01/05/2024

Fabricantes de roteador wifi-6 são pressionados pela Anatel; entenda

Por outro lado, a agência é pressionada por outros fabricantes e operadoras sobre a destinação da faixa de 6 GHz para o 5G.

Os fabricantes de roteador wifi-6 estão sendo pressionados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), pois esses dispositivos podem operar em uma frequência que pode ser usada para o 5G. Em setembro, o presidente da agência, Carlos Baigorri, viajou para os Estados Unidos, onde ficam sediadas as principais empresas do setor.

Na viagem, o executivo ameaçou reverter a decisão da Anatel, que destinou, sem custos, as faixas para o serviço, mesmo se indispondo com as operadoras, que queriam que o espectro fosse direcionado para um novo leilão do 5G no futuro.

Ele se dirigiu aos presidente das empresas, como a Qualcomm e a Cisco, e dirigentes do FCC e a Anatel dos EUA, que o país não pode ficar esperando por muito tempo a massificação de aparelhos para o público em geral. Baigorri explica que o sinal está aberto e pode ser explorado pelas companhias em todo o território brasileiro. No entanto, não há dispositivos disponíveis no mercado para uso pessoal.

“Existem somente seis modelos licenciados, mas para uso empresarial”, disse Baigorri à reportagem. “Se você tiver ouro e for numa rede varejista comprar um roteador de wifi-6 para sua casa, não vai conseguir.”

As frequências foram liberadas quando a Anatel aprovou as regras para o leilão do 5G. Para o Wifi-6, foi liberada a faixa de 1.200 MHz para exploração das empresas e sem custo. Era só se habilitar a prestar o serviço.

A destinação da faixa virou uma discussão no meio comercial. As operadoras e grandes fabricantes de equipamentos, como Huawei, Ericsson e Nokia, queriam que o espectro de 6 GHz fosse reservado para uma possível rodada do leilão 5G no futuro. Já as fabricantes americanas, ganham com a venda de aparelhos wifi-6.

O grupo a favor da destinação da faixa para o 5G aguarda a próxima reunião da UIT, braço da ONU para as telecomunicações, que ocorre em novembro de 2023, onde Baigorri acredita que há chances de que seja definido o padrão mundial para essa frequência. Se a maioria dos países-membros votarem a favor da destinação da faixa para o 5G, a Anatel terá que voltar atrás na sua decisão sobre o wifi-6.

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