17/12/2025

Vivo encerra regime público de telefone fixo

Operadora migra para regime privado a partir de 31 de dezembro e mantém serviço em 373 municípios sem concorrência até 2028.

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Vivo telefone fixo
Divulgação/Vivo

A Vivo anunciou o encerramento do regime de concessão do telefone fixo tradicional em todo o Brasil a partir de 31 de dezembro de 2025, conforme comunicado enviado à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). A mudança marca o fim de um modelo regulatório público vigente desde a privatização do setor na década de 1990 e representa a migração da operadora para o regime de autorização privada, com maior flexibilidade comercial e regulatória.

A transição não significa o fim do serviço de telefonia fixa para os consumidores. A operadora manterá o atendimento, especialmente em regiões onde não existem alternativas viáveis de comunicação. O movimento faz parte de uma estratégia mais ampla do setor de telecomunicações brasileiro, que busca modernizar a infraestrutura diante da queda no uso do telefone fixo tradicional e do crescimento dos serviços móveis e de internet em banda larga.

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Mudança de regime regulatório

Com a assinatura do Termo Único de Autorização, a Vivo deixa de operar sob regime público, que impõe obrigações mais rígidas de universalização e continuidade do serviço. No novo modelo, a empresa terá maior liberdade para investir em tecnologias modernas e ajustar sua operação às demandas atuais do mercado. A mudança foi oficializada em abril de 2025, após acordo com a Anatel.

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Investimentos em infraestrutura

Como contrapartida à migração regulatória, a operadora se comprometeu a investir R$ 4,5 bilhões em infraestrutura de telecomunicações nos próximos anos. O plano de investimentos abrange despesas operacionais e de capital, incluindo a construção de redes de transporte de fibra óptica em 121 municípios brasileiros. Além disso, a empresa monitorará a expansão da rede móvel em 649 localidades, garantindo melhor cobertura em diferentes regiões do país.

A Vivo assumiu também a obrigação de manter o serviço de telefonia fixa até 2028 em 373 municípios onde não há concorrência. Nesses locais, a empresa atuará como carrier of last resort, termo técnico usado para designar a operadora responsável por garantir o serviço onde não existe alternativa no mercado. Essa medida visa proteger consumidores em áreas remotas ou com baixa atratividade comercial para outras empresas.

Segundo o CEO da Vivo, Christian Gebara, os compromissos de investimento se estendem por prazos variados. “Temos compromissos de investimento em 5, 10 e até 20 anos, incluindo cobertura móvel, backhaul de fibra e continuidade do serviço onde somos a única operadora”, afirmou o executivo ao jornal Correio do Estado. Os recursos serão destinados tanto para expansão quanto para manutenção de longo prazo da infraestrutura existente.

Modernização tecnológica

A estratégia da operadora inclui a desativação gradual da antiga rede de cobre e a migração de clientes para tecnologias mais modernas. A mudança deve gerar recursos significativos para a empresa:

  • Venda de cobre: A Vivo pode obter cerca de R$ 3 bilhões com a comercialização do material da antiga rede
  • Venda de ativos: Pelo menos R$ 1,5 bilhão na venda de imóveis que abrigam centrais telefônicas
  • Reinvestimento: Os recursos obtidos devem ser reinvestidos na modernização da infraestrutura de rede

Para os consumidores que atualmente utilizam telefone fixo da Vivo, não haverá cancelamento automático do serviço. A operadora realizará a migração de clientes da rede de cobre para outras tecnologias de forma gradual. O telefone fixo continuará existindo, especialmente em regiões sem cobertura adequada de outras soluções de comunicação. A empresa reforça que não há impacto imediato para os usuários residenciais e empresariais.

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