06/05/2024

5G na Saúde: rede é testada no Hospital das Clínicas em São Paulo

Foram instaladas duas antenas da quinta geração de internet móvel no interior do hospital, em ambientes distintos.

A chegada do 5G no Brasil trará muitos benefícios para os mais variados setores, incluindo a saúde. Já foram iniciados testes utilizando a rede no auxílio em atividades manuseadas por humanos. O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP) anunciou o lançamento de uma rede 5G privada com tecnologia Open RAN, em um projeto piloto.

Foto: Bruno do Amaral

Batizado de OpenCare 5G, o projeto é coordenado pela Deloitte, e conta com a participação de Itaú Unibanco, Siemens Healthineers, NEC, Telecom Infra Project (TIP), Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).

O projeto foi lançado durante a Futurecom 2022, feira de telecomunicações que é um dos maiores eventos de tecnologia do país e tem como centro dos debates o 5G.

Dentro das dependências do hospital foram instaladas duas antenas 5G em ambientes distintos: em uma são usados equipamentos de ultrassom e de tomografia; e na outra, onde ocorre a coordenação remota da execução dos exames. A ideia é estudar uso de aparelhos de ultrassom portáteis por não médicos, usando a rede para conectá-los a centro de referência com especialistas para visualização e orientação. Além disso, verificar também a eficiência e se há redução de custos hospitalares com equipamento conectado via 5G.

“Ao utilizar casos reais de atendimento à saúde, estamos entendendo como a conectividade do 5G em Open RAN poderá ser um habilitador de serviços em diversas áreas da medicina, colaborando para melhorar a jornada do paciente e prover mais qualidade e acesso aos serviços de saúde”, explica Marco Bego, diretor executivo do InovaHC.

O projeto também fornecerá subsídios para teses de mestrado de doutorado da Poli-USP, além de criar um núcleo conjunto entre a Faculdade de Medicina e a Escola Politécnica para projetos multidisciplinares de conectividade avançada aplicada à saúde.

“A interação entre as empresas envolvidas é fundamental para a troca de conhecimento em uma nova forma de prover serviços de telecomunicações e saúde. Vimos importantes avanços e temos convicção que serão importantes para a atração de investimentos para as próximas etapas do projeto”, destaca Marcia Ogawa, sócia-líder da indústria de tecnologia, mídia e telecom da Deloitte.

A expectativa com a novidade é que nos próximos 60 dias seja colocado em prática otimizações para reduzir a latência registrada nos testes piloto dos 12 meses de trabalho, onde mostraram taxas de 20 ms e sustentou uma rede com banda acima de 300 Mbps, antes possível somente com redes a cabos.

Os planos são que após esse piloto dentro do Hospital das Clínicas, será expandido para o atendimento remoto em uma cidade do interior de São Paulo, para uma experiência real de condução de atividades em áreas urbanas. Depois, expansão em escala nacional, com centros regionais de apoio. Outro piloto também será realizado na região amazônica, em área remota.

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