência, mas no futuro, pode envolver outros aspectos, segundo Carlos Camardella.

A conectividade direta entre os satélites e os dispositivos móveis tem sido um dos assuntos mais frequentes nos últimos meses. A exemplo da Starlink que quer lançar um serviço nessa modalidade, assim como a Apple, que já conta com algo semelhante em alguns modelos e seus iPhones. Esse é assunto que também ganhou a atenção da Claro, que vê limitações e desafios na nova tecnologia.

O consultor de engenharia de telecomunicações da Claro/StarOne, Carlos Camardella, participou do Fórum de Operadoras Inovadoras, promovido por Mobile Time e Teletime, e falou sobre o assunto que foi tema do evento.

Ele explica que inicialmente o foco era integrar smartphones e constelações de satélites de baixa órbita (LEO), sendo que o primeiro uso envolve serviços de emergência, mas no futuro, pode envolver outras aspectos como atendimento em áreas rurais, em regiões perigosas ou de conflitos, em algumas aplicações B2B e recursos como texto, offload de tráfego e até voz. Inclusive, em áreas urbanas.

Entretanto, a tecnologia deverá passar por uma evolução para ter sucesso, primeiro introduzida pelo release 17 do 3GPP, no padrão 5G standalone. Camardella diz que nas situações atuais, nas melhores condições, o máximo de velocidade que é possível obter com a conexão entre satélites e celulares é de 1 Mbps.

Ele avalia que na prática, na integração das redes pode ser entregue velocidades no máximo 500 Kbps de download, com índices ainda menores no uplink – de no máximo 100 Kbps. “São serviços limitados, mas o consumidor vai estar conectado o tempo todo”, afirma. Carlos Camardella reconhece que o desafio não é mais no sentido tecnológico, mas nos modelos de negócio para viabilizar os serviços.

Em relação ao release 18 da 3GPP, o executivo diz haver espaços para melhorias, pois pela nova padronização, a integração das redes não-terrestres (NTN) poderia possibilitar uma espécie de rádio base integrada aos satélites. Entretanto, seria necessário definições por software e recursos, como comunicação entre a frota LEO, até soluções que ainda não estão disponíveis no mercado satelital.

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