25/03/2024

Oi pede apoio de autoridades de segurança para evitar novas invasões

Operadora enviou funcionários para fechar a entrada do prédio. Policiais militares acompanharam a construção da parede.


Voltamos a falar sobre a invasão do prédio e terreno de propriedade da Oi, desta vez com informações mais detalhadas. Em nota divulgada na tarde desta sexta-feira (11), a Oi, que teve um terreno invadido no Engenho Novo por cerca de cinco mil pessoas, informou que pediu o apoio de autoridades de segurança pública para evitar novas invasões. A companhia disse, ainda, que já assinou em juízo o documento que lhe assegura a reintegração de posse do imóvel, como prevê o rito processual.

No fim da manhã, o Minha Operadora publicou que policiais dos batalhões de Choque e de Operações Especiais (Bope) ocuparam, provisoriamente, as favelas do Rato Molhado e do Jacarezinho, onde manifestantes que jogavam pedras e paus em policiais se abrigaram, depois da ação de reintegração de posse do terreno da Oi, no Engenho Novo. Após a entrada da PM, a ocupação nas duas comunidades, que ficam ao lado do imóvel da companhia de telefonia, no Engenho Novo, será mantida por militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).

Mais cedo, bandidos do Rato Molhado atiraram em direção ao terreno. A ação dos criminosos complicou ainda mais a situação na região, que desde cedo estava em clima de confronto. Homens da Guarda Municipal chegaram a fazer um cordão de isolamento para evitar que moradores voltassem a protestar nas ruas. Bombas de efeito moral também foram lançadas pela PM.

Na Rua Dois de Maio, um grupo do Rato Molhado jogou coquetéis molotov, feitos com garrafas de cerveja, em direção à polícia. Uma moradora foi ferida nas costas por uma bomba de efeito moral lançada pela PM. Uma outra mulher teve o dedo machucado.

Um homem ferido durante a desocupação perdeu a visão de um dos olhos. A informação foi confirmada pela Secretaria Municipal da Saúde, que não divulgou o nome do paciente. Segundo a secretaria, os médicos não conseguiram identificar o que causou o ferimento, mas afirmam que não foi arma de fogo.

Após a reintegração de posse do terreno da Oi, houve tumulto em vários pontos do bairro. Para dispensar a multidão, um helicóptero da Polícia Militar lançou bombas de gás lacrimogêneo.


De acordo com a PM, todo o prédio já foi desocupado. Ainda segundo a polícia, cinco policiais ficaram feridos durante a ação de desocupação do terreno da Oi. A polícia também negou rumores de que havia mortos dentro da área que estava ocupada por invasores.

Autoridades falam sobre o caso

O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, afirmou nesta sexta-feira que “foi feito o que tinha que ser feito”, ao avaliar a desocupação do terreno da Oi, invadido desde o dia 31 de março, na Rua Dois de Maio, no Engenho Novo. Para Pezão, os invasores tinham que ser retirados do local o mais rápido possível. Ele garantiu que está sendo feito um cadastro social das famílias que precisam de habitação, e que durante todo o dia as pessoas estão sendo encaminhadas para formalizar a situação.

“Vamos seguir as leis e o rito normal. Quem precisa de abrigo, está sendo levado para abrigo. As famílias realmente necessitadas de casa estamos levando para três lugares para que seja feito cadastro. Agora, o aproveitador, aquele que está depredando carro de polícia e queimando ônibus, não precisa de moradia.”

As declarações foram dadas durante evento em Barra do Piraí, na manhã desta sexta-feira. Segundo o governador, até tráfico de drogas já era registrado na área. Ele pontuou que o governo não aceitará intimidação.


Já o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio, Felipe Santa Cruz, criticou duramente a forma como a Polícia Militar realizou a desocupação. Apesar de entender que havia uma decisão judicial a ser cumprida, ele classificou a ação como “lamentável e incompetente”, em função do número de feridos.

“Mais uma vez a polícia tem dificuldade para atuar em eventos como esse. Houve total despreparo, faltou inteligência. O que se prova é que não está havendo evolução na forma de atuação policial. A responsabilidade é das autoridades e não do cidadão, a gente tem sempre que lembrar disso.”

Ele classificou a situação das famílias que ocuparam o local de “drama social” e destacou que o fato de haver uma área invadida por 5 mil pessoas mostra, claramente, que “aquilo ali não é uma fantasia”.

“Esse fato só nos mostra o drama das grandes cidades brasileiras quanto à moradia.”

A OAB Rio enviou sua Comissão de Direitos Humanos para a área já no início da manhã desta sexta-feira para acompanhar a desocupação do terreno.

O presidente do movimento Rio pela Paz, Rommel Cardozo, criticou a invasão do terreno. Para ele, a ocupação de prédios comerciais não é o caminho para a solução dos problemas habitacionais cariocas.

“Nada contra quem está se manifestando, mas todos nós temos uma reivindicação social, e nem por isso saímos invadindo prédios, ateando fogo em ônibus e gerando o caos na cidade, impedindo os cidadãos de trabalhar. Existem formas de justiça social a serem aprimoradas, como acabar com a burocracia para a conquista da casa própria.”

Manifestantes protestam em frente à prefeitura


Depois do tumulto no entorno da ‘Favela da Oi’, cerca de 100 pessoas seguiram em passeata até a prefeitura. Alguns pararam um ônibus da linha 457, na Avenida Marechal Rondon, altura da Clínica Piquete Carneiro, e embarcaram até a Cidade Nova. Aos gritos, eles pediam moradia e cadastramento para receber aluguel social. Um carro da polícia acompanhou o ato.

Por volta das 15h, o grupo protestava próximo à Avenida Presidente Vargas, sentido Candelária, em frente à sede da prefeitura. Às 17h, o grupo chegou a interditar uma faixa da via, que foi liberada em seguida.


Na mídia


Como se trata de um caso policial, estamos obtendo informações sobre o caso por meio de diversos veículos de imprensa e também através da assessoria de comunicação da Oi.


O Jornal Nacional, da TV Globo, possui imagens do confronto da Polícia Militar com os invasores desde cedo, para assistir a reportagem clique aqui.


Se quiser entender como a ocupação dos invasores aconteceu, o mesmo telejornal também traz as principais informações que julgamos importantes que você saiba para que entenda melhor o caso. Clique aqui para ver.

Leia a nota da empresa Oi na íntegra:

“A Oi esclarece que já assinou em juízo o documento que lhe assegura a reintegração de posse do imóvel do Engenho Novo, conforme prevê o rito processual. A companhia acrescenta que, reassumindo o controle de sua propriedade, esta permanecerá devidamente fechada com grades e manutenção de segurança patrimonial permanente, até a conclusão das negociações para a venda do imóvel. A empresa já iniciou a limpeza do imóvel, a reconstrução da proteção de muros e portão e reforçou a segurança patrimonial, esclarecendo que sua segurança é exclusivamente para controle não tendo qualquer função de atuação no âmbito da segurança pública. A companhia solicitou às autoridades de segurança pública apoio para evitar nova invasão”.

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Com informações de O Globo.
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